O que fazer na Tasmânia: Guia completo para explorar o melhor da ilha

A Tasmânia é um dos segredos mais bem guardados da Austrália — uma ilha montanhosa onde a natureza reina absoluta, separada do continente australiano por um estreito de pouco mais de 200 km. Apesar de a ilha ser grande, é um local fácil de explorar de carro. A Tasmânia guarda muitas surpresas: praias com águas cristalinas, trilhas incríveis, vida animal abundante (com direito a várias espécies endêmicas), gastronomia impecável e cantinhos cheios de história.

Neste post, reuni as principais atrações da ilha, com sugestões do que fazer na Tasmânia e dicas práticas para te ajudar a planejar sua viagem. Vamos nessa?

roteiro tasmania o que fazer
Cradle Mountain

Texto e imagens: Ju Almeida

A Tasmânia é um destino incrível e pouco conhecido pelos brasileiros. Nós escolhemos o destino para a nossa Lua de Mel, voltamos encantados e queremos dividir com você um pouco da energia, das paisagens e das experiências que vivemos por lá.

A Ju, redatora do blog, visitou a Tasmânia em dezembro de 2024 e fez todos os passeios e traslados com a Wild Tasmania Tours. A experiência foi excelentetestamos, aprovamos e recomendamos! Usando o código IDEIASNAMALA, você ganha 10% de desconto em qualquer tour.

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Neste post você vai encontrar:

Entendendo a Tasmânia: o que você precisa saber para planejar a sua viagem

A Tasmânia é uma ilha gigante com mais de 68 mil quilômetros quadrados. Isso quer dizer que ela é um pouco maior do que o estado da Flórida e duas vezes o tamanho da Bélgica. Ela é maior do que a maior ilha do Brasil, a Ilha de Marajó. Para efeito de comparação, a Ilha de Santa Catarina (parte do município de Florianópolis) tem apenas 420 quilômetros quadrados, e todas as ilhas do Havaí juntas têm pouco mais de 28 mil quilômetros quadrados.

Como a Tasmânia não tem um sistema ferroviário conectando as cidades principais e não há muitos ônibus disponíveis para os pontos turísticos ao redor da ilha, prepare-se para se deslocar de carro e na mão inglesa. A boa notícia é que é muito fácil dirigir na ilha, a sinalização é muito boa, não tem trânsito, e os motoristas costumam respeitar todas as regras de trânsito.

roteiro tasmania como planejar
Hazards beach

Principais cidades da Tasmânia

Na Tasmânia há duas cidades principais: Hobart e Launceston. Ambas têm aeroportos que as conectam com as outras cidades grandes da Austrália continental, além disso têm uma boa estrutura com muitas opções de hotéis e restaurantes, empresas de aluguel de carro e de motorhome.

A terceira maior cidade é Devonport, onde chega o ferry que sai de Geelong, Victoria. O restante da ilha é composto por vilas bem menores e lugares mais remotos, já as atrações turísticas estão espalhadas por todos os cantos da ilha, de norte a sul.

Uma roadtrip completa na Tasmânia sai de Hobart ou de Launceston e dá a volta ao redor da ilha — tanto faz viajar no sentido horário ou anti-horário. Para fazer a roadtrip, considere no mínimo 7 dias para rodar a ilha com calma (leia mais no item Quantos dias ficar na Tasmânia).

Um roteiro clássico (e lindíssimo) saindo de Hobart passa por: Hobart → Freycinet National Park → Bicheno → Bay of Fires → Launceston → Cradle Mountain → Strahan → e volta pra Hobart.

Antes de começar a montar seu roteiro, vale considerar duas formas bem diferentes (e recomendadas) de explorar a Tasmânia — e essa escolha muda totalmente a vibe da viagem. A primeira é viajar de motorhome (ou camper car/camper wagon, como os locais costumam chamar), e a segunda é alugar um carro comum e se hospedar em hotéis e lodges espalhados pela ilha.

Na nossa viagem, optamos por um mix: ficamos quatro noites num hotel em Hobart, seis noites com um camper wagon e mais uma noite em um lodge no noroeste da ilha que fazia parte de um tour de dois dias.

Qual a melhor época para visitar a Tasmânia?

