Nova York: tour gastronômico por Little Italy e China Town
Sempre que penso em Little Italy, ou China Town, a primeira palavra que me vem a cabeça é comida boa. Adoro as culinárias chinesas e Italianas e já tive excelentes surpresas, me aventurando pelas pequenas comunidades chinesas e italianas pelo mundo afora. Assim, a China Town & Little Italy não poderiam ficar de fora do meu roteiro por Nova York.
Para explorará-las, escolhi o tour gastronômico da Ahoy Food Tours, uma empresa local pequenina que faz tours comilões de 3 horas combinando as duas vizinhanças. Um tour bem local, cheio de histórias, curiosidades e claro, muita comida boa. Vem comigo?
Highlights do tour:
- Comida & Cultura: Explorar alguns dos melhores cantinhos da China Town & Little Italy aprendendo um monte de história e curiosidades sobre a cidade.
- Variedade: De queijos Italianos a autênticos Dim Sums, nosso tour combinou de tudo um pouco.
- Várias dicas de restaurantes e comidinhas para os próximos dias na cidade: No inicio do tour, você receberá um panfleto com dicas de restaurante e cupons de desconto. Tem muita dica boa!
Resumo do tour:
O Tour da Ahoy é uma forma diferente de conhecer os bairros Little Italy e China Town em Nova York. Durante o tour, visitamos cafés, mercadinhos de bairro e restaurantes de comida chinesa. Lugares que visitamos:
- Ferrara Bakery & Cafe
- Alleva Dairy
- Piemont Ravioli Co
- Di Palo’s Fine Foods
- Nom Wah Tea Parlor
- Tasty Dumpling
E começa o tour…
Sábado de sol no bairro Italiano de Nova York, e último dia da festa de San Gennaro. Enquanto as barraquinhas de comes & bebes começavam a preparar seus quitutes perfumados, minha mãe e eu nos dirigíamos ao ponto de encontro do nosso passeio, a Ferrara Bakery & Cafe (195 Grand St, New York) um café para lá de simpático no coração da Little Italy. O tour estava marcado para às 10:30, e as 10:25 já estavam todos lá, prontos para começar a comilança.
Primeira parada: Cannoli no Ferrara Bakery & Cafe
O Ferrara estava lotado, e a quantidade de cannolis recheados e outros docinhos de cara maravilhosa transitando sobre a bandeja de garçons atarefados era incalculável, se o grupo não tivesse completo eu possivelmente não teria resistido a tentação e teria devorado uma daquelas tortinhas de fruta deliciosas cuidadosamente expostas na vitrine antes mesmo do tour começar. [Sorte que não deu tempo porque a comida do tour, foi mais do suficiente para me deixar satisfeita.]
Alana, a guia do nosso tour, nos recebeu com uma bandeja de pequenos cannolis crocantes recheados com uma ricota suave de sabor adocicado e pequenos pedacinhos de chocolate. Não sou muito fã de Cannoli, mas reconheço que serviu para abrir o apetite e me preparar para as delícias que viriam a seguir.
Enquanto devorávamos nossos docinhos, ela fez uma pequena introdução sobre a imigração Italiana nos Estados Unidos, e nos explicou que o Ferrara foi o primeiro Café da cidade, um local que rapidamente conquistou prestigio entre a elite e se tornou um programa popular depois de Óperas.
Hoje o Ferrara é famoso por seus docinhos e cannolis recheados. Um dos doces da casa, o Lobster Tail (uma massa folheada gigante recheada com creme) recentemente apareceu na lista do programa de TV “The Best Thing I Ever Ate”, no Food Network, o que deixou o café ainda mais popular.
Além dos Cannolis que comemos, minha mãe aproveitou a visita para comprar torrones. Ela gostou tanto do que comeu, que devorou a barrinha inteira de uma vez. (Eu detesto torrone, então não vou deixar opinião, tá :P).
Segunda parada: Presunto Parma e Mozzarella no Alleva Dairy
Nossa próxima parada, na mesma rua e quase na frente do Ferrara, foi numa delicatessen chamada Alleva (188 Grand Street), uma loja pequenina e cheia de personalidade que há mais de 100 anos produz algumas das melhores mussarelas de Nova York.
