Irlanda: perdidos nos “Corofins” do mundo
Viajar sem reservas te da a incrível liberdade de trocar de roteiro a qualquer momento, visitar cidades/ lugares não planejados, mudar e mudar os planos. E assim foi nossa road trip pela Irlanda.
Como estamos em baixíssima temporada nos demos o luxo de viajar sem nenhuma reserva, tínhamos uma ideia de roteiro traçado, mas fomos mudando os planos conforme conhecíamos pessoas em hostels ou liamos algo diferente.
Num dos dias percorremos o maravilhoso Rink of Kerry, uma das estradas mais lindas da Irlanda e do mundo. Fizemos o roteiro devagar, parando de cidade em cidade, e no final do dia, cruzamos o país rumo ao norte. (Um pouco insano dirigir mais três horas para cima depois de dirigir o dia todo, mas nem pensamos nisso). Nossa ideia era dormir bem perto dos Cliffs de Moher para visitar os cliffs de manhã e depois tocar para Dublin.
Nos aproveitamos do fato de escurecer tarde e fomos dirigindo. Quando começou a escurecer e o celular (nosso GPS) começou a dar indícios de que ia morrer, rolou uma mini preocupação. Estávamos há pelo menos uma hora e meia do nosso destino, sem reserva, sem dinheiro vivo (tínhamos dólares e Libras, mas estávamos zerados de euros) com fome em uma estrada ridiculamente deserta no meio do nada. Depois de algum tempo dirigindo na escuridão, passamos por um mini vilarejo com um único pub aberto (que por sorte aceitava cartões de credito). Tomamos um chá, carregamos o telefone, e pegamos indicações de caminho já que não havia um pingo de sinal. (Pena que eles não serviam comida)
Nos “Corofins do mundo”
Dali a uns 40 minutos, chegamos numa pequena cidade chamada Corofin onde encontramos uma pequena hospedaria. Eram 11:30 da noite e a recepção obviamente não estava aberta, mas fomos insistentes, batemos na porta e a moça – com uma cara furiosa – ficou com pena dos dois gringos perdidos resolveu nos receber.
Ela só não sabia que não tínhamos um puto de dinheiro vivo, e quase nos matou quando descobriu. Mas tamanho o desespero que fiz uma oferta irrecusável. Deixaria 50 libras de calção pelos 20 euros e no dia seguinte faríamos a troca (cá entre nós, eu teria pago as 50 libras feliz, mas gostei da ideia de pegar o “troco” no dia seguinte. Ela não gostou muito mais topou). UFA!
E quem diria que encontraríamos um hostel tão bacana em plenos Corofins do mundo?
E a fome?
Mas, ainda estávamos morrendo de fome e obviamente que nos Corofins do mundo, a única coisa que havia aberta era um pub que já estava com a cozinha fechada. E se reza a lenda que cerveja = pão líquido, resolvemos testar. Tomamos um pint que não matou a fome, e convencemos a garçonete de nos servir o que tivesse na cozinha. Ela descolou pães duros e geleia que naquele momento foram como um grande banquete.
Lição para a vida:
Quer viajar sem reserva? Programe-se para chegar ao destino final cedo e tenha sempre dinheiro vivo na mão.
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