A alta temporada é durante o verão, de dezembro a fevereiro. Mas a boa notícia é que na Tasmânia há passeios para fazer e festivais interessantes o ano inteiro, e fora de temporada tudo é mais barato. Outra boa notícia é que no inverno você pode ver a aurora austral (é equivalente à aurora boreal, só que no hemisfério sul).

Na semana entre o Natal e o ano novo, quando fomos, há vantagens e desvantagens. A grande vantagem é o festival Taste of Summer, que recebe muitas pessoas da Austrália inteira. Nessa época também acontece a Rolex Sydney to Hobart Yacht Race, uma das regatas de oceano mais desafiadoras e prestigiadas do mundo, realizada anualmente desde 1945, partindo de Sydney no dia 26 de dezembro e percorrendo mais de 1.000 km até Hobart.

A desvantagem é que, durante essa semana, vários restaurantes bacanas da cidade não fazem parte do Taste of Summer e estão fechados para as férias.

East Coast Wine Trail região vinícola na Tasmânia na austrália
East Coast Wine Trail região vinícola

Prepare bem a sua mala

Mas atenção: mesmo no verão pode fazer frio. Sempre vá preparado para temperaturas baixas em qualquer época do ano. Pegamos 7ºC em Cradle Mountain na trilha durante o dia e, em algumas noites, pegamos 5ºC acampando.

Quantos dias ficar na Tasmânia?

A Tasmânia tem atrações suficientes para preencher facilmente 20 dias de viagem sem repetir passeios. No entanto, acreditamos que o tempo ideal seria algo entre 7 e 14 dias, para que você possa explorar a diversidade de paisagens e atividades que a ilha oferece. 

Menos de 7 dias pode ser muito corrido, especialmente considerando o esforço necessário para chegar até lá. 

Como chegar na Tasmânia?

A maioria das grandes cidades da Austrália continental tem voos diretos para Hobart, e algumas têm também para Launceston. Existe também um voo de Auckland, Nova Zelândia, direto para Hobart.

Saindo do Brasil, nós pegamos um voo da Qatar Airways de Guarulhos para Melbourne com conexão em Doha, dormimos uma noite em Melbourne, e na manhã seguinte pegamos um voo da Jetstar até Hobart.

Outra opção é chegar na Tasmânia com um carro do continente, pelo ferry chamado Spirit of Tasmania, que sai de Geelong, ao sul de Melbourne. Esse ferry chega na cidade de Devonport, no norte da Tasmânia. Porém, muitas vezes o bilhete para o ferry sai mais caro que uma passagem de avião.

Cuidado com a mala

É importante ressaltar que a Tasmânia tem uma preocupação muito grande com a preservação da biodiversidade da ilha, por isso não se pode chegar lá com alimentos frescos vindos de fora e nem com sapatos de trilha com a sola suja de terra de outro ambiente.

Tasmânia de motorhome

A maneira mais popular de se viajar pela Tasmânia é de motorhome, pois assim você combina os custos de aluguel de carro e hospedagem em uma única solução.

Você pode escolher entre diversas categorias, de camper wagon (um carro comum, cuja parte de trás é convertida em cama) a um motorhome completo (com banheiro e chuveiro). 

Nós optamos por alugar um camper wagon a vantagem é que ele é super fácil de manobrar e andar na cidade, mas é necessário se organizar para dormir em locais onde haja um banheiro disponível. É muito fácil acampar na Tasmânia e há desde áreas gratuitas de camping selvagem até parques (Caravan Park) bem equipados com banheiros, chuveiros e cozinhas compartilhadas. 

tasmania de motorhome
Camper car (Camper wagon como chamam os locais) em Camping Scamander beach

Aluguel de Motorhome

Viajar de motorhome é sinônimo de liberdade. Esquece o entra-e-sai de hotel, as malas indo de um lado pro outro e aquela correria de check-in. Com uma casa sobre rodas, você escolhe o ritmo: decide onde dormir, quando parar e ainda curte cada pedacinho do caminho. E se essa é sua primeira vez, pode respirar fundo — é bem mais simples do que parece. E sim, vicia. Depois da primeira viagem, difícil não querer mais.

