Em casa do outro lado do mundo

Há alguns anos atras, ainda nos tempos de colegial da escola, tive a chance de fazer um intercâmbio um pouco diferente. Enquanto o pessoal da minha classe optava por países mais comuns como Estados Unidos e Austrália, eu escolhi ir para o Japão.
Sempre que ouço a pergunta “por que Japão?”, respondo com outra pergunta, mas porque não Japão? O fato é que nós Brasileiros não descendentes de Japoneses sabemos muito pouco sobre esse pequeno arquipélago do outro lado do mundo. Sabemos dos vulcões, terremotos e tsunamis. Sabemos da quantidade enorme de pessoas que disputam uma vaga no metro em horário de pico, que se alimentam de peixe crú, bebem chá verde e que sei lá, tem o estranho costume de andar por aí vestindo kimono e sandalias de dedo…
E foi assim que achando que sabia um pouco e sabendo muito menos do que achava fui parar no Japão onde fui incrivelmente bem recebida por pessoas maravilhosas que não perderam uma oportunidade de me ensinar tudo o que podiam e sabiam. E quer saber, eu não podia ter escolhido melhor.
Meu intercâmbio foi um intensivão de aprendizado, assim que deixei a barreira da língua para trás enfrentei uma serie de barreiras culturais, que ao mesmo tempo que são dificies, são lindas. Recebi convites diversos, de festival de dança a jogo de baseball, de aula de taiko (tambores japoneses) a cerimonia do chá, de treino de arco e flecha (kyudo) a aula de caligrafia. Feliz da vida aceitei a todos os convites sem nem pensar duas vezes, fosse para varrer templo as 5:00 da matina, fosse para carregar as sacolas de compra de supermercado da minha tia mais velha eu topava todas.
Família foi uma das partes mais importantes do meu intercâmbio, desde o inicio me senti muito bem acolhida e aos poucos fui conquistando meu espaço até me tornar um membro da família. E como mãe é mãe em todo o lugar do mundo, ela carinhosamente se engajou em me ensinar tudo o que podia e sabia, não só sobre a cultura Japonesa, mas também sobre a vida. Meu deu broncas quando precisei e elogios quando mereci.

Hoje, de quando em quando, me sinto na total responsabilidade de ligar para o Japão e contar como estou e saber como elas estão (minha família japonesa é um verdadeiro clube da luluzinha: mãe, tia e Irmã.)
Hoje quase 8 anos depois do intercâmbio, essa mesma família me recebe com o mesmo entusiasmo e dedicação. É a segunda vez que os visito depois do meu intercâmbio e pela segunda vez sinto essa sensação de estar em casa a quilômetros e quilômetros de distancia. Dessa vez trouxe meu pai Brasileiro para conhecê-las, misturar um monte de japinhas pequenas com meu pai, uma grandalhão com mais de 100 quilos que não fala uma palavra de japonês foi uma experiencia antropológica genial. Nossos jantares estão forrados de comida gostosa, de lembranças boas e de novidades. É muito bom reencontrar pessoas queridas, melhor ainda estar em casa.

É por isso que sempre digo, intercambio é uma experiencia única, seja para onde for, quem tiver esta oportunidade abrace com carinho e viva um dos melhores anos da sua vida!

 

 

mari vidigal
mari vidigal
Mari é editora do Ideias na Mala há 14 anos e mora na Califórnia. Já visitou dezenas de países e explorou boa parte dos Estados Unidos com seus filhos Tom e Caio. Sua paixão? Viajar com o motorhome Rocky e colecionar Springs na Flórida. Mari é conhecida pelos seus roteiros super completos dos principais destinos da Europa (sim! Tem roteiro de Paris, Madri, Londres, Portugal e Amsterdam) e pelo conteúdo mais completo da Califórnia, Flórida e Las Vegas entre os sites de viagem do Brasil. Em 2021 recebeu o prêmio IPW Travel Awards, um dos maiores prêmios de jornalismo de viagem, e em 2024 foi finalista do prêmio Europa de Comunicação.

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Comentários:
Avatar Yumi disse:

pode falar mais sobre o rotary e empresas especializadas???, e na sua opinião qual melhor dos 2?

mari vidigal mari vidigal disse:

Oi Yumi,
Tudo bem?
Essa é uma resposta muito difícil. Acho que tudo depende um pouco de que tipo de intercâmbio vc quer fazer.
Os prós do Rotary são o custo e o fato da família hospedeira te receber porque quer e não porque tem. 🙂
O contra é vc não poder escolher que país vai visitar.

Abraços

Avatar Lajos Onodi Neto disse:

Gostei muito do seu post! Estudo japonês desde que tinha 14 anos,hoje tenho 20,mas desde que me entendo por gente estudo a cultura desse país que por motivos que nem eu entendo me atrai tanto. Esse ano decidi fazer meu intercambio,vc foi por alguma empresa especializada ou pelo Rotary?

Agradeço desde ja pela atenção.

mari vidigal mari vidigal disse:

Rotary!

Avatar shirlei fugii disse:

Olá ,
Fala-se muito entre os brasileiros que japones é frio.
Sua estadia no Japão , em casa de japoneses, prova que eles não saõ frios.
obrigada , seu post muito bom.
Shirlei de Mie Ken, Japan.

Avatar Ana Paula Vidigal disse:

Irma!adorei o texto!realmente tudo oq você disse nao deixa de ser pura verdade!bj Ana

Avatar Henrique Misawa disse:

Mari, adorei seu depoimento! bjs!

mari vidigal mari vidigal disse:

Oi Henrique, obrigada pela visita!!!
Quero fazer um post sobre o intercambio de jovens do Rotary, e para esse pedirei sua ajuda, tá?!
Beijos
Mari

Avatar Vera disse:

Que delicia, Mari!! Adorei esse post e vou com vc para o Japao na proxima visita, ta?

mari vidigal mari vidigal disse:

Oi Vera,
Obrigada pela visita!
Tem mais um montão de posts vindo por ai!
E quanto a próxima viagem… eu topo, claro. Mas do jeito que a coisa vai teremos que fazer uma excursão… hahahah
Beijos,
Mari