Rishkesh: Um retiro espiritual no ashram Parmarth Niketan
Saiba como é um retiro espiritual na Índia e o dia-a-dia no Parmath Niketan, um dos maiores ashrams do país! Muita energia boa, auto-conhecimento e gente interessante.
Fazer um retiro espiritual caprichado era uma das minhas grandes vontades na Índia. E quer saber? De todas as experiências de viagem que já vivi, essa é uma que guardo com MUITO carinho e que morro de vontade de repetir. Nesse post dividirei com vocês detalhes da minha estadia no Parmath Niketan, um dos maiores ashrams da Índia. Um lugar repleto de energia boa e muita gente interessante.
O Ashram: Conheça o Parmath
O Parmath Niketan é um dos maiores e mais conhecidos Ashrams de Rishkesh, o lugar tem capacidade para mais de 1000 pessoas e um ambiente super relax com jardins caprichados, muitas estátuas hindus e um ritual diário de oferecimento ao Rio Ganges, o Aarti. O Parmath é comandado por Pujya Swamiji um líder espiritual bem interessante que viaja o mundo todo dando palestras. O Ashram fica bem em frente ao Rio Ganges num pedacinho bem gostoso de Rishkesh.
Como funciona o retiro no Parmath Niketan?
Ao menos que você opte por um programa específico (seja yoga, meditação ou algum outro grupo de estudos) o Ashram funciona de forma bem aberta, com um cronograma de atividades diárias bem flexíveis que você pode optar ou não por participar. Além disso você estará livre para participar de Satsangs com gurus interessantes, participar como ouvinte de aulas de grupos do Parmath e outras atividades pela região, o que é SUPER legal.
Em resumo: No Parmath Niketan você é dono da sua rotina e do seu retiro espiritual.
O que o Ashram oferece?
- Quartos duplos (você pode se hospedar sozinho(a) como foi o meu caso, ou dividir com alguém) bem simples com camas de solteiro e um banheiro com chuveiro e privada. A água costuma ser quente. Leve seu próprio papel higiênico.
- Um cronograma de atividades diárias com aulas de Yoga (são boas, mas bem básicas), Satsangs com o Pujya Swamiji’s e um ritual de oferecimento ao Rio Ganges, o Aarti.
- Uma vibe MA-RA-VI-LHO-SA, repleta de pessoas interessantes buscando alto conhecimento e aprendizados
E as refeições?
Quem participa de algum programa ou grupo geralmente faz as refeições no próprio Ashram. Para todas as outras pessoas, há muitas opções de restaurantes e lanchonetes em Rishkesh, e quer saber? Comida boa é o que não falta por lá. Como comi bem naquela cidade! Na hora de programar os custos da viagem inclua mais uns 10 dólares por dia de alimentação (estou chutando alto, mas melhor sobrar, né?!)
Quanto custa um retiro espiritual?
O preço da diária no Parmath Niketan vária um pouco dependendo da época do ano e da programação do Ashram. Eu paguei cerca de R$30,00 por dia. Os cursos e grupos tem preço fechado para toda a duração do programa e são mais caros. Eu ficaria pelo menos uma semana inteira, mas com 4 dias já dá para viver uma experiência bacana.
Quantos dias?
Seu retiro espiritual pode ter a duração que você desejar. Eu fiquei 4 dias (e depois mais 7 em um outro ashram) e foi pouco. Gostaria de ter passado pelo menos uma semana ou duas no Parmath. Mas para quem quer ter uma primeira experiência de retiro espiritual, 4 dias é um bom começo. Mas já aviso, você vai querer ficar mais!
Como reservar?
As reservas do Parmath deve ser feitas online pelo menos 15 dias antes da viagem. Há um formulário básico que deve ser preenchido e submetido. Cerca de uma semana após o envio do formulário, você receberá um e-mail de confirmações com detalhes sobre o Ahsram, e contatos para reservar sua viagem/ transporte.
Transporte para Rishkesh
Fiz a viagem entre Nova Delhi e Haridwar de avião e paguei cerca de $100 dólares ida e volta, chegando lá peguei um transfer (que já estava agendado até o Ahsram). Você também pode fazer a viagem de trem noturno ou ônibus e gastar bem menos. Quem vai de trem ou ônibus terá que negociar um tuktuk para te levar ao Ashram. Quem chega de avião, pode contratar um transporte que o próprio Ashram recomenda. Como não queria dor de cabeça, foi o que fiz.
Meu retiro no Parmath Niketan
Dividi minha estadia em Rishkesh em 2 partes: 4 noites no Parmath Niketan e um retiro espiritual completinho de 1 semana no Pool chatti Ashram (Veja minha experiência no Pool chatti aqui). Abaixo um pouquinho do que vivi nesses dias:
Pessoas interessantes
Cheguei no Parmath por acaso e sem saber bem onde ou como começar e logo cruzei com um grupo muito bacana de Brasileiros, um grupo diverso com vários professores de Ioga, participantes de um curso de Kundalini Yoga e pessoas, como eu, em busca de um bom retiro espiritual e um pouquinho de alto conhecimento. E sabe o que mais me impressionou? O quão interessante era essa galera. Fiquei encantada com as visões de mundo hiper diferentes, e com os bate-papos fantásticos que tivemos ao longo desses 4 dias. Quer saber? 4 dias foi pouco pra tudo o que eu queria aprender com essa galera. Daria fácil pra ter passado um mês inteiro sem sair de Rishkesh, ou melhor, do Parmath.