Se a ideia é explorar a Tasmânia de motorhome, a dica é alugar com a Motorhome Trips. Eles são fera no assunto, trabalham com as principais locadoras da Austrália e ainda oferecem condições pensadas pra brasileiros: dá pra pagar em reais, parcelado e com atendimento em português. E tem mais — se quiser, eles te ajudam a montar o roteiro, reservar os campings e organizar tudo com você, do jeitinho que for mais prático.

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Cidades base para ficar na Tasmânia

Hobart é a capital da Tasmânia e a principal porta de entrada para quem chega de avião. A cidade tem um centro compacto e fácil de explorar a pé, com boas opções de restaurantes, cafés, museus e mercados, como o famoso Salamanca Market. É também ponto de partida para passeios bate e volta até o MONA (o museu mais ousado da Austrália), Mount Wellington e a encantadora Bruny Island.

Veja onde ficar em Hobart

Launceston é a segunda maior cidade da ilha, localizada ao norte. Menor e mais tranquila que Hobart, é uma ótima base para explorar vinícolas da região de Tamar Valley, fazer o passeio pela Cataract Gorge e acessar Cradle Mountain. Também é uma boa parada para quem está dando a volta completa na ilha, pois tem uma excelente estrutura de hotéis e restaurantes.

Veja onde ficar em Launceston

Coles Bay e Bicheno, na costa leste da Tasmânia, são excelentes bases para explorar o Parque Nacional Freycinet e aproveitar toda a beleza natural da região. 

  • Coles Bay é uma vila pequena e charmosa. Ideal para quem quer estar mais perto das trilhas, como a famosa caminhada até o mirante de Wineglass Bay, e os passeios de caiaque pelas águas cristalinas da baía. 
  • Já Bicheno é uma cidade um pouco maior e mais estruturada, oferecendo supermercados, opções variadas de restaurantes e acomodações, além de uma bela praia onde, ao entardecer, é possível observar pinguins saindo do mar.
que fazer na Tasmânia. roteiro 7 dias na tasmania
Bicheno

Cradle Mountain é um dos destinos mais icônicos da Tasmânia, com trilhas incríveis e paisagens de montanha. A estrutura de hospedagem é mais limitada e voltada ao ecoturismo, com lodges e cabanas no estilo “refúgio de montanha”.

A opção de lodge disponível dentro do parque é o Peppers Cradle Mountain Lodge. O hotel é incrível, mas prepare-se para uma noite cara.

Quem prefere algo mais prático (ou econômico) para visitar a Cradle Mountain, pode se hospedar em Launceston e fazer um bate e volta com o seu próprio carro alugado ou com alguma empresa que ofereça esse serviço como a Wild Tasmania Tours. Nós fizemos com eles e recomendamos — Usando o código IDEIASNAMALA, você ganha 10% de desconto em qualquer tour.

Park Pass: o ingresso para visitar os parques nacionais na Tasmânia

Para visitar os parques nacionais da Tasmânia, é obrigatório adquirir o Park Pass – um ingresso que dá acesso a todas as áreas protegidas administradas pelo Tasmania Parks and Wildlife Service.

Você pode comprar o passe:

  • Pelo site oficial
  • Ou presencialmente, no Visitor Centre de cada parque (o valor é o mesmo)

Tipos de ingresso:

Passe diário (1 parque)

  • AUD 46 por carro: até 8 pessoas dentro do carro
  • AUD 23 por pessoa: para quem estiver sem carro

Holiday Pass (válido por 2 meses, exceto Cradle Mountain)

  • AUD 93 por carro
  • AUD 46 por pessoa (sem carro)

Cradle Mountain (ingresso separado): não está incluído em nenhum pacote de Park Pass

  • AUD 29 por adulto por dia

Nossa experiência

Na nossa viagem, compramos apenas o Park Pass diário para o Freycinet National Park. Os ingressos de Cradle Mountain e dos outros parques no oeste da ilha já estavam incluídos no pacote da Wild Tasmania Tours, então não precisávamos adquirir à parte.

que fazer em hobart na tasmania
Porto de Hobart

O que fazer na Tasmânia: conheça os principais destinos

Distante, exótica e perfeita para quem ama natureza, a Tasmânia impressiona com sua beleza bruta e muitas curiosidades. Você sabia que o ar mais puro do mundo está lá? Isso se deve à localização isolada e ao cuidado com o meio ambiente — mais de 40% do território é protegido por parques nacionais e reservas.

