A década dos 20, a década da viagem
Dos 0 aos 10 – A década do aprendizado
A primeira foi a década do aprendizado, aprender a andar, aprender a falar, aprender que família é família (e que aprendizado importante), aprender a ler e escrever, aprender a andar de bicicleta e aprender a comida preferida (creme de milho all the way). Década de brincar de bonecas, de mamãe e filhinho, de pega-pega (sai do pix, que o pix é meul). Época de pular de pogobol e de pular amarelinha (quem aí já brincou de quadradão?), de alerta, de queimada e de esconde-esconde. Época de desenhar nas paredes da sala, de cortar os próprios cabelos com a tesoura (e descobrir que nem fica legal), de se borrar com a maquiagem da mãe e achar que fez uma obra prima, de querer usar salto alto e não poder e de colecionar figurinhas da Barbie e do chocolate surpresa.
Época de assistir desenhos na TV, e no meu caso, muito show da xuxa, Bom dia & companhia, Chaves e Chapolin e o clássico e inesquecível Carrossel (“Entre duendes e fadas, a terra encantada está entre nós (…) dizia a música de abertura que eu nunca esqueci”). Época de ir fantasiado de caipira pra festa junina, de princesa no Carnaval e de levar brinquedo para a escola toda sexta feira, uma época em que a páscoa é sinônimo de toneladas de chocolate (a gente aprende cedo que chocolate é gostoso) e que ganhar roupa no natal é uma verdadeira tristeza. E falando em natal, personalidades como o esperado bom velhinho, coelhinho da páscoa e a fada do dente (que em casa, não sei porque raios ganhou o nome de “formiga do dente”) entram e saem das nossas vidas em um curto espaço de 7 ou 8 anos.
A primeira década é a época dos figurinos escolhidos pela mãe, e das fotos bizarras que você vai olhar e dar risada para frente. Uma época de lembranças bacanas e cada vez mais distantes em que os aniversários eram decorados com mesas pra lá de enfeitadas, animados com shows da Caramelo e seus poodles coloridos (isso hoje em dia deve ser proibido, não?!) e que terminavam com teatrinhos de princesa com temas escolhidos pela aniversariante. O final da década, marcado pela segunda vela no bolo, é o triunfo dos triunfos. Sinal de que estamos virando gente grande.
Dos 11 aos 20 – A década dos descobrimentos
A segunda é a década dos descobrimentos, uma época resolver de dilemas existenciais para tentar descobrir quem realmente somos. Uma época de experimentar coisas bizarras, de fazer o que a gente não gosta para “parecer legal”, e de descobrir na base da tentativa e do erro, que você é uma pessoa bem mais legal do que parece, mesmo. É entrar e sair da adolescência, é começar a ir no shopping com as amigas (Vamos sair?).
Pra mim foi a década de treinos intermináveis de natação, de fazer amizade nas competições (e quantos amigos legais fiz nessa época) e de destruir meu tornozelo num dos treinos (sabe que essas 8 semanas de castigo pós operação foram um senhor presente? Aprendi tanta coisa legal, e me conheci de um jeito que não conhecia. Deixei para trás as aparências e gostei realmente de ser quem sou. Óbvio que doeu pra caramba e que não desejo essa lesão nem para o meu pior inimigo)
Tempo de se vestir de gente grande para ir na matinê do Clube K, de beber demais e se arrepender depois, de passar Carnaval no interior, de olhar para meninos mais velhos que raramente te dão alguma bola. De fazer coreografias de axé, de ir no show de pagode do “Só para Contrariar”, tentar dançar forró na base da xiboquinha, descobrir que a festa Junina do Pinheiros é a melhor de todas. Época de começar a economizar e administrar a mesada, época de passar as férias no Paiol Grande e dos incríveis acampamentos do CISV, e por fim, é a época de se formar no colégio, e de entrar numa das fases mais divertidas da vida: a faculdade!
O final da década é marcado pela chegada dos tão sonhados 18 anos, é poder esbanjar com seu RG de verdade na entrada das baladas, é tirar carta e continuar dirigindo mal. Dessa década de grandes descobertas repleta de progressos duvidosos, tardes divertidas, amigos de verdade, muita festa e poucas responsabilidades, guardo milhões de memórias divertidas, dezenas de cartinhas de amigas dobradas em formato de coração e duas grandes conquistas: conhecer meu grande amor, o cara que anos depois se tornaria meu marido, e fazer um intercâmbio para o Japão, uma experiência intensa e maravilhosa, uma pequena mostra das viagens que a próxima década me reservaria.
A década dos 20, a década da viagem
E por fim cheguei aos 20, a década mais intensa e mais divertida que já vivi. Uma década de responsabilidades, onde o estudo se transforma em trabalho que se transforma em mais estudo e que se transforma em mais trabalho. Falta tempo, sobram vontades, amizades vem e vão, uns casam, outros mudam (de pensamento ou de lugar) e os melhores ficam, ficam porque é assim que tem que ser, e por que a amizade é uma dessas coisas inexplicáveis da vida e que torna tudo mais divertido. E com todos os causos, e des-causos desse status recém conquistado de vida adulta, os vinte foram para mim a década da viagem. Descobri que o mundo é pequeno para minhas vontades, e que viajar é uma forma incrível de me conectar com pessoas, aprender história em prédios de verdade, conhecer a arte nas paredes do museu, e respirar os diferentes perfumes da natureza.
