Roteiro de 4 dias em Delhi
Roteiro de 4 dias em Nova Delhi – Índia, com muitas dicas de restaurantes e passeios, um roteiro bem explicadinho para você curtir o melhor da cidade e evitar perrengues desnecessários. Bora viajar?
Como a Índia foi uma viagem especial, optei por escrever esse texto em tom pessoal e contar minhas experiências, compartilhar zilhões de dicas (com direito a furadas que nos metemos e que você poderá escapar). Recomendo a leitura e espero que se divirtam!
Quer algo zero pessoal e direto ao ponto? Leia este post!
Roteiro de 4 dias em Delhi
A chegada: um turbilhão de emoções
Eram tantos sentimentos que mal sei como explicar: medo do novo, ansiedade, curiosidade e muita, mais muita felicidade. Vinha sonhando com essa viagem para a Índia há anos, e desembarcar foi como abrir um balão enorme de emoções conflitantes e despejar tudo na minha cabeça ao mesmo tempo. Sabe criança quando vê um algodão doce gigante? Eu acabara de receber o maior deles na minha mão e estava indecisa sobre a melhor forma de abocanhar o danado.
A chegada em Nova Delhi foi mais tranquila do que o esperado, mas o primeiro hotel da viagem… foi literalmente um balde de água fria! E pior que paguei relativamente caro por ele. O tal do “Hotel Perfect” de perfeito não tinha nada: limpeza de padrão duvidosa (aliás, essa seria a regra para quase todas as paradas da viagem) internet sofrível e água quente somente pedindo com 15 minutos de antecedência (e descobri isso depois de tomar um primeiro banho gelado – e tomei de balde porque não tive coragem de entrar em baixo do chuveiro de tão gelada que estava a água).
Encarei tudo de bom humor, dado risada do banho frio e bolando estratégias para encarar os próximos. Quem me conhece sabe que tenho PAVOR de água fria, detesto com todas as minhas forças… mas eu sabia que essa viagem para a Índia não seria fácil e que dessa vez eu havia optado por um esquema mais “backpacking” com zero de luxos. Não dava para reclamar. [ E sim, se você quiser viajar a Índia sem perrengues, e ficando apenas em hotéis TOP, também dá. Escolhi fazer essa viagem mais roots pois achei que era a forma de ter o maior choque cultural e me aproximar mais da cultura. Foi uma decisão legal.]
E pra quem vai pra a Índia, aí vão dicas BEM pé no chão para ler antes de viajar.
Agora deixando os perrengues de lado, vou dividir com vocês detalhes da minha passagem por Delhi. Foram 4 dias completos + uma metade mal aproveitada na chegada. Achei que foi o suficiente para conhecer a cidade e ver tudo o que eu queria.
Roteiro Resumido:
- Dia 1: Humayu’ns Tomb, India Gate e Templo Hindu
- Dia 2: Old Delhi – Mercado Chandini Chowk, Mesquita Jama Masid e Forte Vermelho
- Dia 3: Templo de Lotus, Qtub Minar e Merhauli Park
- Dia 4: Café da manhã tradicional, Museu de Gandi, Templo Gudwara e compras em Karol Baght
Roteiro Detalhado:
Primeira tarde em Delhi & Jantar em Connaught Place
Com imigração e check-in feitos, banho tomado e tudo organizado, eu estava ansiosa para dar meu primeiro passeio por Delhi. Eram 3:00 ou 4:00 da tarde e eu havia combinado de encontrar com a irmã de uma amiga indiana assim que ela conseguisse sair do trabalho e cruzar a cidade para vir me buscar na estação de metrô do meu hotel, “Karol Bagh”. Mas como cheguei em pleno feriado indiano – e com várias ruas fechadas para garantir o sucesso da passagem do presidente Obama pela cidade – ela levou 3 horas para chegar. Enquanto isso tirei uma soneca – jamais recuso horas de sono em começo de viagem por mais que isso impacte no meu fuso e tentei usar a internet lenta sem muito sucesso.
Assim que a Valari chegou, pegamos o metrô até Connaught Place, uma das áreas comerciais mais interessantes de Nova Délhi. Foi engraçado que eu estava vestida com roupas indianas trazidas da Índia pela minha mãe e ela vestida com roupas ocidentais bem na modinha! Nesse momento fiquei bem mais sossegada em relação ao que vestir em Delhi, sim é bom cobrir os ombros e joelhos para não chamar muita atenção, mas não precisa ser nada extremo, muito pelo contrário.
O metrô de Delhi
O metrô de Delhi me chamou a atenção por alguns motivos: o Raio X de bolsas + revista na entrada (mal sabia eu, que o raio X é uma prática bem comum na Índia e que até shoppings centers e hotéis de luxo tem raio X na entrada), o vagão exclusivo para mulheres, que eu achei sensacional e que me deu a maior segurança do mundo para pegar metrô sozinha na volta. O terceiro motivo que me chamou atenção foi o fato de não poder tirar fotos lá dentro. Segundo a Valari minha amiga Indiana, a regra da foto não faz muito sentido e todo mundo tira, é só não chamar muita atenção e tirar com o celular.
Connaught Place e jantar no The Vault
Connaught Place é uma grande rotatória rodeada de casas construídas em um círculos e todas pintada de branco e em estilo colonial europeu. São 2 círculos completos divididos em letras do alfabeto. No centro há uma bandeira da Índia gigante e em volta há uma série de boutiques, lojinhas, bancos e restaurantes. Pertinho dalí estão o Parlamento da Índia e muitos prédios oficiais do governo.