Ficamos 12 dias na ilha e organizamos nosso roteiro na Tasmânia da seguinte forma:

  • Hobart: 3 dias (4 noites)
  • Costa leste: 3 dias
  • Launceston/Tamar Valley: 2 dias
  • Bay of fires: 2 dias (1 noite)
  • Oeste: 2 dias (1 noite)

Veja abaixo o que fazer nos principais destinos da Tasmânia para montar o seu roteiro:

  1. Hobart
  2. Costa leste
  3. Launceston
  4. Cradle Mountain
  5. Região oeste

1. Hobart

Hobart é o ponto de partida para a maioria dos viajantes que fazem uma roadtrip pela Tasmânia. Coloque no seu roteiro pelo menos dois dias para dormir nessa cidade, ou no início ou no final da sua volta ao redor da ilha.

bate e volta saindo de hobart na tasmânia
Pôr do Sol em Hobart

Onde ficar em Hobart

Se você está buscando um hotel em Hobart, a melhor escolha é se hospedar na região central da cidade. Além de estar perto dos principais pontos turísticos, mercados e restaurantes, essa localização facilita bastante o deslocamento a pé.

Embora exista serviço de Uber em Hobart, a oferta de motoristas é limitada — então, dependendo do horário, pode ser difícil conseguir uma corrida rapidamente. Ficar no centro ajuda a otimizar o tempo e aproveitar melhor a viagem.

Para uma estadia num hotel caprichado e um pouco mais caro, considere o The Tasman, o Crowne Plaza ou o Mövenpick Hotel. Se preferir um hotel com bom custo-benefício e preços mais acessíveis, opte pelo Salamanca Galleria Apartments, Mayfair Plaza Motel and Apartments ou o Ibis Styles.

E para quem estiver viajando com o budget mais apertado, uma boa opção é o Shipwrights Arms Hotel, Black Buffalo e os hostels YHA Hobart Central e Narrara Backpackers Hobart que também têm a opção de quartos privativos com banheiro.

O que fazer em Hobart

Hobart, capital da Tasmânia, é uma cidade compacta, charmosa e repleta de experiências únicas para quem curte natureza, cultura e boa gastronomia. Você vai encontrar desde museus instigantes e mercados de rua animados até trilhas com vistas incríveis e bairros históricos que parecem congelados no tempo.

Quer todas as dicas? Então vale a pena conferir nosso post completo sobre O que fazer em Hobart, na Tasmânia.

Salamanca Place

Salamanca Place é uma das áreas mais animada de Hobart, com cafés, lojinhas e muita vida. Aos sábados, das 8h às 15h, a rua ganha ainda mais movimento com o Salamanca Market, o maior mercado de rua da Austrália. Não deixe de provar o Canopy Ice Cream, um sorvete artesanal premiado e delicioso que pertence a Ricardo Brozek, um brasileiro apaixonado por história natural e sustentabilidade que mora por lá!

Ali pertinho, o Salamanca Arts Centre reúne exposições e apresentações culturais. Aproveite para explorar o Battery Point, bairro histórico com casinhas coloniais, ruas de paralelepípedo e o Battery Point Sculpture Trail, uma caminhada charmosa à beira-mar com esculturas e vistas lindas.

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Salamanca Place

Royal Tasmanian Botanical Gardens

O Royal Tasmanian Botanical Gardens é um dos jardins botânicos mais antigos da Austrália — ótimo para caminhadas tranquilas ou um piquenique no gramado. Entre os destaques estão a Subantarctic Plant House, que simula o clima gelado da Ilha Macquarie, o jardim japonês, a horta comunitária sustentável e o Conservatory, com flores e folhagens tropicais. Dá para ir a pé do centro de Hobart, mas um Uber pode ser uma boa se as pernas já estiverem cansadas.

que fazer em hobart na tasmania
Royal Tasmanian Botanical Gardens

Tasmanian Museum and Art Gallery (entrada gratuita)

O Tasmanian Museum and Art Gallery reúne história natural, arte, cultura do povo palawa (aborígene da Tasmânia) e até temas ligados à Antártica. O acervo é bem interativo, ótimo também para quem viaja com crianças. Um dos espaços mais curiosos é o que conta a história do tigre-da-Tasmânia, espécie nativa que foi declarada extinta no século 20.

