Viajando com bebês: A pseudo catapora do Tom

Um dos maiores tapas na cara que a maternidade me deu foi a imprevisibilidade da coisa, num dia está tudo bem e no outro… PUM. O bebê acorda indisposto, é dente saindo, ou aquela febre inexplicável que brota do nada (e olha que eu tenho sorte e o Tom só ficou doente duas vezes) ou o pequeno resolve que só quer peito e mais nada. A primeira vez que o Tom ficou doente foi na véspera de uma viagem para o Brasil (nesse post contei o drama das minhas 16 horas de viagem controlando a febre do pequeno, isso tudo, claro depois da pediatra dizer que ele estava bem pra viajar). A segunda viagem quase cancelada (o Brasil não foi pro saco por MUITO pouco) foi o primeiro camping do pequeno no Yosemite Park, um lugar que vamos bastante e que fica a cerca de 3 horas de casa.

Viajando com bebês: A pseudo catapora do Tom – sobre viagens e mudanças de planos

Qualquer viagem de camping exige um setup mais complicadinho com uma lista de compras recheada de itens, barraca, sleeping bag, e uma infinidade de coisinhas bem fáceis de esquecer e que na hora do vamos ver, fazem uma falta danada. Quer dois exemplos matadores? Saco de lixo e esponja para lavar pratos! Tenta acampar sem esses caras! Rs

Pra agilizar a nossa saída na sexta feira, deixamos o carro cheio com todos os itens na quinta a noite, e na sexta feira a ideia era só colocar as comidas, dar jantar para o Tom, tomar um banho e zarpar.

O dia da viagem

A meta do Gu era sair do trabalho o quanto antes para agilizarmos a saída, mas sabíamos que ele dificilmente sairia antes das 17:00. E foi o que aconteceu.

As 17:15 fui busca-lo no trabalho, passamos para comer uma pizza rápida (achamos que seria melhor do que sujar louça em casa) e começamos a fechar as últimas coisas viagem: comidas no isopor, gelo no saquinho e assim por diante. Quanto estava tudo quase pronto fui dar banho no baby Tom, e assim que tirei a roupinha quase caí pra trás: bolinhas vermelhas, muitas delas e por todo o corpinho: CATAPORA, pensei! E como raios não vi isso antes!

Preocupada, levei o baby peladinho até o Gu e ele também achou que fosse catapora. Viagem cancelada, pensamos, ligando rápido para avisar um casal de amigos que ia com a gente antes que o celular deles perdesse o sinal. No Yosemite a internet não pega, e eu queria ter certeza que eles soubessem que MUITO provavelmente não iriamos antes da internet morrer. Eles ficaram chateados com a situação e preocupados com o Tom (e nós preocupados que fosse dar algum pepino na chegada deles: as reservas estavam no nosso nome, isso sem falar que tínhamos metade da comida com a gente. 🙁 )

Um pouco mais sobre a pseudo catapora do Tom

Antes de vocês me rotularem de doidona, preciso contar que a suspeita da catapora não veio do nada. A semana anterior a viagem foi um show de horrores: o pequeno teve febre, diarreia e muito chororô, algo que não é normal para o Tom, mas na quarta feira achamos que ele estava 100%, até que… apareceram as benditas bolinhas.

Respira fundo

Antes de cancelar a viagem resolvemos dar uma passadinha no pronto-socorro, mesmo porque, eu Mari nunca tive catapora e se o pequeno tivesse dodói, o Gu teria que tirar uma semana de “sick leave” (afastamento por doença) do trabalho para cuidar dele. Morri de dó de pensar na situação, seria péssimo. Detalhe que seguimos para o pronto-socorro com o carro cheio, vai que a doutora libera a viagem!

Passadinha no Pronto-Socorro

Chegamos no pronto-socorro infantil, falamos da suspeita de catapora e a galera (que morre de pavor de doença contagiosa aqui nos EUA) tremeu na base. 10 minutos depois nos comunicaram que a doutora de plantão estava grávida e não poderia ver o Tom. Achamos o fim da picada! Como assim a médica de plantão do pronto-socorro não pode ver criança doente? Tem algo errado aí!