Connaught Place uma das áreas mais vivas da cidade e completamente estava deserta. A Valari que mora nem Delhi ficou muito surpresa ao ver o mercado que ela planejava me levar, o Janpath, fechado e completamente deserto, ela jurava que por ser uma área mais turística encontraríamos um pouco mais de movimento e lojas abertas, mas infelizmente não foi o caso. Por sorte haviam alguns bares e restaurantes abertos, escolhemos o The Vault – um barzinho que tem mais cara de Estados Unidos do que Índia e está todo decorado como se fosse o caixa forte de um banco. Bem legal! Comemos dois currys deliciosos, um de cordeiro e outro vegetariano acompanhados de arroz e de nam. Adorei essa minha inauguração da culinária indiana e me prometi que nos próximos dias comeria tantos currys quanto pudesse – promessa que segui a risco!
Voltei para o hotel de metrô sozinha e não tive problemas nem na baldeação e nem para achar o hotel. Delhi me pareceu muito mais segura e amigável que as descrições que eu havia lido. Claro que cuidado e prudência sempre ajudam, como em qualquer outro lugar do mundo, não pode dar bobeira.
Na madrugada dessa primeira noite, chegou a Fabi – uma amiga querida e minha companheira nesses primeiros 20 dias de viagem! Ela chegou detonada pelo fuso e teve muita dificuldade para dormir. Ossos do ofício de quem viaja para tão longe, não é mesmo?
Dia 1: Humayun’s Tomb, India Gate e Templo Hindu
Acordamos sem despertador, tomamos um café da manhã (ruim) no hotel e saímos para passear. Durante o café da manhã conhecemos a Julia, uma alemã fofa que estava fazendo sua primeira grande viagem internacional. Índia era o primeiro destino internacional da Julia fora da Europa e ela passaria 6 meses rodando o mundo. Ela seria uma das nossas companheiras de tour e topou sair para explorar a cidade com a gente.
Devido ao feriado nacional, haviam poucas opções de lugares turísticos abertos, assim optamos pelo combo Humayun’s Tomb + India Gate + Templo Hindu Birla Mandir e fizemos o passeio de táxi (se não fosse o feriado e o caos na cidade, daria fácil pra ter feito de metrô + tuktuk). Se não me engano, o Táxi nos cobrou 1,000 rúpias (cerca 15 dólares americanos) o que deu 350 para cada uma.
Humayun’s Tomb
Nossa primeira parada do dia foi no Humayu’s Tomb, o mais lindo dos mausoléus de Delhi e uma das inspirações para a construção do Taj Mahal. O mausoléu foi construído no século XVI pela esposa principal (lembra que os muçulmanos podem ter mais de uma) do imperador Mughal Humayun, Haji Begum e tem um estilo arquitetônico que mistura elementos persas com elementos Mughals. Repare na cúpula central e veja como ela lembra a cúpula do Tajj.
O mausoleu é rodeado por um jardim enorme, e para tirar fotos lindas e sentir um pouco da tranquilidade e do vazio do lugar, basta contornar o jardim e ir para a parte de trás. E além do prédio principal, há um série de outras construções e ruínas antigas -algumas bem deterioradas, outras maravilhosas. E foi o que fizemos, caminhamos pelo jardins sem pressa, subimos as escadas do templo central, fotografamos as formas geométricas, portas fotogênicas e outros elementos decorativos. Fiquei encantada com o que ví e animada – era só o meu primeiro dia de Índia, e eu já estava amando!
India Gate
Nossa segunda parada, ou melhor, passagem rápida foi no Índia Gate, um monumento que lembra o Arco do Triunfo e que homenageia os soldados indianos mortos durante a segunda guerra mundial e a guerra anglo-afegã. Nessa área de Delhi ficam todos os prédios oficiais, o parlamento e o palácio presidencial da Índia. É uma área bem bonita e bem arborizada, mas que devido ao feriado e a parada que havia acabado de ocorrer estava meio que fechada.
O Taxista disse que não dava para estacionar, hoje sinceramente acho que fomos enroladas e que ele não quis estacionar por que ia dar trabalho – os Indianos em geral são um pouco preguiçosos e não gostam muito de fazer coisas que os tirem de sua zona de conforto. Depois de viajar e aprender mais sobre o país e seus costumes, eu teria insistido e dito” pare mais longe porque eu quero descer”. Vimos o India Gate BEM de longe, o que foi uma pena pois eu adoraria ter tido tempo para explorar essa área com calma.
Templo Hindu Birla Mandir
A última parada do dia foi num templo Indiano chamado Laxminarayan temple, mais conhecido como Birla Mandir um dos maiores templos hindus de Delhi, inaugurado por Gandhi em 1939 com a condição de que pessoas de todas as castas e religiões poderiam frequentá-lo. Para nós 3 que nunca havíamos visitado um templo hindu, a quantidade de ornamentos, esculturas de animais gigantescos e com feições bem expressivas nos chamou a atenção. Segundo a Julia “Isso aqui mais parece a Disney, do que um tempo” e de fato a criançada estava se divertindo com os animais gigantescos. Também curtimos acompanhar – sem entender muito – os rituais de oferecimento e benção que estavam rolando. Uma senhora fofa, sem falar uma palavra de inglês tentou nos indicar o que estava acontecendo, mas não adiantou muito.
