Monte Koya: Como é dormir em um templo no Japão
Saiba como é dormir em um templo no Japão, um post detalhado com todas as dicas sobre a experiência de dormir em um templo budista em Monte Koya. Vamos nessa?
Como dormir em um templo no Japão?
Se hospedar em um templo Budista é uma verdadeira imersão cultural e espiritual ao universo Japonês, uma dessas experiências que elevam o patamar da sua viagem e deixam memórias para a vida toda. A experiência inclui uma noite nos quartos de tatami do templo com jantar e café da manhã típicos, banho tradicional japonês, meditação e se você der sorte, alguma celebração especial.
Diversas cidades no Japão, especialmente as cidades de peregrinação religiosa, oferecem a “shukubo” que é o nome dado a essa experiência. Koyasan (Monte Koya), nas aforas de Osaka, é um dos destinos mais procurados de quem pretende dormir em um templo no Japão, e o bacana é que os templos da região estão bem acostumados a receber estrangeiros.
Como escolher o templo?
Há mais de 100 templos em Monte Koya, dos quais, mais de 50 estão abertos para receber turísticas e peregrinos que querem dormir em um templo no Japão. Muitos desses templos estão disponíveis pelo site Japanese Guest Houses que mostra detalhes dos templos e avaliações dos turistas que se hospedaram por lá. Vale também consultar as avaliações do Trip Advisor.
As acomodações: como são os quartos e banheiros nos templos
Em geral, os templos oferecem acomodações simples em quartos de tatami, banheiro coletivo com banho em estilo tradicional e café da manhã e jantar preparados em estilo tradicional. Como as paredes são de papel, o templo tem a flexibilidade de fazer quartos menores ou maiores dependendo do tamanho do grupo. Nós viajamos em um grupo de três e dormimos juntos.
As camas são os tradicionais futons japoneses, que em geral, são bem confortáveis.
Pitaco da Mari: Alguns templos mais turísticos tem refeições ornamentadas e banheiros individuais. Mas quer saber? Se é para curtir a atmosfera do templo e vivenciar a cultura, eu abriria mão do banheiro individual em pró de uma experiência mais real, mas deixo essa decisão para você.
Os banheiros
Uma das graças da hospedagem em um templo, ou em um tradicional Ryokan, é a chance de tomar um banho tradicional em banheira coletiva – homens de um lado, mulheres do outro. Antes de entrar na água comunitária, é preciso se lavar bem (em geral há shampoo, condicionador e sabonete líquido comunitário) em pequenos chuveiros com banquinho. Deixe a frescura de lado e experimente este banho tradicional, é super legal!
A programação do templos
Em geral não se fala muito inglês nos templos e a comunicação é com base em mímicas e em um folheto explicativo recebido na chegada. Falando em chegada, o ideal é chegar antes das 17:00, já que às 17:30 começa a primeira meditação da programação.
Durante a nossa estadia no templo Rengeoin, tivemos a sorte de compartilhar a estadia com um grupo de turistas que viajava com guia, assim pegamos carona em várias boas explicações, não conte com essa sorte e espere uma ligeira dificuldade para se comunicar, mas pode ficar tranquilo que no final dá tudo certo!
Nossa experiência dormindo em um templo no Japão
Quando começamos a planejar nossa viagem pro Japão, lemos sobre a possiblidade de dormir num templo budista. O Rick foi o que mais se empolgou e logo nós também topamos. Escolhemos o templo Rengejoin meio que aleatoriamente pelo site Japanese Guest Houses e foi uma ótima surpresa.
Chegada no templo e instruções iniciais
Chegamos no templo por volta das 17:00, deixamos nossos sapatos na entrada, pegamos um chinelo do templo, e em seguida recebemos uma breve instrução e os horários das atividades. Nossa primeira atividade foi a celebração noturna que começou às 17h30.
Nossa primeira meditação japonesa
Um monge explicou como deveríamos fazer pra meditar e qual era a posição ideal (pernas cruzadas com a direita por cima, mão direita sob a esquerda com os polegares se tocando e formando um arco e espinha ereta como um bambu) e como respirar (inspirar pelo nariz e expirar profundo pela boca). Isso durou até o incenso parar de queimar, ou seja, cerca de 40 min. Apesar de não sentirmos nossas pernas no final, a sensação de paz era inexplicável.
Tivemos a sorte de compartilhar a visita com um grupo que tinha um guia, assim nossa meditação foi sendo traduzida do japonês para o inglês e foi perfeito porque entendemos tudo e a meditação fez sentido.
