Viagem solo: 5 Livros de mulheres viajantes incríveis

Quer se aventurar numa viagem solo? Aí vão 5 dicas de livros de mulheres viajantes, 5 leituras pra lá de interessantes e que vão te inspirar a cair na estrada! Pronto para viajar com estas mulheres?

Selecionamos CINCO livros escritos por mulheres incríveis, contando a suas experiências de viagem pelo mundo a fora. Histórias incríveis como uma viagem costa oeste dos Estados Unidos que tomou semanas de caminhada da nossa querida Chery Strayed, uma Londres noturna e enlouquecedora através das palavras de Clara Averbuck, uma experiência transcendental e alucinógena com Gaía Passarelli no Peru, uma orgia gastronômica em italiano com Liz Gilbert e por aí vai. Estas leituras são um verdadeiro convite para quem curte viajar e quer se aventurar no mundo do viagem solo, ou pra quem já viaja sozinha e tá afim de ler coisa boa!

“Mas você vai sozinha?” – Gaía Passarelli

Se você é a louca do livro ilustrado como eu, vai querer saborear o livro da Gaía Passarelli aos golinhos. Este é o primeiro livro da escritora e foi um sucesso tão grande, que já está na segunda edição mesmo tendo sido lançado no final de 2016.

Gaia Passarelli livro
Gaía Passarelli com o seu livro “Mas você vai sozinha?” // Foto: Divulgação

Contos de viagem recheiam o livro e são alternados por dicas dos lugares em que as histórias se passam. Sem se preocupar com a temporalidade, Gaía intercala viagens recentes com outras que se passaram na década de 1990 e 2000. É um daqueles livros de leitura leve e deliciosa, em que você vai se sentir como se estivesse face a face com ela, rindo de suas peripécias e desencontros ou querendo dar aquele abraço apertado para aliviar um pouco o peso que ela está carregando.

Sou daquelas que leva livros em viagem, mas não os lê porque acaba se distraindo com as experiências que está vivendo e até mesmo com as redes sociais. O que me fazia ter aquele arrependimento de levar mais um peso na mala, porém com o “Mas você vai sozinha?” foi diferente! Li o livro tão rápido que sobrou dias de viagem sem leitura.

Um ponto importante que a escritora levanta é o estranhamento das pessoas aos se depararem com mulheres viajando sozinhas. Será que a reação é a mesma diante de homens que viajam solo? As cobranças são as mesmas? É seguro para mulheres viajar sozinhas?  Mais do que isso, o livro explora o quão incrível pode ser ter esse momento consigo mesma, tomando as decisões diante da sua própria vontade. Bem sabemos que não fomos criados para ficarmos sós e muitas vezes, este é um processo doloroso. Porém, é importantíssimo sabermos que solidão é diferente de solitude, estar só.

As ilustrações lindíssimas são da Anália Moraes e o livro tem um valor acessível, tendo em vista os valores dos livros no Brasil, que acabam por restringir o público leitor. Ele, atualmente, custa R$ 64,90.

“Queria ter ficado mais”  – várias autoras

Sabe aqueles livros tão lindos que você tem dó de ler e estragá-los? Se você é distraída como eu, vai me entender plenamente. O próprio formato do “Queria ter ficado mais” o diferencia de outros, pois são lindas cartas de 12 autoras diferentes divididas em 12 envelopes. Cada envelope contém um conto de viagem de um destino distinto e você o identifica, inicialmente, pelas aquarelas da argentina Eva Uviedo.

Entre as autoras, temos mulheres que passaram por vários lugares do mundo: Barbara Heckler, Bruna Tiussu, Cecilia Araújo, Cecilia Arbolave, Clara Averbuck, Clara Vanali, Florencia Escudero, Isis Gabriel, Ligia Braslauskas, Livia Aguiar, Luciana Breda e Olivia Fraga. Elas falam de (des) encontros, (des) amores, familiares, descobertas, encantamentos.

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Livro “Queria ter ficado mais” // Imagem: Divulgação

Destinos como Londres, Istambul, Yangshuo, Buenos Aires e Roma, surgem aos borbotões em estilos de viagem dos mais diversos: sozinha, entre amigos, com a família, mochilando ou não. A escrita e o próprio formato fazem com que nos sintamos lendo uma carta de uma amiga nossa, alguém que a gente tenha aquela intimidade!

Para ficar com aquele gostinho de quero mais, deixo um trecho de Istambul sob os olhos de Lívia Aguiar.

“Acordei tarde, saí direto para almoçar. O pôr do sol visto da Torre de Gálata é uma entidade viva. Lá de cima, admirei os três braços de água da cidade iluminados pela hora mais laranja: Mar de Mármara, Bósforo (estreito que separa Europa e Ásia) e Chifre de Ouro (estuário que rasga o lado europeu). Tríplice fronteira aquática que, nesta época do ano, veste-se de turquesa com diamantes solares para agradar o entardecer. Subi a torre por acaso quando vi uma fila que ocupava suas escadas de pedra. Lá de cima, a gente se sente realmente no umbigo do mundo – Omphalion, como já disseram os gregos”.

DICA: O “Queria ter ficado mais” está com os exemplares acabando e não há previsão de uma reimpressão.

É possível comprá-lo na Banca Tatuí em São Paulo ou pelo site da Lote 42. Ele custa R$ 65,00.

“Comer, Rezar e Amar” – Elizabeth Gilbert

Conhecidíssimo pelo filme que tem Julia Roberts como protagonista, o livro de Elizabeth Gilbert é um best-seller mundial. Assumo que sou daquelas que torcem o nariz para alguns livros populares e que apesar de ter visto o filme, me desestimulei a ler. Considerei o filme um tanto quanto água com açúcar, algo meio sessão da tarde. Se você tiver uma opinião diferente, me conta, tá?