Para entrar no templo principal, tivemos que deixar nossas máquinas fotográficas e telefones guardados num armário pouco confiável, fiquei meio incomodada achando que ia ficar sem câmera logo no primeiro templo, mas no final deu tudo certo. Sim, o guardinha tentou nos cobrar 100 rúpias pelo uso do armário, mas aceitou as 30 que eu paguei para ele (regra de ouro: pechinche TUDO na Índia). Eu havia lido num guia que 30 era o preço geralmente cobrado pelos armários e achei que era o que devia pagar. No final das contas, deu tudo certo com a câmera, e nós curtimos a visita.
Na volta o taxista perguntou se queríamos parar num shopping. É assim que os motoristas de táxi e tuktuk mais ganham dinheiro na Índia, eles te levam para uma loja que te cobra 3x o preço e dá comissão para eles. Agradecemos educadamente o “convite” e fomos direto para o hotel.
Reunião de orientação do tour
No finalzinho da tarde tivemos uma reunião de orientação do nosso tour, e conhecemos o nosso guia Abré (sabe lá como é que se escreve, mas se pronuncia Abrrrré). Éramos 11 pessoas, 9 meninas e 2 meninos, eu e a Fabi do Brasil, um Australiano e vários europeus. O grupo era bem jovem e a maioria das pessoas já haviam rodado meio mundo e estavam igualmente curiosos para desvendar a Índia. Assim como eu, várias das pessoas do tour já tinham viagens programadas e continuações (dentro e fora da Índia) para esse primeiro pedaço.
Durante a orientação ele falou rapidamente sobre a cultura indiana e a forma como o Rio Ganges, o país e as vacas são consideradas mães, falou sobre os principais deuses do Hinduísmo: Brahma (o criador) Vishnu (o que preserva), Shiva (o destruidor) e deu dicas para que pudéssemos evitar uma dor de barriga infernal no começo da viagem. Segundo ele, é tudo questão de acostumar seu corpo as bactérias indianas, comece devagar e lá pelo quinto dia da viagem vá introduzindo coisas diferentes e comidinhas de rua. Lave bem as mãos e abuse do Alcool gel. Ele também nos explicou um pouco sobre a cultura das gorjetas na Índia – parte fundamental do salário de muita gente – e propôs uma caixinha de gorjetas para todo o grupo. No começo achei o valor diário proposto por ele um pouco alto, mas logo que vi como ele manejava e distribuia as gorjetas, tudo fez bastante sentido.
No dia seguinte começaria a viagem de verdade, teríamos um tour por uma das favelas da cidade seguida de um passeio pelo mercado Chandni Chowk. Teríamos a tarde livre para passear por Delhi e a noite pegaríamos o primeiro trem da viagem – um trem noturno rumo a cidade de Bikaner. Vou deixar a viagem de trem noturno e a experiência em Bikaner para um outro post, neste contarei apenas a experiência em Delhi. Note que os dias 3 e 4 aconteceram depois que havíamos voltado do tour pelo Rajastão.
Sobre o Tour.
Depois de muita pesquisa, optei por um tour tipo Yolo da empresa G Adventures chamado “India on a Shoestring”. O tour custa cerca de 1200 dólares ( o preço varia um pouquinho conforme a estação do ano) e dura 20 dias. Esse valor incluiu hotel, transporte, algumas poucas entradas em atrações turísticas e uma caminhada de orientação em cada uma das cidades em que passamos. Achei o tour um forma legal de me aclimatizar com a Índia e ganhar conhecimento e coragem para me aventurar por lá sozinha. Meus companheiros de tour concordaram com a minha opinião.
Outra opção que consideramos, mas que as datas de início não batiam com o nosso cronograma foi a Intrepid.
Jantar no Barbeque Nation
A noite, a Fabi e eu saímos para jantar com o Anirban e a esposa. O Anirban é um colega de trabalho mega gente boa, indiano figurão, bem humorado e que adora comer bem. Não preciso nem dizer que amamos a companhia e que o jantar foi uma das experiência gastronômicas mais legais da Índia.
O Barbecue Nation fica em Connaught Place (N-96, 2nd Floor, Munshi Lal Building) e serve churrasco indiano – espetinhos variados trazidos na mesa – combinamos com um buffet gigante de comidas variadas. É o mais próximo que os Indianos tem do nosso rodízio de carnes. Os espetinhos vão sendo trazidos – já assados, e vão sendo colocados numa grelha na própria mesa: tinha de carne de cordeiro e de carne de frango (e para a sorte da Fabi que é vegetariana) dezenas e opções vegetarianas. Tudo bem apimentado (aqui a Fabi descobriu sua falta de tolerância para a pimenta e começou a pedir tudo sem pimenta. A pimenta também era um pouco forte para mim, mas considerei parte da experiência e mandei ver).
No Buffet, tivemos a chance de provar meia dúzia de tipos de currys diferentes acompanhados de arroz, e iogurte (a raita, como eles chamam, ajuda a amenizar a pimenta e desce redondinha). E para fechar a comilança louca, experimentamos docinhos e bolos indianos. Nosso preferido foi o Gulab Jamum, uma versão frita do nosso pudim de leite servida em bolinhas (cada bolinha deve ter umas 1000 calorias, mas juro que vale a pena.
Nos despedimos no Anirban encantadas com a experiência e esperançosa em vê-los novamente no final do tour. (No final nossas datas não bateram, o que foi uma pena, mas adoramos esse encontro).