Viajar é abrir uma nova página no scrapbooking da vida e rechear com memórias gostosas, decorar com instantes incríveis, carimbar com comidas gostosas e enfeitar com lugares bonitos e momentos especiais. Uma página que volta e meia surge nas conversas do dia-a-dia, que dá orgulho de lembrar e vontade de dividir com o mundo. Quanto mais viagens, mais bonito e mais colorido fica o álbum. E quer, saber? Estou caprichando bastante no meu!
Intercâmbio em Madri: o começo da minha jornada solo
Voltei do Japão com uma vontade tremenda de explorar o mundo, de conhecer gente, eu queria ver um pouco de tudo, e de tudo um pouco. Arregacei as mangas, e comecei a trabalhar duro e economizar bastante para viajar. A primeira grande conquista da década foi um intercâmbio em Madri. Madri, me ensinou que não existem limites para os nossos sonhos, e que a melhor forma de encarar um não, é mostrar que você pode sim. Também aprendi, na raça, a viajar sozinha. Uma brincadeira que começou como percalço do destino se transformou em um dos meus grandes hobbies, algo que mesmo depois de casada, não abro mão.
Independência financeira e um mundo de viagens sem precedentes
Com o fim da faculdade veio a independência financeira, aproveitei o carinho, as mordomias e o conforto da casa dos papis, para tirar do papel uma dezena de viagens e “conquistar” os 5 continentes. O último, a África, veio de presente em forma de escala, e conquistou um pedaço grande do meu coração. Não vejo a hora de voltar e conhecer mais um bocadinho.
Ideias na mala na minha vida
Sempre curti falar de viagem, e não foi a toa que os pedidos de roteiro e de dicas começaram a se multiplicar. Me vi escrevendo roteiros imensos em emails que eu nunca encontrava na hora de enviar para mais alguém. O jeito foi transformar meu inbox em blog, que para a minha surpresa, ganharia leitores além dos meus amigos e familiares. Comecei o Ideias na mala, sem saber nada de blog e de forma super despretenciosa. Hoje o blog é uma das minhas grandes paixões, dividir as viagens (e as vezes um pouquinho da minha vida com você leitor) me deixar super feliz. Amo inspirar pessoas, e nada melhor que inspirar em algo que amo, e acredito: Viajar é voar sem ter asas, é navegar um universo paralelo de ondas infinitas e de brisas acolhedoras. Quanto mais viagem, melhor!
Casamento e as viagens de casal
Essa também foi a década do meu casamento, e das viagens de casal. O Gu é o melhor companheiro de vida e de viagens que eu poderia encontrar. Temos o mesmo ritmo, gostamos das mesmas coisas e nos divertimos MUITO.
Mudar para Califórnia, mexeu um pouco com nossos valores e nossa forma de encarar a vida. Passamos a valorizar mais nosso tempo juntos, eu troquei um trabalho formal e com longas horas por algo que me faz MUITO mais feliz, e passamos a viajar ainda mais. Cada final de semana é uma desculpa pra desbravar um lugar diferente. Rodamos o estado de cabo-a-rabo, acrescentamos o camping nos nossos roteiros de viagem (falei um pouco mais sobre minhas mudanças no jeito de viajar aqui) e prometemos não parar. Dessa nova vida de casado, a Road Trip pelo Sul da Cali, nossas idas ao Yosemite Park e a #Roadtripnodeserto foram as viagens que mais nos marcaram.
E não poderia fechar o resumo da década sem falar de duas viagens que me marcaram muito: o caminho de Santiago na Espanha, uma viagem bem curtinha, mas que me transformou bastante, e o #IdeiasnaAsia, a realização de 2 sonhos em uma única viagem: fazer uma viagem para a Tailândia com o Gustavo e viajar pela Índia. Foi sensacional!
A chegada dos Inta, e o que vem por aí
Hoje, mergulho numa próxima década. Os trinta chegaram com peso de pluma e expectativas de gigante. Meu grande desejo: que eles sejam tão vividos, viajados e aproveitados quanto os vinte! Rumo a próxima década e que venham as próximas viagens!
Que texto legal Mari!!!!
Parabens de novo e tudo de muito bom na sua vida!!
Welcome aos trinta… Acho que essa eh uma fase onde as fases das primeiras exigências das viagens começam a acontecer kkkkk …
Muito legal ter tido a oportunidade de te conhecer!!!!
Bjao e aproveita muito essa nova fase!
OI Mi…
Obrigada pelos parabéns e pela visita aqui no Ideias!
Tbm adorei te conhecer!
Beijão
PS: Dei risada com “exigências das viagens” hahahaha