MONA – Museum of Old and New Art

O MONA – Museum of Old and New Art impressiona logo na chegada, com seu espaço subterrâneo escavado na rocha e vistas incríveis do rio Derwent — um belo exemplo de arquitetura arrojada e sustentável. O acervo é provocador: mistura obras contemporâneas ousadas com peças antigas, apresentadas de forma criativa e nada convencional. Vale destacar também como o museu aborda, de forma embasada e respeitosa, temas ligados à cultura aborígene.

A melhor forma de chegar já faz parte da experiência: a balsa do próprio museu sai do centro de Hobart e oferece duas versões — uma convencional e outra mais sofisticada, com bar e poltronas estilosas. A balsa é paga à parte e os valores dependem da experiência que você escolher.

Para completar o passeio, vale reservar uma mesa no The Source, o restaurante do museu, que tem pratos elaborados, carta de vinhos excelente e vista linda lá do alto.Se preferir algo mais informal, o MONA oferece outras opções gastronômicas acessíveis e saborosas. O Heavy Metal Kitchen serve pratos preparados em uma churrasqueira gigante, incluindo carnes grelhadas e opções vegetarianas. Já o Void Bar, localizado no nível mais baixo do museu, oferece pizzas, doces e coquetéis em um ambiente descontraído. Para quem busca petiscos e bebidas, o Moorilla Wine Bar é uma excelente escolha, com uma variedade de vinhos produzidos localmente e lanches leves. 

Dica importante: baixe o app do MONA antes da visita — ele substitui legendas, guia as exposições e até organiza as filas. Tudo no museu funciona por ali.

Mount Wellington (kunanyi)

O Mount Wellington / kunanyi é o melhor mirante de Hobart — são 1.271 metros de altitude com vista panorâmica da cidade, do rio Derwent e, em dias claros, até da península de Tasman. Escolher um dia de céu aberto faz toda a diferença, já que o clima muda rápido e a neblina pode esconder tudo. O acesso é fácil: dá para subir de carro pela Pinnacle Road (cerca de 30 minutos), usar o ônibus turístico kunanyi Explorer (hop-on/hop-off) ou, para os mais aventureiros, ir de ônibus até Fern Tree e seguir por trilhas. Outra opção é contratar um passeio guiado até o Mt Wellington.

Vá cedo. O número de vagas é limitado e quem chega mais tarde precisa esperar.

que fazer em hobart na tasmania
Vistas do Mount Wellington

Onde comer em Hobart

A Tasmânia é um verdadeiro paraíso para foodies, especialmente quando se trata de frutos do mar. A ilha é famosa por suas ostras fresquíssimas, vieiras, lagostas e salmão cultivados em águas cristalinas. Aí vão algumas das nossas pedidas preferidas.

  • O Bar Wa Izakaya (endereço: 216-218 Elizabeth St, Hobart): é um bar de inspiração japonesa que combina a tradição dos izakayas com ingredientes locais da Tasmânia. O cardápio inclui sakês artesanais, coquetéis e pratos para compartilhar. Reserve uma mesa no happy hour (das 16h às 18h), pois as ostras são servidas pela metade do preço. Pedimos as ostras com “miso butter” e estava delicioso.
  • Farzi (endereço: 17A Castray Esplanade, Battery Point): o melhor brunch em Hobart. Adoramos o clima e a comida. Pedimos três pratos para dividir: avocado toast, halloumi brioche roll e o matcha hotcake, que foi o destaque da refeição.
  • The Whaler (endereço: Salamanca Pl, Battery Point ): esse pub histórico de 1829 captura a atmosfera de um autêntico pub australiano— ambiente descontraído, uma seleção de cervejas locais de qualidade e cricket na TV. O cardápio muda de acordo com a estação do ano, mas você irá sempre encontrar burgers, tacos e algo de frutos do mar.
  • In The Hanging Garden (endereço: 112 Murray St, Hobart): é uma combinação de baladinha chique a céu aberto com vários restaurantes em formato de food stall (barraquina de comida), tudo isso em meio a um jardim suspenso no centro da cidade. As opções gastronômicas vão desde comida asiática e pratos vegetarianos até hambúrgueres artesanais e churrasco ao estilo americano. Além da ótima comida, o espaço conta com bares servindo coquetéis criativos e cervejas artesanais locais. 
  • Smith’s Pies (endereço: 13 Maxwells Rd, Cambridge): é uma pequena janela de venda para take away (pegar e levar), mas com fama que justifica a parada. A especialidade da casa é a curried scallop pie, uma torta de vieiras ao molho curry, considerada um clássico da culinária da Tasmânia. Simples, rápido e bem típico.
onde comer em hobart na tasmania
matcha hotcake no Hobart Farzi brunch