Dia 2: Old Delhi – Mercado Chandni Chowk, Mesquita Jama Masid e Forte Vermelho
Acordei com uma azia brava e mandei ver no primeiro anti-ácido da viagem, com o passar dos dias meu estômago se acostumaria com a quantidade estratosfera de pimenta, mas enquanto isso, era torcer para aquilo não evoluir para pi-ri-ri. (UFA! Por sorte parei na azia.)
Começou -oficialmente – o nosso tour da G Adventures. Nos encontramos na porta do “Hotel Imperfeito” (que subiu um pouquinho no conceito graças a descoberta da água quente) e dalí pegamos um metrô até a estação Rajiv Chowk (isso mesmo, pela terceira vez em 3 dias meu destino era Connaught Place), que dessa vez estava mais viva e bem mais movimentada do que nos dias anteriores. Aqui tivemos a primeira e uma das mais importantes lições da Índia: como atravessar ruas.
Como atravessar a rua na Índia
Explico: O trânsito na Índia é um caos, um semáforo tem pouco valor, as faixas de trânsito não servem para nada e a questão de mão e contra mão é relativa. Quem manda é a buzina. Ninguém para o carro para pedestre – se for vaca, talvez – mas todo mundo diminui. Assim o segredo é olhar para os dois lados e atravessar o mais devagar possível (no começo é difícil e a sensação de que vão te atropelar é forte, mas logo você se acostuma). Correr é perigoso, os carros, motos e tuktuks não sabem o que fazer, ficam desorientados e sua chance de ser atropelado é alta.
E foi assim, ao atravessar a rua correndo que deixamos o nosso guia preocupado e enlouquecido pela primeira vez: “Do not RUN, do not RUN” gritava ele visivelmente nervoso. Foi a primeira e última vez que corremos na viagem.
Favela tour: The Salaam Baalak City Walk
Caminhamos alguns quarteirões até chegarmos ao Paharganj backpacker gueto (pertinho da estação de trem central de Delhi) para fazer um “favela tour” guiado por jovens carentes do programa. O tour levou pouco mais de 1 hora e foi pra lá de superficial pra quem já visitou favelas no Brasil e viu que o Paharganj é bem desenvolvido perto de algumas favelas de São Paulo. No meio do tour visitamos uma creche (ou seria orfanato? Pelo inglês do cara não ficou claro) e tivemos meia hora para brincar com as crianças. Foi BEM x.
A parte mais interessante do tour foi aprender que para que algumas paredes não se transformem em mictórios a céu aberto, os indianos colocam dezenas de imagens de Santos e divindades de diferentes religiões coladas em azulejos da parede. E quando se trata de santo e religião, nenhum indiano se atreve a fazer suas necessidades aí. #VaiqueoSantoCastiga
Mercado de Chandni Chowk o Kinari Bazaar
Saindo de lá pegamos o metrô até a parte antiga de Delhi e fizemos um passeio bem caprichado pelo mercado Chandni Chowk. Old Delhi é um verdadeiro choque cultural, um aglomerado desorganizado de casas e lojas que foi crescendo em forma de mercado. O mercado é hiper movimentado e nas ruas apertadas trafegam pessoas e tuktuks.
O mercado é dividido em várias alas: ala das pimentas e especiarias, ala das noivas e enfeites de casamento, ala das comidas e assim por diante. Gostei do passeio a pé guiado pelo Abré, mas numa próxima viagem gostaria de fazer um passeio de Tuktuk (daqueles estilo bicicleta) e deixar o motorista brincar de se perder pelas alamedas apertadas desse mercado tão impressionante.
O Chandni Chowk é sem dúvida uma das experiências mais caóticas, vivas e divertida de Delhi. Algo que merece ser vivido com calma.
Dica: Vá se sapato fechado, a quantidade de poças de água de origem duvidosa e outras melecas espalhadas pelo chão e que vão voar no seu pé é alta demais para você arriscar.
Jama Masjid – A maior mesquita de Delhi
Terminado o tour, o grupo se dividiu. Uns queriam comer comida de rua (algo que eu esperaria mais alguns dias antes de arriscar) outros queriam visitar o Red Fort (Forte Vermelho) e outros queriam visitar a mesquita Jama Masid. Eu, como adoro templos, optei por começar pela Jama Masid.
Para entrar na mesquita é preciso tirar os sapatos (Eu coloquei o meu num saco e levei na bolsa para não correr o risco de ficar sem. Acontece pouco, mas o medo de ficar descalso em Delhi era tão grande que nem pestanejei) e vestir uma túnica engraçada e pouco estilosa.
A Jama Masjid (aberta das 7am às 12:00 e das 13:30 às 18:30 – entrada 200 rúpias) é a maior mesquita da Índia, ela foi construída entre 1644 e 1656 por Shah Jahan (Emperador Mughal que construiu o Taj Mahal). Ela foi a última obra que Shan concluiu antes de ser aprisionado por seu filho. A mesquita é gigantesca, são três entradas grandiosas, três cúpulas de mármores e dois minaretes (torres usadas para convocar os fieis para as orações) e comporta até 25,000 pessoas.
Adorei visitar a mesquita por dentro e me encantar com os detalhes em mármore branco – o material preferido de Shan Jahn – e os arcos ultra ornamentados de arenito vermelho. Vimos as pessoas rezando, crianças brincando no pátio e uma mistura bem interessante de sagrado e dia a dia. Adorei o passeio.
