Costa Amalfitana: Ilha de Capri
Rochedos fotogênicos, grutas encantadas e um mar em 1000 tons de azul. A ilha de Capri na Costa Amalfitana é um desses lugares que vai te conquistar em pouco tempo e te deixar morrendo de vontade de voltar.
Neste post divido com vocês os detalhes da nossa visita em Capri, um post repleto de fotos e dicas para quem vai visitar Capri. Pronto para se encantar?
Ilha de Capri
Numa manhã cinzenta e com cara de poucos amigos nos despedimos de Sorrento e pegamos o ferry rumo a Capri. Emoções dividas, se por um lado estávamos ansiosos para desbravar a ilha, o mal tempo e a baixa temporada nos lembravam que poderíamos encontrar condições parecidas as que encontramos em Positano e Ravello – cidades dormentes esperando o inicio da próxima temporada. Conforme os contornos de Capri iam tomando forma, e o mar ia revelando seus tons azulados íamos deixando o receio de lado e deixando a ansiedade nos contagiar.
Aos poucos Capri, a penúltima parada do nosso giro pela Itália, foi nos conquistando e nos mostrando o porque de sua merecida fama. Que lugar lindo e que vontade de voltar!
Veja também: Roteiro de 15 dias na Itália: Costa Amalfitana, Roma e Toscana
O Ferry: De Sorrento a Capri
Durante a baixa temporada há poucas alternativas para quem deseja chegar a Capri. As rotas mais comuns são Nápoles (~50 minutos de travessia) e Sorrento (20 minutos de travessia). O trajeto é feito em uma dessas balsas grandes bem feiosas e custa em torno de 18 euros por pessoa (o preço da travessia varia conforme o horário e a velocidade do barco). Nos fizemos a ida por Sorrento e a volta por Nápoles e foi uma ótima dobradinha.
Chegada em Capri
A viagem entre Capri e Sorrento passou rápido, tão rápido que peguei no sono e nem vi. Acordei com o Gustavo avisando “estamos chegando” e como criança corri para o convés para olhar para a ilha e fotografar. O que vi? Um mar, que apesar do dia cinza, não parava de exibir seus degrades de azul, rochedos espalhafatosos e casas debruçadas nas montanhas (nada parecido com o estilo cubista de Positano). Não dá para negar que é uma chegada impactante.
Com a baixa temporada, a Marina Grande de Capri – onde aportam os barcos vindos do continente – estava pouco movimentada, mas as lojas estavam abertas e os barqueiros tentavam a sorte com os poucos turistas presentes “quer fazer passeio?”
Ignoramos os barqueiros e seguimos para o quarto que alugamos na parte alta da cidade. Para subir a Capri, compramos os bilhetes do funicular (1,80 Euros – de 15 em 15 minutos). A linha de funicular nos deixou na pracinha central de Capri, onde há um terraço com uma vista caprichada da ilha, algumas lojas chiques, muitos cafés e restaurantes.
O terminal de ônibus que conecta a praça principal de Capri e os principais pontos da ilha, fica a poucos metros da praça, e nossa hospedaria ficava bem alí, entre a praça e o mini terminal.
Apartamento Dolci Vita
Com a baixa temporada, grande parte dos hotéis de Capri estavam fechados e nossas possibilidades eram BEM limitadas.
Assim o Apartamento Dolci Vita foi um ótimo achado. Nosso quarto, apesar de pequeno, era muito bem decorado e a localização não poderia ser melhor. Pode ser que durante a temporada o centrinho fique um pouco barulhento, mas para uma ou duas noites é uma ótima pedida.
O dono apartamento é um italiano figurão desses que fala mais que a boca e que fez questão de nos mostrar no mapa cada coisinha que deveríamos visitar na ilha. É claro que não teríamos tempo de ver tanta coisa em tão pouco tempo, mas não posso negar que as dicas do cara foram valiosas.
Volta a ilha, o famoso: giro dell’isola
Chegou a hora de começar o passeio de verdade, bora dar uma volta na ilha?
Com o tempo feio (sim, já reclamei dele antes, né?!) a nossa ideia era embarcar num desses passeios coletivos mesmo (que custam 15 Euros por pessoa) e na hora decidiríamos se queríamos ou não passar pela gruta azul, a grande dúvida da viagem.
Só que devido a baixa temporada não havia nenhuma saída programada para os próximos dias, o jeito seria cacifar um barco particular. Meu lado mão de vaca resmungou um pouco, mas não dava para sair de Capri sem ver as paisagens da ilha, dava? #Bancamos
Ah, e falando em Gruta Azul, ela também estava fechada. Na teoria fechada devido a maré alta, na prática fechada porque a baixíssima temporada não é rentável pelos que comandam o passeio. E como tínhamos muita dúvida entre fazer ou não o passeio (leia este post divertido do VNV ) foi bem fácil de resolver 😛
Negociação brava
De volta a volta a ilha, enquanto pensávamos “vamos-não vamos”, um dos barqueiros se dirigiu até nós oferecendo o passeio de volta a ilha, haviam duas modalidades passeio: o passeio de meia volta 80 Euros e volta completa 120 Euros (3 horas de duração). Ele adiantou que a Gruta Azul estava fechada e que recomendava o passeio menor.
Eu queria pagar 60, ele queria cobrar os 80 e no final fechamos por 70 (ele disse que se eu não me divertisse poderia pagar os 60, mas no final foi divertido, o cara era gente boa e levou os 70). Já no barco ele nos ofereceu a volta completa por 100, mas com meia volta já estávamos bem satisfeitos.