Provamos uma mussarela fresca envolta em presunto de parma. A mussarela quase não tinha sal, o que foi perfeito para combinar com o prosciutto. E o que era aquele presunto Mamma Mia! Fresquíssimo e fatiado do jeito certo, sem comparação com os presuntos que compramos em um supermercado comum. Estava derretendo na boca de tão gostoso! Esse é o típico mercadinho sensacional que jamais teríamos descoberto por conta própria, um endereço legal para abastecer a cesta de picnic (YEP! I am all abou it!) numa próxima viagem a Nova York.
Enquanto devorávamos nosso enroladinho, a Alana nos contou um pouquinho sobre as regiões da Itália que produzem prosciutto: Parma e San Daniele, e sobre o processo de produção da mussarela búfala.
Terceira parada: Pasta Fresca no Piemont Ravioli Co
A terceira parada, foi no Piemont Ravioli (188 Grand Street), uma casa de massas frescas que produz desde 1920 diversos tipos de pasta diferentes.
Provamos uma porçãozinha de Gnocchi com molho ao sugo. Gostei da massa do Gnocchi, mas achei o molho um pouco doce. Quando o assunto é Gnocchi, minha massa preferida, minha régua é muito alta. Poucos lugares do mundo conseguem ultrapassar o gnocchi da minha avó. #ProntoFalei
De todas as parada do dia, eu pularia essa, mas preciso dizer que o pessoal do tour gostou bastante e muita gente levou pacotes de massa seca para cozinhar em casa.
Quarta parada: Queijos e azeitonas no Di Palo’s Fine Foods
De volta ao mundo dos queijos maravilhosos, chegamos a minha parada preferida da Little Italy, a Di Palo’s Fine Foods (200 Grand Street) uma delicatesse Italiana dessas de parar o quarteirão. A casa, de 1910, é toda decorada com embutidos pendurados (patas de proscuito, provolones gigantes e salames dos mais diversos tipos) e rodas de parmesão gigante. E para completar o festival pães perfumados e azeitonas de todos os tipos e tamanhos.
Degustamos dois queijos, um Piave (feito com leite de Cabra) e um Moliterno (variação de pecorino. Produzido com leite de vaca), que a Alana fez questão de ressaltar que eram importados, e explicar onde e como eram produzidos, além de azeitonas bem verdinhas. Amei os queijos, e as azeitonas (detalhe que geralmente não como azeitona nem amarrada!) e saí de lá encantada com o lugar! Lembram daquele picnic futuro que eu comecei a arquitetar no Alleva? Pronto! Agora sei direitinho onde comprar os suprimentos!
E sabe o que eu mais curti? O atendimento. Na Di Palo’s o atendimento é super personalizado, cada um recebe um senha e os atendentes dão um pequeno show, te apresentando queijos e frios variados. A graça é provar queijos diferentes e descobrir pequenas iguarias.
Italian American Museum
Antes de deixar a Little Italy, passamos em frente ao Italian American Museum, que fica na sede de um antigo banco da comunidade italiana (Stabile), o interior mostra um pouquinho do banco e conta fatos interessantes da imigração Italiana, em Nova York. Parece interessante para quem tem bastante tempo, e se interessa pelo assunto.
A Alana aproveitou a fachada do museu para nos contar um pouco mais sobre o desenvolvimento da região, dar dicas de restaurantes locais e contar causos e percalços ocorridos por alí. Assim, nos despedimos da Little Italy e seguimos para a segunda metade do tour: China Town!
Outro museu muito bem recomendado pela Alana foi o Tenent Museum, um museu que conta a história de um edifício de Lower East Side (LES), e dos mais de 700 habitantes que já residiram alí, uma visita guiada que eu fiquei morrendo de vontade de fazer. [Em Sydney, visitei o Sussanah Place Museum que tem uma proposta parecida e AMEI de paixão!]
Rumo a China Town
É impressionante como basta um quarteirão para que os cheiros, sons e estilos mudem completamente. Entramos na China Town de Nova York e rapidamente fomos contagiados por uma vibe completamente diferente. Lojas repletas de quinquilharia, muita gente tentando vender artigos de procedência duvidosa, e dezenas de lojas, restaurantes e cafés. Assim como a Little Italy a China Town está repleta de restaurantes do tipo pega-turista-trouxa, e é tanta coisa junta e misturada, que sem o tour, eu teria tido um pouco de dificuldade de encontrar algo gostoso.