Dica para quem viaja em casal ou em família: O Minarete Sul da mesquita está aberto para visitas e tem visitas incríveis da antiga Delhi. Como mulheres desacompanhadas não são bem vindas – éramos 5 – não pudemos subir.
Comida típica Mughal no Karim’s
Nossa ideia era almoçar no Karim’s (House No: 16, Gali Kababian, Jama Masjid), um dos restaurantes de comida Mughal mais antigos e tradicionais de Délhi (e mega bem recomendado por todos os meus amigos indianos), só que nos perdemos no caminho e fomos parar num legar meio feio. Metade do grupo de meninas (éramos 5, se não me engano) ficou com medo e o grupo todo acabou voltando. Hoje me arrependo, estávamos tão perto do restaurante e acabamos perdendo a chance de comer num dos melhores lugares de Delhi. Se estávamos com medo, deveríamos ter pego um tuktuk. (Mas com um pouco mais de dias em Delhi, perderíamos o medo e perceberíamos que pessoas nos olhando – e até nos seguindo – é “normal” e que o jeito é continuar. #Seviuparaaprender
[Detalhe, o Karim’s fica do lado da porta Sul da mesquita, saímos pela porta norte e ninguém quis voltar a entrar e passar pela confusão de vestir a roupinha, tirar sapato. #Vacilo]
Almoço no Haldirams
Com a mudança de planos voltamos para a rua principal e comemos no Haldirams (Chandni Chowk › 1454/2, perto do templo Sheeshganj Gurudwara), uma rede de restaurantes bem gostosa e bem tradicional. O Haldirams é um daqueles lugares que não tem como dar errado já que é tudo bem gostoso. E pra melhorar, eles tem uma seleção de doces DIVINA. Alí comprei e comi a primeira de muitas caixas de Caju Katli (um docinho delicioso de castanha de caju) da viagem.
Depois me perguntam como é que eu consegui engordar na Índia: simples assim: comendo muito cury, MUITO pão e muito mais doce do que eu deveria. Amo comida indiana e aproveitei a viagem para provar tudo. “E curry todo dia não enjoa?” – me perguntam – e minha resposta é categórica: de jeito nenhum! Tem tanto curry e tanta variedade, que é mais fácil eu enjoar de macarrão na Italia (o que geralmente acontece depois de 10 dias de viagem ) do que de curry na Índia.
Red Fort (O forte vermelho)
Terminado o almoço, seguimos para o Forte vermelho – o primeiro forte da viagem e uma das construções mais impressionantes de Delhi. O Forte foi construído por Shah Jahan entre 1638 e 1648, mas o imperador nunca chegou a habitá-lo já que antes disso foi aprisionado por seu filho Aurangzeb no Forte de Agra onde passaria o resto do seus dias. O Forte seguiu habitado até 1857 quando o último imperador Mughal foi exilado para Mianmar e os britânicos tomaram conta do lugar. O Forte, que foi um dos centros do reino Mughal foi convertido em quartel general e muito modificado pelos ingleses, mas ainda assim a visita é impressionante, e o que sobrou dos prédios originais – muitos foram derrubados e transformados em fortificações generais feias – merece ser visitado.
O Forte vermelho tem esse nome pois foi todo construído em arenito vermelho com muitos detalhes em mármore no interior dos prédios. Alguns pontos de destaque dessa visita são o Lahore Gate – e seus 18 metros de altura, foi aqui que pela primeira vez a bandeira tricolor da Índia independente foi pendurada. O Naubat Khana (também conhecido como portão dos elefantes – era onde os visitantes tinham que descer dos seus elefantes e deixá-los estacionados (Elefantes? Surreal imaginar o que já aconteceu por trás dessas paredes.
Lá dentro o Diwan-i-man e seus arcos avermelhados, e os quartos imperiais (Khas Mahal) repletos de detalhes e ornamentos, Diwan-i-khas (o prédio mais caro do complexo) e a mesquita branca Moti Masjid (A mesquita de pérola) foram os cantinhos que mais nos impressionaram.
As loiras e seus 5 minutos de fama
Outro detalhe curioso é que nossas amigas europeias loiras chamavam tanta atenção dos Indianos quanto o Forte, não passava 5 minutos sem que alguém as fotografasse na cara dura -como se elas fossem celebridades – ou pedisse uma bateria de fotos com elas. E no mundo indiano, uma só foto não basta, vem a família toda, fazem pose, pedem para segurar a criança e por aí vai. A chateação não parou até que elas aprenderam a dizer não. Eu e a Fabi, morenas e aparentemente bem sem graças, não tivemos esse problema e achamos ótimo curtir o passeio sem grandes dificuldades. Nos próximos dias descobriríamos que nossos cabelos morenos e olhos castanhos nos poupariam de muita encheção de saco na Índia
Kinari Bazaar, mais uma voltinha
Saindo do Forte resolvemos dar mais uma volta pelo Kinari Bazar (por mim, eu passava o dia me embrenhando naquelas vielas e fotografando detalhes lindos e absolutamente surreais, mas como eu era parte de um grupo tive que abrir mão dos meus desejos individuais e seguir a galera. Algo diferente para mim que estou acostumada a viajar sozinha e tomar minhas próprias decisões. Foi um aprendizado bacana, mas que me custou algumas experiências interessantes como o almoço no Karim’s e a visita ao mercado de pimentas (Spice Market) que falarei a seguir
Mesquita Fatehpur
Saindo do Bazar fomos procurar o mercado de pimentas, todas estavam sem mapas e como o celular sem plano de dados, o jeito era perguntar e torcer para achar. Seguimos a rua principal até o final. Passamos em frente ao templo Gudwara (eu que amo templos quase pulei dentro dele, mas sabia que ia causar transtorno no grupo então deixei quieto) e seguimos até o final da avenida que se transforma drasticamente.
