Roteiro de 4 dias em Buenos Aires com dicas para o Revéillon
A Amanda passou o réveillon em Buenos Aires, Argentina. Nesse post ela divide conosco um roteiro caprichado de 4 dias (e meio) em Buenos Aires com muitas dicas do que fazer, onde comer, como trocar dinheiro e muito mais. Bora viajar com ela?
Texto e Imagens: Amanda Forte Gonçalves
Buenos Aires: um roteiro de 4 dias com dicas para o Revéillon
Com a proximidade do fim do ano, eu, que já sou figurinha carimbada aqui no Ideias na mala, estava em busca de um lugar legal e barato para passar o réveillon. Que o Brasil é inflacionado não é novidade, então tratei logo de buscar um pacote legal no exterior e a minha primeira opção foi Buenos Aires. Modéstia parte, acertei em cheio: paguei um preço excelente pela Agaxtur e fechei um pacote de 4 dias e 5 noites (com traslado aeroporto e city tour por Buenos Aires inclusos \o/!
Chegada em Buenos Aires e o nosso hotel
O pacote incluía traslado do aeroporto para o hotel e vice-versa, o que nos poupou a preocupação com o transporte. Passamos por vários hotéis mas o nosso seria o último, o que foi me deixando “murchinha” a medida que eu me aproximava de um lugar legal e descobria que não era o meu hotel. Na verdade, paguei um preço tão bom que não poderia esperar muito.
O hotel se chamava Regente (Suipacha 964), muito perto da Calle Florida, no centrão mesmo. O ônibus que me levava nem podia passar pela viela, então tive que descer a pé. Achei as instalações bem velhas, o ar condicionado era pré-histórico e não gelava nada, o mobiliário tinha uns forros estranhos, passando a impressão de que o hotel era meio decadente. Além disso, o pessoal da recepção era super mal-humorado e não queria saber de nos ajudar, apenas o café da manhã salvava. Então, apesar de bem localizado (pela proximidade dos pontos turísticos), não recomendo que se hospedem lá.
Câmbio: como troquei dinheiro em Buenos Aires
Falando em Calle Florida, a crise atingiu bem a cidade, e a rua estava bem suja e repleta de moradores de rua, o que foi um pouco triste. Muitas lojas locais estavam fechadas, podíamos ver vários cafés, mas bem descuidados. Lá há muita gente gritando “CAMBIO, CAMBIO, CAMBIO”, se oferecendo para trocar dinheiro, te levando para um prédio escondido, o que é um pouco assustador.
Por falar nisso, uma parte importante de mencionar é o cambio de moeda. Pesquisei muito as cotações e lugares de troca e decidimos trocar nosso dinheiro no câmbio negro, apesar de não ser recomendado pelos agentes de turismo. Encontrei uma página no Facebook chamada Cambio Mais Brazucas, localizado na Calle Florida, 686, onde eles disponibilizam um número de telefone para falar no Whatsapp. Peguei uma cotação excelente, tão boa que me arrependi de não ter trocado tudo naquele dia. O pessoal é super jovem, um grupo do nordeste que mora na cidade de Buenos Aires há alguns anos e que se dispõe a ir no Hotel para trocar o dinheiro. Recomendo!
O que fazer em Buenos Aires: conheçam meu roteiro
Por questões de praticidade, separei por localidade os pontos pelos quais gostaria de passar, uma boa dica para otimizar e aproveitar ao máximo a viagem.