Quinta parada: Dim Sum no Nom Wah Tea Parlor
Essa foi a primeira parada desde o Ferrara Café em que fizemos a degustação sentadinhos. Paramos numa casa de chá e restaurante chinês MUITO gostoso chamado Nom Wah Tea Parlor (13 Doyers Street) e provamos porções generosas de chá de Jasmin e três tipos de dumplin (bolinho chinês) diferentes: Nom Wah shrimp (uma conchinha de camarão que minha mãe amou de paixão) e o os tradicionais “Pork Buns” (Dumplings gigantes recheados de carne de porco) e os Egg rolls (uma versão bombada do bolinho primavera) . Servidos quentinhos e fresquinhos. Essa parada foi sem dúvida o highlight gastronômico do dia. Tudo muito caprichado e saboroso.
Ainda na Doyers Street, a Alana nos indicou um lugarzinho chamado Tasty Hand Pulled Noodle (1 Doyers Street) que serve porções de Noodle de $6,00 também recomendados pelo programa de TV “The Best Thing I Ever Ate”.
Última parada do tour gastronômico: Guioza no Tasty Dumpling
Dali seguimos para o Columbus Park, o coração cultural da China Town, onde imigrantes (e seus familiares) jogam jogos típicos, tocam músicas e praticam esportes. O parque tinha bancos gostosos que serviram de ponto de apoio para nossa próxima degustação, a guioza de carne de porco do Tasty Dumpling (42 Mulbery Street) servida com um molho delicioso de soja com vinagre. Essas guiozas eram completamente diferentes do que provamos no Nom Wah, e bem parecidas com as guiozas brasileiras. Elas vieram quentinhas e muito saborosas.
A Alana aproveitou o clima do parque para nos contar um pouco da história da imigração chinesa, os chineses sofreram anos e anos de preconceito e maus tratos antes de serem oficialmente considerados parte importante da sociedade americana. Hoje, a China Town de Manhattan é uma das maiores China Towns dos Estados Unidos, e apenas uma das muitas regiões habitadas por chineses na cidade. O Columbus Park, palco do nosso picnic vivenciou essa transformação e aos poucos deixou a fama de um dos lugares mais perigosos da cidade para se tornar um ponto de encontro da comunidade. O parque tem uma energia bem gostosa.
A sobremesa: Biscoito de amêndoas do Nom Wah Tea Parlor
Ainda no Columbus Park, recebemos um pacotinho com nossas sobremesas do dia, um biscoito amanteigado de amêndoas do Nom Wan, que tive que guardar para depois. Estava tão satisfeita que tive que recusar o docinho!
Encerrando com um Bubble Tea
Antes de se despedir, a Alana indicou as estações de metrô mais próximas e deu dicas de passeios e lugares para quem queria continuar a jornada. Como estávamos com sede, aproveitamos uma das dicas de casa de chá a Ten Ren’s Tea Time (75 Mott Srteet) para experimentar a versão Nova Yorkina do Bubble Tea (chá com bolinhas de tapioca) que eu tanto amo. Mais uma vez ponto para a Alana, o chá estava divino e o lugar é uma graça!
E vale a pena?
Adoramos o tour, as histórias que ouvimos e achamos que foi uma forma MUITO bacana de explorar a cultura e a comida da Little Italy e China Town. Os lugares que visitamos, e as comidinhas que provamos, sem dúvida nenhuma valeram a experiência. Só achamos 3 horas de tour, um pouco longo de mais, talvez duas horas com menos paradas tivesse sido perfeito. Mas no final das contas, foi uma experiência bem única e que valeu a pena.
Precisa falar inglês?
Sim, sim e sim. A Alana fala bastante e conta muitas histórias bacanas que fazem toda a diferença no tour, sem entender bem inglês, a experiência ficará comprometida.
Uma alternativa para quem não está com o inglês tão afiado é reservar um tour particular. Assim, você terá a Alana só para você e sua família e no ritmo de vocês.
Quanto custa?
O tour custa $51 por pessoa + gorjeta. Todas as comidinhas estão inclusas no preço do tour.
Quanto tempo demora? Que horas começa?
O tour gastronômico acontece todas as sextas, sábados e domingos às 10:30 da manhã e dura três horas.
A Mari fez este tour a convite da Ahoy.
E aí? Se animou para experimentar?
Alguém aí já fez este tour e quer contar para nós o que achou?
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