Descaradamente seguidas
No meio do caminho um grupo de indianos homens começou a nos seguir descaradamente. Entravamos numa loja eles entravam na do lado, atravessávamos a rua, eles atravessavam. Começamos a ficar com um pouco de medo – e sim, ser seguida é sempre assustador, especialmente para mim e para a Fabi que somos do Brasil e que infelizmente estamos acostumadas com mais histórias feias que as Europeias.
Chegando no final da rua, entramos na Mesquita Fatehpur – nome de uma das esposas do imperador Shan Jahan – que ao longo da história passou de mesquita a armazém – e felizmente voltou a ser mesquita. A mesquita é bem diferente que a Jama Masjid e foi uma visita bem interessante. Só que para nossa falta de sorte o indiano mala resolveu nos acompanhar também na mesquita. Nessa hora a Claire, nossa amiga Irlandesa, olhou feio para o cara e falou. Pare de nos seguir que não aguento mais ver sua cara. O cara se fez de bobo, fingiu que não estava seguindo e vazou. Ficamos com mal pressentimento e um pouco assustadas, e na dúvida achamos melhor dar meia volta e voltar.
Aqui faltou um mapa de papel, ou um GPS para nos mostrar que estávamos DO LADO do mercado, e um pouco de coragem para continuar. As meninas loiras do grupo chamavam muita atenção e invejavelmente seriamos seguidas e encaradas pelo resto da viagem. [E sim, a reação da Claire de encarar e mandar parar de seguir é ótima e funciona em 90% dos casos. Os caras geralmente não medrosos e não querem confusão. E se não funcionar, é hora de mudar os planos – como fizemos – e voltar.]
Nesses anos viajando sozinha aprendi que o medo é meu limite e que não vale a pena ultrapassar minhas barreiras, mas na Índia existe uma solução BEM BARATA e eficaz para enfrentar o medo chamada motorista de Tuktuk. Por 200, no máximo 300 rúpias você contrata um cara para te levar para onde quiser e te esperar na porta, especialmente num grupo de 5! Pegar tuktuk na rua costuma ser seguro, pegar na porta do hotel – o que pode ser um pouquinho mais caro – é AINDA mais seguro, e o tuktuk é aberto e te permite gritar, espernear e até mesmo pular de um deles caso algo dê muito errado. Nunca precisei fazer isso, mas é bom ter a opção.
Comprinhas em Karol Bagh
Pegamos o metrô – nesse momento eu já era uma “pró” e já sabia muito bem como me virar em Delhi – e voltamos para a estação do nosso hotel, Karol Bagh. Alí compramos quitutes para comer no trem, as meninas compraram casacos quentinhos para encarar a noite no deserto – esfria pra burro – e eu comprei uma calça dessas molinhas que os Indianos chamam de “Ali-Baba Pants” segundo meu amigo indiano, só os gringos usam essas calças e entre os indianos elas são vistas como verdadeiros esteriótipos de gringos, mas elas são confortáveis, ultra baratas e cobrem a perna toda sem te matar de calor. Elas são meio vagabundas e não duram muito. A minha calça durou a viagem inteira, e ainda ficou com uma canadense figura que amou minha calça de paixão e ofereceu uma dela em troca. Bobear a bichinha viajou mais uns 3 meses pela Índia passando por diferentes pernas.
[Ah, e já falei que na Índia tem que barganhar né?! Em Karol Bagh muitas coisas tem preço fixo já escrito no cabide e não dá para conseguir muitos descontos, mas vale a tentativa.]
Nessa noite jantamos – contra minha vontade – no Mc Donalds Indiano. As meninas estava super curiosas para conhecer o menu local e ver as adaptações vegetarianas. Eu comi um Mc Paneer (queijinho indiano que eu adoro), mas não achei muita graça e jurei para mim mesma que dali para frente eu só comeria curry. Segui a risca!
Mais tarde pegamos nossas mochilas e seguimos – com todo o grupo da G Adventures para a estação de trem de Nova Delhi – de onde sairia nosso trem para Bikaner. Agora, vou avançar a história em 18 dias – acho que cada cidade merece um post separado (e você leitor poderá escolher que pedaços desse grande quebra-cabeças chamado Índia te interessam e ler os capítulos que quiser. A única pena é que infelizmente demoro para escrever cada post e posso levar meses para completar toda a viagem. Mas reza a lenda que um dia eu termino. Enquanto isso, sinta-se a vontade para rechear a caixa de comentários desse blog com perguntas e dúvidas sobre essa viagem. Veja aqui o roteiro e as cidades que visitei.)
Dia 3: Templo de Lotus, Qtub Minar e Merhauli Park
De volta para Delhi e já bem escoladas com as alegrias e desafios de viajar pela Índia tivemos uma nova impressão da cidade. Delhi nos pareceu mais organizada, mais limpa e menos barulhenta do que lembrávamos. Prova de que nessa vida tudo é questão de referencial, e que depois de 3 dias em Varanasi, estávamos REALMENTE prontas para qualquer parada.
Templo de Lotus
Começamos nosso passeio pela cidade no Templo de Lotus. A estação de metrô mais próxima é Kalkaji Mandir e de lá é preciso caminhar 11 minutos até o templo ou pegar um tuktuk que vai rapidinho. Optamos pelo tuktuk.