Fomos para o segundo pronto-socorro que graças ao aviso do primeiro já estava nos esperando. Tivemos que esperar- apenas 3 minutinhos – do lado de fora para não correr o risco de infectar outras crianças. Poucos minutos depois a médica de plantão examinou o Tom, e descartou a catapora. “Quando ele tomou as vacinas de um ano? “ Ela perguntou. “Há dez dias atrás” – respondi. E ela rapidamente completou: “Reação da vacina, deve desaparecer nos próximos dias e até lá, pode ser que dê um pouco de coleira”.

O Gustavo que já estava cansado de uma semana bem intensa de trabalho já havia decretado o final da viagem, segundo ele era muito perrengue pra pouca diversão, mas o diagnóstico positivo da médica levantou seu ânimo de forma mágica, e ele declarou, “vamos para o Yosemite?” Mas já eram 9:30 da noite, baby Tom que geralmente dorme as 6:30 estava pra lá de Bagdá de cansado, saindo naquele momento chegaríamos lá de madrugada e ainda teríamos que montar barraca, me pareceu loucura. “Vamos dormir em casa e amanhã sairemos bem cedo”, sugeri. E ele concordou.

Rumo ao Yosemite

O carro dormiu cheio e nós prontos para sair. Assim que o Baby Tom deu a chorada típica das 5:00 da manhã (ele acorda pra mamar e volta a dormir) levantamos e demos a mamadeira para ele já no carro. Pouco mais de três horas depois chegamos ao Yosemite, famintos para o café da manhã e animados para curtir o primeiro camping do Tom. Nossos amigos que não sabiam se iríamos ficaram felizes da vida, e nós também!

pseudo catapora

De barracas armadas: repare o Baby Tom saindo pela portinha

E sabe o que esse viaja-não viaja- viaja me mostrou?

Viajar com uma criança pequena é um exercício de adaptabilidade e flexibilidade, os planos sempre podem mudar e nós temos que estar prontos para uma mudança no último segundo. Também percebemos que o desgaste de uma viagem de final de semana com bebê é tremendamente maior, e que tudo demora dez vezes mais. Pra viagem funcionar bem é preciso diminuir as expectativas e curtir cada segundo do jeito que der e sem muitos planos. Ao invés de 3 ou 4 paradas no Yosemite como fazíamos antigamente, fizemos um passeio por dia, e foi bem gostoso.No final das contas amamos o nosso acampamento – e pode deixar que contarei tudo sobre ele no próximo post – e achamos que todos os perrengues valeram a pena!

pseudo catapora

No Yosemite Park com o amigo Luca

E quanto a catapora: UFA! Que sorte que não era!

E você?

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mari vidigal
mari vidigal
Mari é editora do Ideias na Mala há 14 anos e mora na Califórnia. Já visitou dezenas de países e explorou boa parte dos Estados Unidos com seus filhos Tom e Caio. Sua paixão? Viajar com o motorhome Rocky e colecionar Springs na Flórida. Mari é conhecida pelos seus roteiros super completos dos principais destinos da Europa (sim! Tem roteiro de Paris, Madri, Londres, Portugal e Amsterdam) e pelo conteúdo mais completo da Califórnia, Flórida e Las Vegas entre os sites de viagem do Brasil. Em 2021 recebeu o prêmio IPW Travel Awards, um dos maiores prêmios de jornalismo de viagem, e em 2024 foi finalista do prêmio Europa de Comunicação.

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Comentários:
Avatar Beatriz disse:

Caramba! Que bom que vcs não desistiram da viagem, e melhor ainda que não era catapora kkkk tadinho!
Estou doooooida pra acampar no Yosemite. Aliás, eu estou doida pra fazer várias viagens que tem aqui no seu blog!!! ?

mari vidigal mari vidigal disse:

Nem me fala! Ia ser um perrengue LOUCO!
Beijos e obrigada pela visita