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Livro “Comer, rezar e amar” // Foto: Divulgação

A minha dica é deixar de lado o que você viu no filme e pegar o livro pra ler!  A leitura é fluida e por vezes, você se angustia junto com a protagonista em suas reflexões sobre o seu cotidiano em meio a um conturbado relacionamento e o pós divórcio, um esforço gigantesco para se sentir bem e encontrar o seu propósito na vida.  

Através das palavras de Liz, você se sente mergulhando em seu universo. Afinal, como é viver em um ashram na Índia? Como é se sentir completamente perdida na vida? Como é estudar na Itália? Como recomeçar após um longo relacionamento? Como é levar uma vida em Bali? Como se permitir enfrentar uma nova paixão?

A maior parte destas questões já povoou o nosso pensamento em algum momento, seja em momentos de dor ou quando construímos nossos sonhos e desejos. Assim, fica fácil se sentir próxima da nossa protagonista.

O sucesso do livro é tanto que em uma busca rápida na internet faz com que você perceba que em grande parte dos lugares, ele está esgotado. Mas os valores giram em torno de 50 a 60 reais.

“Livre – A jornada de uma mulher em busca do recomeço” – Cheryl Strayed

Autobiográfico como o “Comer, Rezar e Amar”, o “Livre” de Cheryl Strayed guarda outras semelhanças como ter se tornado best-seller internacional e filme, tendo Reese Whiterspoon como protagonista, no papel da autora.

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“Livre” // Imagem: Divulgação

Como Liz Gilbert, Cheryl Strayed sofre baques emocionais em sua vida e se vê completamente sem chão. Um casamento desgastado chega ao fim, a morte da sua mãe após um câncer e o consequente, distanciamento familiar faz com que ela tenha que entender os rumos que deve tomar.

Aos 22 anos, ela se vê sem as rédeas de sua vida e se envolve em um looping de sofrimento chegando a se envolver até mesmo com crack. Foi aos 26 anos, que ela decidiu resetar tudo e recomeçar. Nessa jornada de autoconhecimento e reflexão, ela traça como objetivo percorrer um trajeto de 1770 km dos 4600 km da  Pacific Crest Trail, uma trilha que percorre do norte ao sul a costa oeste dos Estados Unidos. Isso foi lá nos idos de 1995! Imaginaram uma mulher sozinha e sedentária, percorrendo uma trilha como essa, sem internet, whatsapp ou coisa que o valha?

Sua inexperiência faz com que ela tenha que lidar com situações como uma mala pesada demais para carregar. Afinal, quem nunca?

“Era exatamente como levantar um fusca. Ela parecia tão linda, tão pronta para ser levantada e, no entanto, era impossível fazer isso. Deslizei pelo carpete e fiquei de costas bem na frente da mochila, enfiei os braços nas alças e fechei a tira peitoral. Respirei fundo e comecei a balançar… afim de pegar impulso até que finalmente me atirei para a frente… e fiquei apoiada nas mãos e nos joelhos. A mochila já não estava mais no chão. Ainda  parecia um fusca, só que agora parecia que eu estava com o fusca estacionado nas costas.”

Atualmente, o livro custa R$ 65,00.

“Mulheres Viajantes”- Sónia Serrano

Raríssimo, é daqueles livros que me enlouqueceram porque eu queria muito encontrá-lo! Escrito pela portuguesa Sónia Serrano, o “Mulheres Viajantes” lança mão de elencar uma série de mulheres que viajaram mundo afora, trazendo narrativas como a de Egéria, que no século IV, em meio às Cruzadas partiu da Península Ibérica para a Terra Santa. O seu projeto é um tanto quanto audacioso, pois passa pelas portuguesas em meio às Grandes Navegações, as vitorianas perambulando pelo império britânico no século XIX até chegar a exemplos de mulheres do século XXI. Seja por uma viagem em busca de conhecimento, de cunho político, exploração de um novo mundo ou fuga da vida que tinha, essas mulheres nos inspiram a seguir em frente. Este é um livro para ser saboreado aos poucos, com aquele gosto de manual para consultas.

livro mulheres viajantes sónia serrano
Livro Mulheres Viajantes por Sónia Serrano // Foto: Divulgação

Aproveito para te dar uma notícia ótima: agora é possível importar o livro através da Livraria Cultura, por um valor razoável, R$ 67,90.

Se você ama ler e está com o orçamento apertado, pode recorrer a bibliotecas, amigos ou a sebos da sua cidade. Uma dica é o Estante Virtual, que reúne online vários sebos do Brasil todo e rankeia os valores.

Conta aqui nos comentários se vocês já leram algum desses livros e se tem outro para nos indicar! Amo descobrir novos títulos e desvendar outros mundos a partir da leitura. Afinal, viajar já começa por aí, não é mesmo?

Veja também:

#ViajandoSozinha

Este post é parte da série Viajando sozinha, uma fonte de inspiração para mulheres que desejam desbravar o mundo por conta própria.


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Thais
Historiadora, estuda mulheres viajantes latino-americanas no século XIX. Criadora do projeto Mulheres Viajantes que visa o empoderamento feminino através da publicação semanal de relatos de mulheres que viajam sozinhas e/ou entre amigas e do Mulheres Viajantes vai às ruas, que propõe o encontro destas mulheres para discutir questões caras às mesmas.

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Comentários:
Avatar Monique Souza disse:

Que riqueza esse post. Obrigada por isso.
Continue encorajando mulheres nessa jornada de conhecimento, que é viajar sozinha!