Taste of Summer: Festival Gastronômico

Estávamos em Hobart durante o Taste of Summer, festival gastronômico que acontece logo após o Natal na Salamanca Place. É uma ótima oportunidade para experimentar pratos típicos, vinhos locais e drinks variados em um só lugar, com barracas de produtores, vinícolas e restaurantes da região. O grande destaque? As ostras da Bruny Island Oyster Farm — sem dúvida, as melhores da viagem.

Opções de Bate e Volta a partir de Hobart

Richmond

Richmond é uma das cidades históricas mais encantadoras da Tasmânia, famosa por sua arquitetura colonial preservada e atmosfera de vila do século XIX. Localizada a apenas 30 minutos de carro de Hobart, é uma parada fácil e super agradável para quem está em uma roadtrip pela região — seja na chegada ou na saída da capital.

Fizemos uma pausa rápida por lá para visitar o Old Hobart Town Model Village, uma maquete detalhada que recria como era Hobart nos anos 1820. É uma forma divertida (e curiosa!) de entender a história da colonização da ilha com outros olhos.

bate e volta de hobart na tasmania
Richmond Bridge

Aproveite para explorar o charmoso centro histórico, com arquitetura colonial e lojinhas locais, como a Tasmanian Lavender Company. Visite o Richmond Gaol, a prisão mais antiga da Austrália ainda preservada, e não deixe de passar pela Richmond Bridge, a ponte de pedra mais antiga do país ainda em uso — um verdadeiro marco da Tasmânia.

Mount Field National Park

O Mount Field National Park é um dos parques nacionais mais antigos da Tasmânia, protegido desde 1916. Localizado a cerca de 70 km de Hobart (ou uma hora de carro saindo de Richmond), é uma ótima escolha para quem quer esticar o passeio e fazer uma caminhada leve em meio à natureza exuberante.

bate e volta a partir de hobart na tasmania
Russell Falls

O parque abriga florestas temperadas densas, com samambaias gigantes e eucaliptos altíssimos — alguns dos maiores do mundo. A estrela do lugar é a Russell Falls, uma das cachoeiras mais famosas da ilha, acessível por uma trilha curta e fácil. Dá para continuar o circuito até a Horseshoe Falls, ou seguir por trilhas mais longas que levam a lagos alpinos e áreas montanhosas.

Visitamos o parque em um dia bem movimentado, reflexo da proximidade com Hobart. No inverno, a parte mais alta costuma ficar coberta de neve, revelando um visual completamente diferente — e igualmente encantador.

Bruny Island

A Ilha Bruny é acessível por balsa a partir de Kettering, a cerca de 40 minutos de Hobart, e pode ser visitada em um bate e volta ou com pernoite, ambas as opções valem a pena. Para quem vai pernoitar na ilha vale falar que é um destino para para a média australiana, e bem mais caro que Hobart por exemplo.

Para você ter ideia, um brócolis no “general store”, o mercadinho da ilha, custa AUS 10. Se você se hospeda por lá – o que vale MUITO a pena para quem curte natureza intocada – a dica é trazer os mantimentos de Hobart e curtir as comidas locais como “algo especial”. As casas disponíveis na ilha são bem simples, então vá sem esperar grande luxos, o atrativo é a ilha.