Satsangs
Um ponto alto do meu retiro foi a presença de mestres espirituais incríveis na cidade. Por pura sorte do acaso, minha estadia em Rishkesh casou com o Shivaratri (dia de Shiva) e foi bem pouco antes do Festival Internacional de Yoga, assim muitos mestres espirituais bacanas já estavam na cidade. Aproveitei para participar de alguns Satsangs bem legais com Prem Baba (ele é Brasileiro e é o máximo, se você nunca ouviu falar dele, vale a pena pesquisar) que eu já havia conhecido e ouvido no Brasil e com o Mooji, que eu não conhecia e me apaixonei. Achei o cara o máximo e fiquei encantada com as ideias dele. Mas preciso dizer que o Satsang do Parmath com a presença de Pujya Swamiji, o líder espiritual do Ashram também é ótimo.
Participar desses Satsangs foi uma oportunidade incrível de aprender e refletir. Amei.
Shivaratri
Por puro acaso do destino minha estadia no Parmath Niketan casou com o Shivaratri (noite de adoração ao Sr. Shiva), e entrei na vibe tendo um dia de celebrações maravilhosas. Comecei com uma aula de Yoga fantástica com o Pedro, um professor Brasileiro fera, em seguida tomei meu primeiro banho nas águas do Rio Ganges (que é bem limpinha em Rishkesh) e fechei o dia e a noite cantando para Shiva no Ashram do Prem Baba (Cantamos a noite toda sem parar!). Foi sensacional. A cantoria foi tão especial que gravei uns 30 minutos de mantra no meu telefone e escuto sempre que quero um pouco de paz interior. Ouvi essas cantorias durante as contrações do meu parto, e coloco pro Antonio escutar sempre que ele está mais irritado. Ô coisa boa!
Aulas de Yoga
Aproveitei minha estadia no Parmath para me aprofundar um pouco na prática do Yoga, além de participar dos aulões do templo (que são básicos, mas bem gostosos) aceitei convites para fazer aulas especiais com grupos que estavam por lá. Muitos dos grupos aceitam ouvintes/ convidados, e muitas vezes pede-se uma contribuição qualquer em dinheiro. Saí fascinada pelas aulas, e por ver que tenho muito a aprender! Foi incrível participar de uma aula onde todos alí eram professores craques, e ver posições maravilhosas (e difíceis pra caramba) se materializando ao meu lado. UAU!
Aarti
Todo final de tarde no Parmath Niketan é especial. O dia no Ashram termina com um pôr do sol lindo as margens do Rio Ganges, uma cantoria maravilhosa e muitas oferendas ao Rio Ganges. Um espetáculo lindo de ver e vivenciar.
Comida vegetariana deliciosa
A parte legal do Parmath não ter comida inclusa é descobrir os sabores – vegetarianos – e maravilhosos de Rishkesh. Comi tantos currys perfumados, frutas doces e lassis de manga que perdi a conta. Um dos meus cantinhos especiais foi Ramana’s Garden um café que tem um programa social ultra bacana. Rishkesh foi um dos lugares que comi melhor de toda a Índia, e quer saber, nem senti falta de não comer carne.
Um pouquinho de turismo
E claro que aproveitávamos nossas horinhas livres para caminhar, ver e viver cada pedacinho de Rishkesh, adorei conhecer Laxshaman Jhula, sua ponte bamba e ultra fotogênica repleta de macaquinhos ladrões (nem pense em andar ou dar bobeira com comida na mão, você certamente será roubado por uma macaco cheio de dentes!), os cafés na beira do rio onde tomei meus incontáveis lassis, e o tão famoso Ashram dos Beatles (local visitado pela banda que hoje está abandonado, mas rende fotos bem bacanas). Que delícia de cidade!
E pra quem ficou curioso sobre o Ashram dos Beatles, aí vai foto:
[Pra saber mais sobre o ashram, veja esse post incrível do Rafael no 360 Meridianos.]
E vale a pena?
Amei a experiência de paixão, e curti muito a flexibilidade de fazer meu próprio programa e ir descobrindo o que rola na cidade aos poucos. Acho que no final das contas a combinação do retiro mais relaxado no Parmath com o retiro intenso do Poolchatti fizeram com que minha estadia em Rishkesh fosse perfeita. Adorei e recomendo MUITO as duas experiências.
Veja também:
- Como é a Rotina e o dia-a-dia em um Ashram
- Índia: Roteiro e cidades visitadas
- O Taj Mahal pra chamar de meu
- Índia em 10 experiências incríveis
- 10 experiências caóticas na Índia
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Oi Mari! Tudo bem?
Conheci seu blog há pouco tempo, mas estou MARAVILHADA com tanta história legal e experiências bacanas que você compartilha por aqui 🙂
Talvez você já tenha comentado sobre isso em algum outro post, mas como sou uma exploradora recente do seu conteúdo, hehe, ainda não vi nada. Você viaja sozinha? Organiza tudo por conta ou as vezes se rende às agências? Pela América e pela Europa sei que é muito tranquilo se programar por conta própria… mas pela Ásia me bate a dúvida. Principalmente por sermos mulheres! Qual sua recomendação em relação a isso? E acredita ser seguro viajar sozinha por essa região? Sou maluca em conhecer a Ásia e não quero perder a oportunidade em caso de não encontrar uma companhia, rs.
Sucesso, muitas e muitas mais viagens! Ganhou uma nova fã 🙂
Beijo!
Oi Tatiana,
Tirando a Índia (que sim dá pra fazer sozinha, mas tenho minhas ressalvas) dá para fazer o resto do Sudeste asiático sozinha. Eu fiz, amei e voltaria fácil.
Eu viajo MUITO sozinha e muitas das viagens desse blog tem esse perfil. Mas sou casada e tbm viajo com meu marido (quando ele tem férias) e agora com meu bebezinho de 6 meses.
Bem vinda ao mundo das viagens solo! Vc vai AMAR a Ásia.
Vc tem instagram? Se sim, me segue lá @ideiasnamala
Beijos e super obrigada pelo comentário fofo.