Roteiro Resumido:
- Dia 1: City Tour por Buenos Aires: Centro, La Boca e Recoleta + Noite de ano novo
- Dia 2: Passeio a pé por Buenos Aires (a ideia inicial era fazer um bate e volta para Colônia do Sacramento)
- Dia 3: Passeio pelo Palermo e outros bairros mais distantes
- Dia 4: Passeio de bicicleta por Buenos Aires
Roteiro Detalhado:
Dia 1: City Tour por Buenos Aires: Centro, La Boca e Recoleta + Noite de ano novo
No primeiro dia (31.12) optei pelo city tour, que estava incluso no nosso pacote, (o que foi bom, porque estava chovendo e seria ruim andar a pé). Passei pelos bairros de San Telmo, na Avenida 9 de Julio, o Obelisco, a Avenida de Mayo, o Congresso, Plaza. De Maio, desci no Caminito, uma rua tradicional, no bairro de La Boca, repleto casebres muito coloridos e comércios com dançarinos de tango na porta. Bem turístico, gostei tanto que voltei no último dia.
Parada estratégica para esperar a chuva e comer umas medialunas e tomar capuccino
Continuei o tour, passamos pela Floralis Generica, escultura de aço e alumínio que fica na Plaza de las Naciones Unidas, um presente para a cidade dado pelo arquiteto Eduardo Catalano. É legal passar por lá mais de uma vez, pois as pétalas da flor se abrem durante o dia e se fecham a noite.
Saindo de lá, fui para a Recoleta, onde fica o famoso Cemitério onde foi enterrada Eva Peron, a Evita.
Pra falar bem a verdade, achei meio mórbido esse passeio pelo cemitério. De fato, é bem suntuoso, cheio de estátuas, placas douradas, bem decorado..mas não deixa de ser um cemitério, sei lá.
Como era véspera de réveillon e eu já estava com um jantar agendado, não pude fazer muito mais coisas…então fui dar uma volta no Shopping Galeria Pacífico, que ficava próximo ao Hotel.
Réveillon em Buenos Aires
Para a noite do dia 31, os passeios mais recomendados eram shows de tango com jantar, no entanto, os preços eram exorbitantes, chegando a quase U$ 600,00 para o casal, enquanto em dias normais custaria cerca de U$ 200,00. Os recomendados pelos guias eram Esquina Carlos Gardel, Señor Tango (que a Amanda já conhecia) e outros que não recordo o nome. Procurei uma casa com preço mais em conta, já que estávamos decididos a celebrar a noite do réveillon num show de tango.
Encontrei um lugar chamado Madero Tango, onde o valor estava bem mais em conta (cerca de U$ 150,00 por pessoa) e era localizado em Puerto Madero, um bairro da capital portenha muito movimentado, com vários restaurantes às margens do Rio da Prata. Acabei fechando o jantar, que tinha transfer incluso.
Não vou me estender para falar do lugar, pois foi a maior FURADA! O transfer demorou horas, me senti num ônibus de linha, pingando de hotel em hotel de 5 em 5 minutos. Fiquei mais de uma hora e meia no ônibus, cheguei atrasada para o jantar e ainda fui colocada num “anexo” onde apenas poderia assistir ao show por meio de um TELÃO (maior “pega turista trouxa”).
Fiquei indignado e fui reclamar, então, após muita insistência, mudei de mesa e pude enfim assistir ao show que estava prestes a começar. A comida estava BEM mais ou menos, mas tinha bebida a vontade e rolou uma festinha depois do show, então não posso dizer que não me diverti. Mas a todos os que estão lendo esse post, #ficaadica. NÃO RECOMENDO ESSE LUGAR.
Dia 2: Passeio a pé por Buenos Aires
No segundo dia (01.01) o comércio estava todo fechado. O jeito foi fazer mais tour, tirar fotos e aproveitar que o dia estava bonito.
Passei pela Plaza de Maio, coração político de Buenos Aires, palco frequente de manifestações populares, onde está localizada a Casa Rosada, que curiosamente teve as paredes pintadas com cal e gordura, junto com sangue de boi.
Andei bastante a pé nesse dia. Não sei dizer a distância entre os lugares, mas andava até doer o pé…ai encontrava algum Starbucks ou outra cafeteria e sentava um pouco, tomava um suco e depois, bora andar outra vez!
