Delta do Mekong: o mercado flutuante de Cai Be e arredores
Cai Be, no Vietnã, é uma das melhores opções de tour bate e volta para o delta do rio Mekong saindo de Ho Chi Minh (antiga Saigon). Os highlights do passeio incluem: acompanhar o vai-e-vem de um mercado flutuante, passear de barco a remo pelos estreitos canais do rio e pedalar por uma das ilhas em meio a plantações de frutas. Nesse post divido com vocês todos os detalhes do passeio.
o mercado flutuante de Cai Be
O tour começa cedinho com um pick up no hotel as 7:00 da matina. Cai Be fica há quase duas horas de distância de Ho Chi Min e sair cedo é importante pra fazer o dia render.
Chegando em Cai Be é a hora de trocar a van pelo barco, um barco de madeira grande e pontudo, bem equipado com cadeirinhas de madeira e uma rede. O barco será o nosso principal meio de transporte pela região.
O mercado flutuante
A primeira parada do dia, ou melhor, a primeira passagem do barco, é pelo mercado de flutuante de Cai Rang, um mercado super antigo localizado em um dos braços do Rio Mekong ao redor de uma vila de casas de pernas altas e uma igrejinha super fotogênica.
O mercado de Cai Be mudou muito nas últimas décadas. Antigamente barcos a remo vendendo produtos ocupavam as margens do rio durante as madrugadas. Como muitos produtos eram perecíveis os mercados tinham uma duração bem limitada e terminavam antes das 6:00 da manhã.
Com a chegada dos barcos de motor, e dos mercados contemporâneos, o mercado de Cai Be passou a abrigar barcos de grande porte repletos de produtos que duram relativamente bastante (batatas, melancias, abacaxis e etc).
Agricultores de toda a região enchem seus barcos de produtos e vem para a região vende-los no atacado. Eles “acampam” no rio até vender a safra e depois retornam para suas fazendas. Assim, o mercado dura o dia inteiro e para deleite dos turistas, a vida local ocorre nos braços do rio.
O mercado é repleto de grandes barcos-casa e de alguns barcos pequeninos que barganham e compram os produtos. E claro que muitos dos compradores e vendedores – para a alegria dos turistas – usam chapéus de palha tradicionais.
Como funciona o mercado
Para anunciar seus produtos, os vendedores amarram o produto no alto de um mastro do barco. Ao encontrar o produto desejado, os compradores se aproximam dos vendedores e negociam o preço. Durante nossa visita, acompanhamos uma venda de melancias e uma venda de abacaxis. Os produtos eram rapidamente arremessados de um barco para o outro de mão em mão (vi melancia caindo no rio tamanha a velocidade).
Terminada a compra, o barquinho sai carregado
Entre uma venda e outra, os vendedores aproveitam pra tirar um cochilo.
Barcos grandes num mercado relativamente pequeno
Apesar de super vivo e interessante, o mercado de Cai Be é relativamente pequeno. Em menos de 20 minutos circulamos todo o mercado, acompanhamos as transações e observamos a vida local bem de perto.
Venda de Melancia em Cai Be
Mas não se engane…
Se você espera ver barquinhos pequenos repletos de frutas e flores coloridas, Cai Be definitivamente não é o lugar certo. O mercado é bem autêntico e real, as cenas são interessantes e com uma boa lente objetiva dá para tirar fotos bacanas, mas nada de feirinha aquática.
Fabricação de produtos locais
A segunda parada do dia foi total turistona. Paramos numa espécie de fábrica de produtos locais que produzia de tudo um pouco, ou melhor, (quase) tudo com um pouco de arroz: vinho de arroz, papel e tortilhas de arroz, pipoca de arroz e balas de côco puxa-puxa.
Enquanto alguns dos produtos eram totalmente feitos “pra turista ver”, a produção de tortilhas e pipocas de arroz chamou bastante a atenção.
A produção de papel de arroz
Os papeis de arroz são feitos como se fossem um crepe, em lâminas finíssimas e de uma-em-uma por uma senhora vietnamita mega cuidadosa. (Fiquei seriamente pensando na quantidade de rolinhos vietnamitas que já devorei durante a viagem e o trabalho de fazer cada um deles). Um trabalho delicado e de paciência. Depois de cada demonstração recebíamos uma amostra do produto para provar. A tortilha era tão gostosa que não resisti e comprei um saquinho pra tomar de café da manhã um dia desses.
E as pipocas de arroz?
Essas dão bem menos trabalho que as tortilhas, mas o processo é igualmente interessante. Os grãos de arroz brutos (e sem descascar) são estourados em um caldeirão de areia do rio, que se torna negra durante a fritura, e peneirados duas vezes. A primeira peneirada separa a pipoca da areia. E a segunda separa a pipoca da casca de arroz. Quer ver…
Arroz sendo colocado na panela
Arroz frito na areia quente até estourar
Pronto! Agora só falta peneirar
Degustação de frutas ao som de música tradicional
Terminado a sessão demonstração é hora de retornar ao barco e fazer uma curta viagem até um restaurante local para degustar frutas (que não estavam lá uma maravilha) ao som da música vietnamita folclórica do sul. Apesar das frutas sem graça (n vezes piores que as frutas das ruas de HCMC) a música local foi bem gostosa de escutar.