Qutub Minar
Optamos por pegar um tuktuk direto para o Qutub Minar, mas poderíamos ter voltado até a estação Kalkaji Mandir e pego metrô até a estação Qutub Minar. Como achamos que em termos de tempo o tuktuk seria bem parecido com o metrô, optamos por tuktuk para poder ver a cidade do alto. Foi uma experiência ok, acho que daria na mesma ter pego o metrô.
Depois da Jama Masjid e do Forte Vermelho o Qutub Minar era o lugar que Delhi que eu mais queria conhecer. E não me decepcionei.
O conjunto de ruínas e a qualidade dos ornamentos é simplesmente incrível. Pirei caçando ângulos bonitos para fotografar e imaginando o templo em seu auge.
O Qutub Minar é super alto, e imaginem só que o plano era construir um segundo minarete 4 vezes mais alto! O projeto nunca foi para frente, mas o pedaço inicial da coluna segue lá inacabado e é um MONSTRO.
Fiquei quase duas horas percorrendo o complexo e daria fácil para ter ficado mais tempo.
Terminando a visita, o grupo se dividiu. Parte de nós voltou para o centro para fazer as compras finais e eu, Fabi e Anja ficamos na área para explorar o Merhauli Park que fica bem pertinho do Qutub Minar.
Merhauli Park
O plano da nossa tarde era não ter planos e descobrir os pequenos segredinhos do parque. Começamos com um jardim de rosas bonito e bem cuidado.
E em seguida começamos a procurar e percorrer as ruínas, são mais de 100 monumentos espalhados sendo que os mais famosos são a mesquita Jamali Kamali (se estiver trancada, peça para o guardinhas abrir para você e dê uma gorjetinha) e a tumba de Balcan e seus filhos. Os monumentos são repletos de detalhes e rendem fotos muito lindas!
O parque tem parte ocupada por uma pequena favela, e quando menos percebemos estávamos lá dentro. O clima era bem tranquilo e não ficamos com medo em nenhum momento. Na saída buscamos um tuktuk disposto a nos levar ao metrô por um preço razoável (assim como no Brasil, a galera também não gosta de corrida pequena) e seguimos para o nosso hotel onde rolaria um jantar de despedida com toda a galera do tour. A comida estava bem gostosa, e como toda despedida, foi meio chato ver cada um partindo para um canto.
Dia 4: Café da manhã tradicional, Museu de Gandi, Templo Gudwara e compras em Karol Baght
O último dia começou com o MELHOR café da manhã da viagem numa padoca caprichada chamada Bengali sweets (Connaught Place › 34-37, Bengali Market). Nossa companheira foi a Namita, uma indiana hiper fofa que morou anos na Califórnia e é bem amiga de uma amiga. A Namita nos recebeu com sorriso no rosto, abraços estilo Brasileiro e muita história para contar. Foi afinidade a primeira vista! Passamos uma hora inteira rindo e nos divertindo com a Namita e só fomos embora porque ela tinha que trabalhar.
[Não sei o nome das coisas que comemos, mas elas estão por todas as partes da Índia, assim coloco a foto para você saber que o treco é bom e provar. Já adianto tudo frito, e tem pimenta no molhinho, mas vale cada mordida e cada caloria ingerida.]
Passadinha final em Connaught Place
Dalí caminhamos até Connaught Place onde passamos no City Bank para sacar uma graninha em lugar confiável – detalhe que no dia anterior algumas amigas foram roubadas por uma máquina “com chupa cabra”, então resolvi passar no banco onde tenho conta para minimizar as chances de zebra. Também passamos no Haldirams (lembra aquele restaurante dos docinhos do primeiro dia?) para comprar um carregamento de Caju Kali para a Fabi levar para o Brasil. Até pensei em levar uma caixinha para comer em Rishkesh mas pensei bem e achei que meu retiro espiritual combinava dez vezes mais com um detox do que com uma caixa de açúcar. Assim abortei o plano.
Pensamos em esticar o passeio até os prédios oficiais do governo, mas como havíamos combinado de encontrar algumas meninas que ainda não haviam ido embora para fazermos um passeio juntas decidimos voltar direto para o hotel. Que erro, perdemos horas sentadas esperando a galera se decidir naquele vai-não-vai-fica-não-fica.
Almoçamos com a galera pertinho do hotel, nos despedimos dos que iam embora e saíamos para passear. Nossa ideia para o dia de hoje era visitar o Museu de Gandhi e o que mais desse tempo.
[Eu se fosse você passaria a manhã caminhando pela região do India Gate e pelos prédios da presidência e parlamento que são BEM bonitos – vi de longe e gostei e adoraria ter visto de perto. Almoçaria nessa região e seguiria para o Museu de Gandhi. Terminaria o dia como nós terminamos, no templo Gudwara.
O Museu de Gandhi
Uma das paradas mais tocantes de Delhi é o Museu de Gandhi que contém parte da história, objetos de Gandhi (incluindo a peça de roupa que ele usava no dia em que foi assassinado), um filme e muitas fotos e frases de Gandhi. Levamos pouco mais de uma hora para percorrer o museu e depois demos uma volta pelos jardins onde visitamos um dos monumentos a Gandhi – são dois monumentos, esse que fica DENTRO do museu e outro que fica alí pertinho dentro de um parque e no local exato em que Gandhi foi cremado.