Passei pela Torre Monumental, na Plaza Fuerza Aérea Argentina, nesse dia só de caminhada, no bairro do retiro, monumento construído pelos residentes britânicos para comemorar o centenário da Revolução de Mayo. Gostei muito das construções, parecia que eu estava na Europa algumas horas.
La Panera: Uma mega furada
Na hora do almoço, um sério problema, TUDO ESTAVA FECHADO e saí em busca de um lugar para comer. Fui caminhando até a Recoleta, onde já tinha visto que haviam vários restaurantes diferentes e para a minha surpresa acabei encontrando um aberto, chamado La Panera. Mais uma furada, mas você, leitor do blog certamente não vai cair nessa.
O restaurante estava absurdamente lotado…não havia ninguém na porta para organizar uma fila, espera, nada. Era preciso ficar atenta às mesas que estavam prestes a vagar e praticamente CORRER para sentar, já que ninguém estava a fim de respeitar os que haviam chegado primeiro. Quando finalmente consegui uma mesa e escolhi meu prato, esperei por muito tempo até que ele chegasse e, de quebra, detestei a comida. Estava tudo muito ruim, mesmo. Fujam!
Tentativa frustrada de chegar em Colônia do Sacramento
Já sabía que o dia seria meio “morno” então tentei seguir nosso roteiro e ir até Colônia do Sacramento, no Uruguai. Eles tem barcos grandes que fazem o trajeto, é super rápido e tem até Duty Free la dentro. Entretanto, chegando na bilheteria, fui informada que pelo fato de eu ser estrangeira, deveria pagar em dólares e que eles não aceitariam meus pesos argentinos. Como eu havía trocado praticamente TODO o dinheiro, não tinha dólares suficientes para comprar o passeio e nem com conversa foi possível fazer o pessoal mudar de ideia. Fica a dica para quem quiser fazer esse passeio: separe uma quantia em dólares para comprar os ingressos!
Pitaco da Mari: Colonia é a cidade mais linda do Uruguai, e fica a uma cruzada de rio de distância de Buenos Aires. A cidade é linda e o passeio super agradável. Sigam as dicas da Amanda, e guardem seus dólares para esse passeio. 🙂
Acabei desistindo e risquei do roteiro o passeio, voltando para o hotel para descansar e tomar banho para depois jantar no Hard Rock Café, no Design District e dormir.
Dia 3: Passeio pelo Palermo e outros bairros mais distantes
No terceiro dia, (02.01), mais uma vez saí andando com mapa na mão, passando por bairros mais afastados, como Palermo, um bairro nobre na região nordeste da cidade (o maior de Buenos Aires). É muito turístico por seus cafés, restaurantes, baladas e pelos bosques.
Um dos cafés em que parei para sentar um pouco e tomar um suco foi o La Panera Rosa, que tinha várias opções de sanduíches, doces, sucos e bebidas quentes e frias. Tudo era super decorado e as paredes eram rosa. Eu AMEI e recomendo.
A noite voltei lá para jantar no La Cabrera (José Antonio Cabrera 5099), restaurante excelente de carnes, super aconchegante, e que não dispensa reservas. Assim, recomendo que você faça reserva antes de sair do Brasil.
Dia 4: Passeio de bicicleta por Buenos Aires
No penúltimo dia, (03.01), decidi fazer um tour de bicicleta, que peguei no Design District, onde fica um Hard Rock Café (Av. Pueyrredón 2501) onde havia jantado na noite anterior. Para usar a bike bastava ter um cartão Itau, e cada cartão dava direito a duas bikes, por um valor tão simbólico que nem me lembro, vale MUITO a pena!
Aliás, andei pelas ruas mesmo, é super tranquilo, não senti medo em nenhum momento…foi um meio de transporte rápido e confortável. Quando eu decidia parar em algum lugar, apenas deixava a bicicleta trancada com o cadeado e ninguém mexia. Recomendamos, MUITO!