Passeio de barquinho tradicional
Passada a cantoria, fizemos a minha parada preferida do dia, um passeio de barco a remo por um dos canais do Mekong. Equipados com chapéus de palha vietnamitas fomos divididos em grupinhos de três pessoas.
Remadora do nosso barco
Eu, feliz da vida com chapeuzinho típico
Os barquinhos pequeninhos, movidos por habilidosas senhoras nos levaram por uma pequena selva cortada por um fiozinho de água. Arvores verdes, cigarras cantando a todo pulmão e muitos passáros completaram o visual. O passeio durou uns 20 minutos, mas foi uma das coisas que fez minha viagem ao Mekong valer a pena. Super recomendo a experiência.
Dica: quem puder sentar na frente do barco terá uma vista ainda mais linda e sem chapéus… Rs. Pelo menos para as fotos os chapéus ficaram bacanas, não ficaram?
Almoço típico Vietnamita
Tenho mega pá atrás com almoço típico incluído em tour, por mais top que seja o tour, dificilmente a comida é boa. Mas dessa vez tenho que dar o braço a torcer. O peixe local frito cortado na hora e transformado em rolinhos primavera acompanhado de frango, rolinhos fritos e uma sopinha super gostosa superaram as expectativas.
Dica: ao me vender o tour, a moça disse que meu tour era mais caro porque era um grupo pequeno e porque o a comida seria boa. Pra se dar bem, nem pense em economizar uns trocados na hora de escolher o tour e pegue um grupo pequeno, sem dúvida. Pra quem tá viajando em galera, a melhor das pedidas é fechar um tour privado só para vocês.
O passeio de bicicleta
Terminado o almoço, tivemos a opção de descansar em redes ou de pedalar pela ilha. A pedalada foi curtinha, e tive que tomar muito cuidado pra não me perder porque a paisagem muda pouco e plantação é tudo igual. Por sorte consegui dar a volta na ilha e voltar a tempo pra dar uma cochiladinha nas redes. A bicicleta era meia nocega, e queria virar onde não devia, fazia barulho para brecar, mas ainda sim me rendeu boas risadas, mas o top do passeio foi me encontrar com essas duas crianças fofíssimas e seu power ranger de estimação.
Cochilo na rede
E com um calor de cão, nada melhor que encerrar o dia deitado numa dessas redes locais. Pena que o descanso não durou muito e logo tivemos que pegar o carro pra voltar pra Saigon.
Pra quem quer fazer algo parecido
Antes de fechar este passeio com uma companhia local, busquei vários tours na internet. O mais bacana deles é um tour do Viator que combina o passeio descrito a cima que fiz com uma aula de culinária na parte da tarde. Infelizmente esse tour não tinha disponibilidade para a data que eu precisava e tive que arriscar uma companhia local.
O tour que fiz
Em relação ao tour que fiz: Apesar de ter gostado do passeio e da comida, não recomendo a operadora que utilizei, o guia deixou bastante a desejar e eles foram BASTANTE deselegantes ao me largar no meio da rua e não no meu hotel como havia sido acordado. #Nãorecomendo
Oiii!! estou amando o blog, simplesmente nao consigo parar de ler heheh
Queria saber se voce tem informacao sobre o Tra Su Forest – é um passeio de barco pelo delta também, mas acho que fica em uma regiao mais afastada. Estou indo em fevereiro e pelo o que eu li, o ideal é ir na epoca de chuva, mas outro site gringo diz que é lindo o ano todo e vale super a pena. To sem saber o que fazer
Olá Isis,
O ideal é mesmo ir na época das chuvas, mas eles construíram uma barragem para impedir incêndios na época das secas e manter o turismo local.
Ou seja, agora dá pra ir o ano todo.
Adorei o seu roteiro, vou viajar para o vietnam e vou fazer alguma coisa a pensar em vc, obrigado
Olá, João!
Obrigada 🙂
Na volta passa aqui e diz o que achou?
Abraços
Vc précisou de guia local para as visitas na cidade?
Não. Visitei por conta própria e achei BEM tranquilo.
Olá!
Descobri seu blog hoje e não consigo parar de ler. Obrigada por compartilhar! 🙂
Apesar de você não recomendar por alguns motivos, fiquei curioda para saber por qual agência você fez o passeio.
Mais uma vez, obrigada por dividir suas viagens com a gente!
Oi Beatriz,
Obrigada pelos elogios.
Tentei buscar aqui nas minhas anotações, mas não achei o nome da danada da agência 🙁 #Sorry
Beijos
Adorei o barquinho típico e o chapéu de palha! Tour pitoresco