Reflexão viajante: a sua hora de voar
Quem nunca pensou em largar tudo e viajar pelo mundo? Chegou a sua hora de voar, uma reflexão sobre sonhos, viagens, o tempo que não volta e a coragem para se jogar na estrada!
chegou a hora de voar
Me formei, e agora? Era assim que eu me sentia há cerca de 7 anos atrás, efetivada em um trabalho que eu não gostava e tentando a minha sorte em dezenas de processos seletivos hiper competitivos – e que não tinham nada a ver comigo. Estava livre para voar, mas com um medo danado de começar.
O que faltou pra mim? Coragem para assumir que aquilo não era bem o que eu queria. Coragem para me mandar para a Europa com passagem só de ida. Pensar na vida, passar perrengue, viajar e voltar. Na época, a ideia de largar meu trabalho – chato – estável e trocar uma carreira promissora pelo incerto me parecia uma loucura. A possibilidade de fazer bicos de garçonete ou seja lá o que for, para custear meus sonhos nômades era praticamente inaceitável. Sub-emprego? Isso não é pra mim, pensava cheia de orgulho da carreira que estava tentando começar.
E assim, sem perceber, fui matando meus sonhos de viagem. Consegui um emprego legal (desse sim eu gostava, ufa!) e passei a me contentar com o que a maioria das pessoas se contentam: um trabalho árduo de segunda a sexta (sabe desses que começam cedo e terminam tarde), um salário ok (eu ganhava menos do que gostaria, mas acima do mercado) e 30 dias de férias por ano.
O que eu não sabia? Que os anos passam rápido, que as vontades se transformam, e que algumas oportunidades jamais voltam. Que remar na contra-mão é mais difícil e que mais hora menos hora você se cansa e é levado pela correnteza. Tive sorte de ser arremessada para longe desse caminho (Não, não estou falando que seja um caminho ruim, apenas não era para mim) e construir um futuro COMPLETAMENTE diferente do que eu sonhava quando me formei, mas se pudesse voltar atrás faria um pouco diferente (e com sorte chegaria no mesmo lugar.)
Começaria com um periodo – vou chamar de sabático por que é bonito – sabático na Europa. Deixaria para trás meus medos e preconceitos e me lançaria em iniciativas como WWOOF e House Sitting e não dispensaria as regalias do Couch Surfing e eventuais bicos mal remunerados que a vida de mochila me proporcionasse. Certamente esse tempo desplugada do mundo corporativo me faria entender mais rápido que algumas coisas simplesmente não eram para mim.
Não, não estou pensando na quantidade de viagens que poderia ter feito, nos lugares que deixei de conhecer ou nas pessoas que deixei de esbarrar, mas sim na chance de sair da minha zona de conforto, e na possibilidade de deixar para trás os julgamentos pré-fabricados que somos submetidos no Brasil. Talvez aquele sub-emprego que eu morria de alergia quando me formei, tivesse me ensinado na prática que trabalhar 10 horas por dias (isso sem falar no trânsito) num treco que eu não gosto para pagar minhas contas não é o meu ideal de vida. Sim acredito que meu anos de estudo não foram em vão, mas também acredito que os investimentos (altos) em educação não seriam diminuídos com um periodozinho de (MUITO) perrengue e aprendizado. A vida me mostrou que existem -SIM – outras realidades – mais felizes e muito menos dolorosas que as que nos submetemos sem perceber.
Na ânsia de não me desviar do meu futuro glorioso, fiz tudo do jeito mais difícil. Tomei decisões embasadas em metas alheias, fiz escolhas que pouco tinham a ver comigo, e fiz um esforço louco para me encaixar em planos que não eram meus. E quer saber? Agradeço por ter me desviado do caminho que tracei aos 23 anos. Agradeço por ter sido arremessada no coração do Vale do Silício e forçada a me reinventar. Agradeço por ter tido a chance de viajar o mundo e entender que existem sim outras possibilidades e agradeço pelo apoio incondicional do Gustavo – sempre certo do caminho dele – e jamais me deixando escorregar do meu. Mas se pudesse voltar atrás, teria SIM me lançado mundo afora e sem medo de ser feliz. Os anos passam rápido, os sonhos mudam de formato e algumas possibilidades nunca voltam. Na dúvida, melhor aproveitar.
YEP, este texto é para você que está louc@ para bater suas asas e morrendo de medo de tentar, vai fundo e vá feliz. Chegou a sua hora de voar Ele foi escrito há quase 6 meses e ficou parado na minha caixa de rascunhos. É… acho que chegou a hora dele bater as asas!
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Parabéns pela coragem! Me identifiquei muito! Muito sucesso pra você!
Oi Andressa,
Seu comentário me fez reviver este post que adoro! Super obrigada pela visita!
Beijos,
Mari