Aproveitando o sol, pedalei até o Caminito…
A furada do dia: o jardim japonês
O passeio “furado” da vez ficou por conta da minha ansiedade em conhecer o Jardim Japonês.
Não se deixem enganar por essa minha carinha de feliz, apesar de amar flores eu fui a primeira a querer ir embora, logo que entrei, mas como já havia pago para estar lá, me obriguei a fazer um passeio completo.
O jardim tambem fica em Palermo, e é cheio de árvores, pontes, lagos e plantas, tem também um prédio onde funcionam um centro de atividades culturais, um restaurante, um viveiro (onde é possível comprar bonsais) e uma tenda de artigos variados. Há também carpas de várias cores e tamanhos, que podem ser alimentadas por uma comida específica vendida la dentro.
Pitaco da Mari: Puxa, eu gostei bastante do jardim, mas só recomendo pra quem já conhece BEM Buenos Aires.
Para a última noite, escolhi jantar no Puerto Madero. Passava todos os dias por la para pegar uma bebida no Starbucks, que era bem mais barato do que aqui, e jantamos no Cabaña Las Lilas (Av. Alicia Moreau de Justo 516), irmão do nosso restaurante Rubayat, delicioso e com preços igualmente salgados.
Antes de ir embora…
No dia de ir embora (04.01), dei mais uma andada pela cidade para ir até o Café Tortoni (Av. de Mayo 825), um dos mais antigos da cidade, com filas antes mesmo de aberto. Lá é possível reservar um show de Tango, almoçar, jantar, tomar café da manhã.
Acho que deve ser mais legal se você reservar um show de tango para assistir e aproveitar para tomar alguma coisa, mas ok, está visto!
(tomei um chocolate quente tão denso que vinha até com um leite junto para deixa-lo menos concentrado)
No final do passeio, me deparei com a exibição dos competidores do Rally Dakar 2015, que sairia de Buenos Aires na madrugada, super inesperado.
Pitacos da Mari: O que eu senti falta no roteiro deles
- Livraria Ateneo (Av. Santa Fe 1860 Cap. Fed.): Uma das livrarias mais espetaculares do MUNDO. A livraria fica dentro de um antigo teatro, muito lindo.
- MALBA (ou Museu Constantini): uma das melhores coleções de arte privadas da América do Sul, é neste museu que esta o INCRÍVEL Abaporu de Tarsila do Amaral.
- Museu Nacional de Bellas Artes: A versão argentina do MASP, tem MUITA coisa boa. Muita arte Europeia de qualidade e algumas lindas bailarinas de Degas.
- Teatro Colón: Um teatro espetacular e um dos tours mais lindos que fiz por Buenos Aires.
Transporte:
Utilizei apenas táxi para ne locomover a noite, e eles costumavam ser bem baratos (isso quando eu estava atenta ao taxímetro), pois aconteceu uma vez de eu acabar me distraindo e na hora de pagar me depararmos com um valor praticamente dobrado, mas não tive escolha, senão arcar com o prejuízo.
Pitaco da Mari: Pra quem quer economizar, o metrô e os ônibus de Buenos Aires são baratíssimos e funcionam que é uma belezura!
Compras em Bueno Aires:
Visitei todos os shoppings da cidade, na ilusão de que sairia de lá carregada de sacolas, mas acabei comprando só alfajores. Os preços não estavam baixos e há muitas lojas locais, com uma moda diferente da nossa, que não me agradou.
Em compensação, achei uma rua de Outlets em Palermo, onde vendem Lacoste, Hugo Boss, e várias outras grifes e lá fizemos excelentes compras. As ruas estão repletas de lojas Off price. Recomendo!!
Ruas que valem a pena: Avenida Córdoba, Scalabrini Ortiz, rua Aguirre e rua Gurruchaga.
Boa tarde, outlet da hugo boss onde? Qual a média de pesos argentinos as camisas?Fica próximo da Lacoste? Obrigada