O que fazer em Bruny Island

O destino combina trilhas costeiras com vistas impressionantes, vida selvagem e uma deliciosa rota gastronômica com queijos, ostras, mel, chocolates e vinhos produzidos localmente. Um dos destaques é o The Neck, a estreita faixa de terra que liga as duas partes da ilha e revela uma vista panorâmica inesquecível após uma curta subida. São 3 minutos de subida e a chance de ver as duas partes da ilha – águas calmas de um lado e bravas do outro.

Bruny Island vale a pena?
The Neck

Outro passeio que vale muito a pena é visitar o farol de Bruny Island, localizado na pontinha sul da ilha. Dá para chegar de carro por uma estrada cênica, e o visual no caminho já é parte da graça. O tour guiado até o topo do farol custa AU$30 por pessoa — nós optamos por não subir, mas mesmo assim achamos que a visita valeu super a pena. A vista do mirante ao redor é impressionante, com falésias dramáticas, mar aberto e aquele vento típico do fim do mundo.

Pães artesanais na geladeira

Todas as manhãs 3 geladeiras espalhadas pela ilha são abastecidas com pão de fermentação natural fresco e cookies. O número de pães é limitado e você precisa chegar cedo ou ficará sem. Você pega o pão e deixa o pagamento na caixinha. Tudo funciona na base da confiança.

Passeio para ver golfinhos e a vida selvagem

Há uma única empresa que oferece o serviço na ilha e você pode optar por um passeio com almoço ou sem. A expedição dura 3 horas e você verá focas, golfinhos e pinguins. A costa é toda recortada e muito linda. Vá bem agasalhado porque é SUPER frio.

Onde comer em Bruny Island

Ostras frescas

Bruny Island é conhecida por suas ostras fresquíssimas, e o Get Shucked é o lugar ideal para provar essa fama de perto. À beira da estrada, com um clima despretensioso e vista para os viveiros de onde vêm as ostras servidas ali mesmo, o restaurante oferece uma experiência simples e deliciosa.

Dá para pedir meia dúzia frescas com limão, gratinadas com queijo ou até experimentar um oyster shooter com vodca. O ambiente é descontraído, com mesinhas ao ar livre, atendimento simpático e aquele combo imbatível: produto local, frescor absoluto e paisagem linda ao redor.

onde comer ostras na tasmania
Ostras no Hobart festival Taste em Bruny Island

Queijos e cerveja artesanal

Bruny Island Cheese Co. é um ótimo lugar para fazer uma pausa gostosa entre os passeios. Com clima rústico e mesinhas ao ar livre cercadas por eucaliptos, o espaço combina bem com a proposta artesanal da casa. Dá para montar uma tábua com queijos produzidos ali mesmo, pedir um pão de fermentação natural saído do forno e acompanhar tudo com uma das cervejas locais da Bruny Island Beer Co. — que funciona no mesmo espaço. Um programa simples, gostoso e cheio de sabor local.

New Norfolk e Derwent Valley

O Derwent Valley é daquelas regiões que merecem espaço extra no roteiro. Se tiver uns cinco dias a mais disponíveis, vale a pena se hospedar por lá para explorar com calma as paisagens rurais, vinícolas e fazendas. Uma das experiências mais gostosas que tivemos foi na Westerway Raspberry Farm, onde você pode colher frutas direto do pé — framboesas, morangos, blueberries e outras variedades raras no Brasil. Foi o encerramento perfeito para nosso tour de dois dias com a Wild Tasmania Tours.

A principal cidade da região é New Norfolk, a apenas 30 minutos de Hobart. O destaque por lá é o restaurante The Agrarian Kitchen, conhecido pelo cardápio sazonal com ingredientes frescos colhidos na própria horta. Infelizmente, estava fechado durante nossa visita entre o Natal e o Ano Novo, mas se estiver no seu radar, vale fazer reserva com antecedência — é um dos mais concorridos da Tasmânia.

2. Bicheno, Coles Bay e a Costa Leste da Tasmânia

Se há um lugar para reservar mais tempo no seu roteiro pela Tasmânia, é a costa leste. Essa foi a região que mais nos encantou e, mesmo com vários dias por lá, a vontade era de ficar ainda mais.