A volta a ilha
Nosso barqueiro se chamava Mario Valente, um figurão contador de histórias que nos mostrou e explicou tudo com carinho. Ele disse que nos meses mais quentes a graça de alugar um barco privado é parar nos cantinhos mais especiais – e mais vazios da ilha para mergulhar. Fiquei com vontade de repetir o passeio.
Durante o passeio passamos por uma serie de pequenas grutas, passamos pro dentro dos Faraglioni, a formação rochosa mais famosa de Capri e vimos muitas casas e vilas caprichadas. A cor da água impressiona, e sem dúvida um dia de sol teria feito toda a diferença.
A Marina Piccola
Chegando na Marina Piccola o Mario nos perguntou se queríamos descer ou se voltaríamos com ele para a Marina Grande. Decidimos descer e caminhar até o centro.
A caminhada foi ok, se a Via Krupp estivesse aberta teria sido bem mais interessante, mas por dentro foi bem ok, o que valeu mesmo foi namorar o azul das prainhas de Marina Piccola.
A Piazzeta de Capri
De volta a pracinha central da cidade, a Piazzeta de Capri ou simplesmente “piazza” como os locais a chamam, namoramos a torre do relógio, visitamos a igrejinha da cidade e comemos um panini em um dos cafés (vale falar que em Capri, e em grande parte da Itália, o preço para comer nas mesas do restaurante chega a ser 4 vezes mais caro do que o preço para levar ou comer em pé no balcão). A comida não estava grande coisa, aliás nada do que comemos em Capri estava grande coisa, longe a pior experiência gastronômica da viagem (reza a lenda que durante a temporada há muitas boas opções abertas).
Depois disso brincamos de nos perder pelas ruelas labirínticas do centro até chegarmos a Via Camerelle (rua das lojas famosas e que estavam completamente fechadas ) e de lá seguimos para os Jardins de Augusto.
Jardins de Augusto e Via Krupp
A volta a ilha nos mostrou um pedaço lindo de Capri e todo o potencial dos tons de azul do oceano, mas nada tão bonito e tão especial quanto as vistas do Jardim de Augusto, e o passeio que faríamos em seguida.
Aquele cantinho fotogênico, com canteiros de flores impecáveis mesmo durante o inverno me arrancou um par de suspiros. Lá do alto vimos a Marina Piccola e as curvas hiper fotogênicas da Via Krupp (construídas por Friedrich Alfred Krupp para embelezar o trecho que conecta a Marina Piccola ao centro de Capri). Parte da via sfreu um desmoronamento e está sendo reformada por isso tivemos que nos contentar com as vistas lá do alto.
Do outro lado do Jardim estão os rochedos Faraglioni, que também ficam bem bonitos vistos do alto.
Mirante do Il Faraglioni
Encantados com as vistas do jardim continuamos a caminhada pela Via Tragara que beira a costa de Capri e que tem vistas lindas da Costa e fomos parando sempre que aparecia algo lindo para admirar ou fotografar. Um dos mirantes mais caprichados desse trecho tem uma vista especial para o Faraglioni.
Villa Malaparte
Ainda pela Via Tragara chegamos bem pertinho de uma das vilas mais íconicas de Capri, a Villa Malaparte. Opinião de quem entende lhufas de arquitetura: que judiação construir um treco feio desses numa vista tão linda #ProntoFalei.
Trilha de Pizzolungo
Continuamos a caminhada pela trilha de Pizzolungo – sempre margeando a costa – brincando de subir e descer escadas até chegarmos ao arco natural. No caminho passamos por algumas escadarias (são ao todo 750 degraus) e uma pequena gruta, a Gruta di Matermania (estudos arqueológicos revelam que possivelmente esta pequena gruta foi usada para rituais de fertilidade)
O Arco Natural
O “Arco Naturale” é uma dessas rochas gigantescas com um buraco no centro, a rocha que sofreu uma erosão bem severa, quase desmoronou, e está passando por uma reforma braba para voltar a ser um dos cantinhos mais fotografados de Capri.
E como no inverno escurece cedo, dali seguimos para o centrinho de Capri em busca de algo gostoso e bem quentinho para comer. O dono do nosso hotel nos recomendou dois restaurantes que acabamos não visitando porque o menu não nos agradou e acabamos nos dando mal a beça. Mais uma refeição cara e ruim. É… a gastronomia de Capri definitivamente não marcou nossa visita.
Até a próxima
No dia seguinte cedinho tomamos a balsa rumo a Nápoles, até ficamos com vontade de ignorar os planos napolitanos e passar o dia (que por sinal estava bem mais bonito) curtindo a ilha e visitando Ana Capri, mas decidimos seguir em frente e deixar pra uma próxima. Quem sabe um dia a gente volta!
O que faltou visitar
Gostei muito da nossa visita a Capri e das nossas escolhas, mas caso tivesse mais tempo (e considerando que tudo estivesse aberto) eu gostaria de:
- Visitar Ana Capri
- Visitar a Certosa di Giacomo (que fechou pouquinho antes de chegarmos nela)
- Subir ao Monte Solaro e passear de teleférico
- Fazer o passeio pela Gruta Azul
- Conhecer a Villa San Michele
- Ver as vistas do alto da Villa Jovis
- Visitar punta Carena e o farol
E aí, curtiu as dicas?
Alguém aí já foi para Capri e quer dividir com a gente o que achou?
Marina, comecei a ler e não havia reconhecido a origem do texto. No meio da leitura, pensei: cara da Marina. No meio, li ” Gustavo me acordou” . Fui acima e confirmei: idéias na mala. Competência precisa de aplausos. Parabéns.
Obrigada 🙂