A comida no templo
Em seguida fomos jantar, o jantar era vegetariano, um tipo de comida tradicional servida pelos templos que se chama “Shojin-Ryori” , cozido sem cebola, alho,e segundo o monge, uma comida sagrada. A apresentação é caprichada e a comida é bem gostosa com direito a cogumelos variados, tofu, e sopa com noodles, achamos a quantidade boa e definitivamente não passamos fome.
A cerimônia do fogo
Após o jantar tivemos a sorte de participar de uma cerimônia especial, e exclusiva daquela noite e foi simplesmente emocionante.
A cerimônia do fogo foi conduzida por um só monge, as vezes em silêncio e as vezes cantarolando um mantra, e fazendo movimentos com as mãos. Primeiro ele montou a mini fogueira com pedaços de madeira. Em seguida colocou fogo e foi alimentando a fogueira com outras lascas, folhas. Enquanto isso ele batia nuns potinhos e jogava o que ele pegava de dentro dos potinhos com uma pinça no fogo… entendi que era como se ele queimasse e levasse embora coisas que não serviam mais, mas não teve explicação nenhuma. Seja como for, a experiência foi incrível.
O banho japonês
Depois fomos tomar banho no melhor estilo japonês. Homens de um lado e mulheres do outro. Cheguei no banheiro feminino e haviam umas 7 mulheres, todas tomamos banho em silêncio. Já o banheiro dos meninos estava um pouco mais vazio, eles foram separados e ambos interagiram com outras pessoas durante o banho.
O quarto
Dormimos bem cedo numa colcha sob o tatâmi e acordamos às 5h50 pra cerimônia da manhã, seguida pelo café da manha.
Saindo do templo, caminhamos pela cidade e passamos por alguns dos templos mais importantes de Koya San e pelo mausoléu de Kobo Daisihi.
Quanto custa dormir em um templo no Japão?
Nossa estadia no Rengeoin custou 14040 ienes por pessoa já incluindo as taxas (cerca de $125 dólares americanos por pessoa). Há templos mais baratos que custam em torno de 80 USD por noite.
Vale falar que o trem Nankai + teleférico, não incluídos no JR PASS custaram mais 1230 ienes (~11 dólares)
E vale a pena dormir em um templo no Japão?
A experiência foi incrível e saímos de lá com o coração leve, cabeça em paz e corpo descansado. Um jeito incrível de comemorarmos nossos 6 meses de casados! Obrigada Rick por ter feito essa escolha de conhecermos o monte Koya! ❤ ⛩
Como chegar ao Monte Koya?
O trajeto entre Kioto e o Monte Koya leva cerca de duas horas e meia (indo de trem bala) ou mais tempo pra quem vai de trem convencional.
Se você tem o JR pass, pegue o Shinkansen da estação Kioto até Osaka (atenção, Osaka e Shin Osaka são estacões diferentes), quem está sem o JR pass pode pegar um trem convencional. Chegando em Osaka, pegue o trem JR linha JR Loop Line sentido Shin-Imamiya (desça na 5a parada). Dali pegue a linha (Nankai-Koya – bilhete não incluso no JR Pass) até Gokurakubashi, e em Gokurakubashi pegue o bondinho até o alto do Mt. Koya.
Monte Koya (ou Koyasan): Um destino de peregrinação no Japão
Se entre os estrangeiros Monte Koya ficou famoso por ser um dos locais mais comuns para dormir em um templo Budista, para os japoneses, Monte Koya é um de peregrinação no Japão, é o ponto de partida e chegada da peregrinação por 88 templos de Shikoku. Koyasan é a sede da seita Shingon do Budismo, e foi o ponto escolhido por Kobo Daishi para construir o templo Garan, o primeiro dos mais de 100 templos da região. A região também abriga o templo sede da seita Shingon, o Kongobuji e o Mausoléu de Kobo Daishi, o Okunoin. Vale incluir uma visita a pelo menos um destes templos, e ao mausoléu (muita gente visita a noite!) durante a sua visita a Monte Koya.
Quantos dias passar em Monte Koya?
Um dia é mais que suficiente para curtir a experiência de dormir em um templo budista no Japão. Há quem fique mais tempo e troque de templo de uma noite pra outra, pra nós uma noite foi ótimo.
Planeje sua estadia em Monte Koya
Prepare-se para enfrentar um friozinho
Monte Koya fica no alto das montanhas, assim prepare-se para enfrentar mais frio do que no resto do Japão. Sentimos falta de um casaco mais quentinho.
Cerejeiras mais tardias do que no resto da região
As cerejeiras de Monte Koya são um pouco mais tardias que as de Kioto ou Osaka, quem chegar um pouco atrasado em Kioto, tem boas chances de ver árvores floridas em Koya San.
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