Índia: O que fazer em Bikaner
Bikaner é a porta de entrada do Rajastão na Índia e uma cidade bem interessante. Nesse post dividirei com vocês dicas do que fazer em Bikaner, onde ser hospedar e um pouquinho do que vi e vivi por alí. Vem comigo?
Atrações em Bikaner
Bikaner foi nossa segunda parada na Índia e nossa porta de entrada ao Rajastão, um estado que exploraríamos e nos apaixonaríamos nos próximos dias.
O jeitão de Bikaner
Uma combinação de terra batida, asfalto ralo e muita poeira formam as ruas discretas do centro de Bikaner, uma cidade muito menos turística que suas irmãs famosas do Rajastão: Udaipur, Jaipur, Jodhpur e combina um jeitão interiorano com um “Q” bem forte de deserto. A cidade tem muitos hotéis, especialmente na área central, mas diferente de outros cantos da Índia, aqui dá para andar sossegado sem sem chamado o tempo todo por locais vendendo coisas ou oferecendo serviços. Vacas para todo o lado, tuktuks, jipes, camelos e se você estiver por lá na época casamenteira, animados casamentos de rua com direito a noivo montado em cavalo e procissão.
Quantos dias em Bikaner?
Tivemos duas noites e dois dias na cidade. Na primeira fizermos um Safari de camelos com direito a acampamento no deserto, e na segunda ficamos hospedados no centrinho de Bikaner bem perto do Forte Junagarh. Foram duas experiências BEM diferentes e especiais. O safari no deserto nos deu a chance de conhecer os pequenos vilarejos em torno de bikaner, e de dormir uma noite no meio do deserto. Já a experiência na cidade nos deu a chance de colocar os pés no Rajastão por uma cidade muito menos turística e comercialmente explorada que as próximas paradas da cidade. Comemos comida de rua (e não tivemos nenhum problema e nem dor de barriga. UFA!), visitamos o Forte de Bikaner (que é lindo e bem preservado) e o Templo do Rato, um dos lugares mais nojentos – e ao mesmo tempo interessantes que já pisei.
Como chegar?
Bikaner está conectada as grandes cidades indianas (Delhi, Jaipur, Agra, Calcutá e et…) por linha férrea. Veja detalhes da viagem entre Delhi e Bikaner em trem noturno nesse post.
Onde ficar?
Nosso hotel em Bikaner, o Hotel Bhairon Vilas era simples – categoria 3 estrelas indianas – mas bem bonitinho. Um antigo palácio, com quartos amplos, um bem diferente do outro e todos decorados com mobiliário interessante. O banheiro poderia ser mais moderno (e melhor limpo, depois de alguns dias na Índia você percebe que hotéis que não sejam 5 estrelas tem um padrão de limpeza MUITO ruim para o que estamos acostumados).
Mas essa é a minha única reclamação do hotel, que tem uma excelente localização, vistas incríveis do Forte e da cidade, jardim caprichado, uma lojinha linda e até piscina. As diárias custam entre 25-40 dólares por noite.
O que fazer em Bikaner?
As atrações turísticas de Bikaner são bem espalhadas, e ao menos que você planeje tudo com antecedência, e organize seu transporte -lembrando que na Índia as coisas atrasam – você terá que fazer escolhas. Récem chegada de um Safari no deserto, resolvi não correr muito e visitar apenas o Forte Junagarh e o templo do rato, mas gostaria de ter visto o templo Jain Bhandasar.
Forte Junagarh
O Forte de Bikaner é bonito e muito bem preservado. O complexo contem uma área fortificada, jardins, alguns museus com objetos dos marejas que governaram a região – tem até avião – e um palácio residencial bem bonito composto por diversas camaras decoradas em estilos diversos.
A visita leva entre 1-2 horas, e tem várias oportunidades de fotos bem bonitas e repletas de detalhes arquitetônicos lindos e bem preservados.
Isso sem falar nas vistas no alto do templo. Repare que a área irrigada do Forte é a única da cidade que contém grama e que o resto com excessão de algumas árvores resistentes é bem desértico.
Afastados do centro da cidade:
Karni Mata Temple: o templo do Rato
20,000 roedores dentuços alimentados e tratados como divindades se espalham pelo templo Karni Mata. Reza a lenda que os ratos são a reincarnação de Karni Mata e seus descendentes, e assim devem ser venerados.