O monumento que fica dentro do museu convida os visitantes a caminhar pelos últimos passos de Gandhi. Uma homenagem triste, porém maravilhosa. Esse foi o pedaço que mais curti da visita, e que mais me fez refletir. Deixamos a visita ao local de cremação de Gandhi para uma próxima ida a Delhi, mas quem quiser pode caminhar até lá – fica bem pertinho mesmo.
Templo Gurudwara Bangla Sahib
Nossa última parada do dia foi no templo Sihk Gurudwara pertinho de Connaught place. Esse é um dos principais templos Sihks de Delhi e um dos mais bonitos. O Sihkimos é uma das religiões mais antigas da Índia e uma das que mais me encantou ao longo da viagem. Os Sikhs são um povo ultra solidário e repleto de costumes espirituais maravilhosos.
Para entrar no templo – a entrada é grátis e pessoas de todas as religiões são bem vindas – deve-se tirar os sapatos e cobrir a cabeça com paninhos fornecidos pelo templo (quem preferir pode usar seu próprio lenço). Os visitantes estrangeiros podem deixar seus sapatos em uma salinha especial, já os indianos deixam na porta do templo. Depois disso há um pequeno ritual de lavagem dos pés – muitos dos sihks fazem uma lavagem ultra caprichada, já que pelo que entendi, a água é parte sagrada da religião. Para nós apenas passar por uma “piscininha lava-pés” foi o suficiente.
O interior do templo é bem bonito e enquanto estávamos por lá, estava rolando uma cantoria interessante. Saindo da parte interna do templo há uma lagoa sagrada para os Sikhs chamada de Sarovar. Havia muita gente sentada em volta dela, simplesmente curtindo o solzinho de final de tarde, e foi o que fizemos. Depois de dar a volta no lago vimos que todos os visitantes recebem uma espécie de pão e que quem quiser está convidado a almoçar na cozinha do templo. Ficamos com receio de comer por lá e ter dor de barriga, mas dias depois, no Norte da Índia, conheci um grupo de pessoas que já havia almoçado por lá e ninguém teve problema. A comida é grátis e todos são bem vindos para o almoço – o templo recebe 8000 pessoas para o almoço todos os dias – e quem quiser pode ajudar na limpeza ou em outra tarefa. Achei BEM legal o costume.
Depois do passeio, voltamos para o hotel, compramos umas últimas coisinhas no mercado de Karol Bagh e fizemos as malas. No dia seguinte e Fabi seguiria para o Brasil, a Anja iria para o Nepal e eu iria para um retiro espiritual em Rishkesh (norte da Índia)
Última dica do post: Do centro ao aeroporto de Delhi
Vários indianos tentaram nos convencer que a ida ao aeroporto de Delhi de metrô + trem era muito complicada e que era melhor pegar um táxi. A Namita foi a única que disse que o trajeto era BEM fácil e que era só sair bem antes para não ter problemas. A ida foi hiper fácil, indolor e economizamos uma super grana no táxi e ainda chegamos BEM antes da hora. Recomendo MUITO a ida de metrô!
Contrate um seguro viagem
Uma viagem exótica e tão diferente culturalmente como essa pede um seguro viagem! Não caia na besteira de não contratar por não ser obrigatório, pois imprevistos acontecem (e você já ouviu falar em Lei de Murphy?)
Recomendamos um seguro com boa cobertura, que cubra tudo no ato, evitando a burocracia com reembolso. Nós usamos a Seguros Promo para fazer nossas contratações de seguro viagem, pois eles comparam as melhores apólices disponíveis no mercado, nos apresentando uma listagem, poupando (e muito) o nosso tempo.
Clicando aqui e inserindo nosso cupom IDEIASNAMALA5 você ganha 5% de desconto na compra do seu seguro viagem.
E aí, animou com este roteiro de Delhi?
Alguém aí já foi para Delhi e quer deixar umas dicas?
E se você tiver perguntas, deixe um comentário! 🙂
Veja também:
- Nova Delhi: Chegada do aeroporto ao centro
- Índia: pra ler antes de viajar
- Índia: Meu roteiro e cidades visitadas
- Índia: Como é a vida eo roteiro em um Ashram
- Índia em 10 experiências inesquecíveis
- Índia em 10 experiências caóticas porém divertidas
- Caindo na desgraça do horário indiano
Outras cidades da Índia
Viaje sem stress
✅ Faça seu seguro de viagens
E para ficar por dentro de todas as novidades do Ideias na Mala, siga nosso instagram!
[instagram-feed]
Olá Mari!
Estou indo para Índia mês que vem e ficarei exatos 4 dias em Deli. Minha duvida é, se eu visitar esses mesmos lugares que você passou utilizando taxi para ir de um ponto ao outro, vale a pena financeiramente? Ou ideal seria utilizar metro e onibus?
Obrigado!
Oi William, o metrô é bem mais barato que táxi ou tuk tuk – e vale falar que na hora do pico também é consideravelmente mais rápido!
Eu misturaria os meios de transporte.
Abraços e aproveite a Índia!
Olá! Excelente roteiro, muito bem explicado. Entretanto, tenho dúvida em relação a uma questão:
-Por pessoa, quanto custa ($$$) esses 4 dias apenas de passeios, locomoção e translado em Delhi (sem hospedagem)?
Oi Eduardo,
Infelizmente não anotei os gastos dessa viagem, e como já faz quase um ano, não consigo me lembrar.
Infelizmente não conseguirei te ajudar nessa.
Abraços