O templo é local de oração, e assim é necessário entrar descalço (de meia tá valendo) e fazer silêncio (não pode berrar de medo dos ratos ou te tiram de lá). Caso um dos roedores decida subir no seu pé (o que raramente acontece) o sinal é visto como boa sorte, e caso veja pessoas tentando encostar ou dividir comida com um dos ratos, não estranhe que também é sinal de boa sorte. ECA! E caso consiga enxergar um dos poucos ratos brancos pode se sentir ainda mais sortudo!
O templo cheira forte, mas não dá para negar que é uma experiência no mínimo diferente. Tentei não encostar em nada e nem ninguém e joguei minha meia direto no lixo! Mas encarei o templo sem berrar e nem fazer cara feia. Que experiência antropológica!
Como chegar? O templo fica a 32 Km do centro de Bikaner e o jeito mais prático é combinando um jipe ou Tuktuk (demora!)
Safari de Camelos
Seja em Bikaner, Jaisalmer ou Pushkar um Safari de Camelos (ou de dromedários como foi meu caso) é uma experiência interessante e que merece ser vivida. Bikaner não tem dunas de areia branquinha como Jaisalmer, mas tem vilas minúsculas no meio do nada e um contraste interessante. Isso sem falar na experiência de acampar no deserto que é bem legal.
A seguir posts que vão ajudar que pretende viver algo parecido:
- Dicas práticas para quem quer fazer um Safari de Camelos em Bikaner
- Veja em detalhes como foi a minha experiência no safari
Jain Temple Bhandasar
Jainismo é uma religião indiana bem antiga e bem diferente para nós ocidentais. A religião partilha alguns princípios com o Budismo e com o Hinduísmo e tem cerca de 4 milhões de devotos na Índia. Segundo o jainismo, os devotos devem combater as paixões do mundo – esse é um processo gradual e que ocorre em etapas – de modo a alcançar a libertação. Os monges jainistas são nômades, tem cabeça e pelos do corpo raspados e cobre-se apenas com um pedaço de pano branco, eles caminham pelas comunidades da Índia recebendo comida e praticando o desapego.
Várias cidades indianas tem templos Jainistas bem bonitos, Bikaner tem dois templos jainistas sendo o Templo de Bhandasar o mais interessante deles. Se religiões diferentes é um assunto que te interessa. Vale a visita, eu não consegui visitar e me arrependo.
National Research Centre on Camel
Se você não tem tempo (ou vontade) de experiências um safari de camelos/dromedários, mas gostaria de interagir com eles (ver, montar, ou aprender um pouco mais sobre a importância da espécie no deserto, visitar o Centro Nacional de Pesquisas de Camelo pode ser uma experiência interessante. Aqui turistas podem acompanhar o trabalho dos pesquisadores, ver de perto diferentes espécies de camelos e dromedários e até tomar sorvete de leite de camelo.
Como optei pelo safari, não visitei o centro e portanto não sei as condições das instalações e nem o quanto o passeio vale a pena, mas as reviews do trip advisor são boas, e aparentemente o tal do leite de camelo faz um super sucesso.
Aberto todos os dias das 14:00 às 18:00
O casamento Indiano
Visitamos Bikaner durante a estação de casamentos e acompanhamos um pouco da festa nas ruas da cidade. No casamento que vimos, todos estavam contentes menos o noivo (sinal, que era um casamento arranjado – como continua sendo o caso na maior parte dos casamentos da Índia). Ele vinha sentado em um cavalo branco, enquanto o resto das pessoas vinha em bloco – como se fosse um bloquinho de carnaval. Com direito a muita música e dança.
Quando o bloco passou por nós, fomos convidados a participar da celebração e dançar com eles, e só não fomos para o casamento porque alguns senhores indianos pouco respeitosos não paravam de apertar nossos bumbuns e ficamos receosas que algo pudesse dar errado.
De qualquer forma, deu tempo de fazer um pequeno vídeo e tirar fotos de um pouquinho do que vimos/vivemos. Foi bem divertido!
E aí, se animou para visitar Bikaner?
Alguém aí já visitou Bikaner e tem mais dicas para este post?
Veja também:
Sobre a Índia:
- Índia: pra ler antes de viajar
- Índia: Meu roteiro e cidades visitadas
- Índia: Como é a vida eo roteiro em um Ashram
- Índia em 10 experiências inesquecíveis
- Índia em 10 experiências caóticas porém divertidas
- Caindo na desgraça do horário indiano
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