Videiras de Riesling na Costa Leste da Tasmânia na Austrália
Videiras de Riesling na Costa Leste da Tasmânia

Onde ficar na Costa Leste da Tasmânia

Para aproveitar com tranquilidade as atrações do Parque Nacional Freycinet e da costa leste, recomendamos passar pelo menos uma noite em Coles Bay ou Bicheno. Isso é especialmente importante se você pretende fazer alguma das trilhas do parque, que exigem um certo esforço físico e tornam uma boa noite de descanso ainda mais necessária.

Além das caminhadas e praias deslumbrantes, a região também é conhecida por suas vinícolas e restaurantes de frutos do mar, que podem tornar a sua estadia ainda mais especial.

Na costa leste da Tasmânia, um hotel muito recomendado é o Freycinet Lodge e o Freycinet Resort em Coles Bay, um opção caprichada com preços mais salgados. Com preços mais acessíveis, você encontrará as “holiday houses”, casas ou apartamentos inteiros para alugar, como a The Summer Shack, BIG4 Iluka on Freycinet ou a Gumnut Cottage.

Bicheno

Essa cidadezinha na costa leste foi a nossa preferida da viagem. Não só pelas paisagens lindas e pela comida e bebida de qualidade, mas também pela forma como fomos bem recebidos. As pessoas na Tasmânia já são muito simpáticas — e em Bicheno, a hospitalidade surpreendeu ainda mais.

que fazer em Bicheno na tasmania
Waubs Harbour Distillery
O que fazer em Bicheno 

Em Bicheno há duas paradas naturais que valem a visita. A primeira é o Blowhole, uma fenda nas rochas por onde o mar espirra com força, formando jatos que lembram um gêiser. A segunda é a Waubs Beach, uma praia de água cristalina e areia dourada. Se estiver por lá no fim do dia, pode ter a sorte de ver pinguins na faixa de areia.

Para comer, fomos ao Lobster Shack, um restaurante simples à beira-mar, conhecido pelo lobster roll que é considerado por muitos o melhor da Tasmânia. Provamos o sanduíche e também uma lagosta grelhada. Tudo fresco, bem preparado e com vista para o oceano.

onde comer em bicheno na tasmania
Nosso almoço no Lobster Shack

Fechamos a passagem por Bicheno com uma visita à Waubs Harbour Distillery, que produz um “whisky marítimo” influenciado pelo clima costeiro da região. Fizemos uma degustação com quatro rótulos, incluindo o Waubs Original, vencedor de ouro no World Whiskies Awards 2024, na categoria Small Batch Single Malt até 12 anos. Uma ótima experiência para quem aprecia bons destilados e quer conhecer mais sobre a produção local.

East Coast Nature World

O diabo-da-Tasmânia é um dos símbolos da ilha — um marsupial carnívoro nativo e ameaçado de extinção. Sim, o Taz dos Looney Tunes foi inspirado nele. Estar na Tasmânia e não ver um “Tassie devil” é quase como não ter vindo.

Como ver um diabo-da-Tasmânia na natureza não é tão fácil, a gente foi conhecer o East Coast Nature World, um santuário de vida selvagem que fica perto de Bicheno. Além de ver os animais de pertinho, dá pra entender melhor o trabalho de preservação da espécie, além do ingresso ainda ajudar a financiar essa causa. A entrada custa AUD 32 e pode ser comprada com antecedência pelo site.

como e onde ver um diabo-da-Tasmânia na tasmania
diabo-da-Tasmânia (Tassie devil)

Além do diabo-da-Tasmânia, o santuário abriga outros animais nativos, como cangurus, wallabies (uma espécie de canguru menor), wallabies brancos, wombats (parecidos com pequenos ursos), quolls, gambás australianos (possums), equidnas (um tipo de tamanduá espinhoso), cobras, lagartos e aves típicas como o kookaburra e o emu.

A dica é o tour guiado noturno “Devils in the Dark”, já que o diabo da Tasmânia é um animal de hábitos noturnos. Esse tour custa AUD 95 e começa depois que o santuário fecha as portas para o público em geral. Você pegará um ônibus para um local mais isolado do parque para ver os diabos se alimentando.

Dependendo do seu itinerário, uma outra opção legal de santuário para visitar é o Bonorong Wildlife Sanctuary, que fica a 30 minutos de carro ao norte de Hobart. Mas não precisa visitar mais de um na sua estadia na Tasmânia, pois são atividades similares.

Parque nacional Freycinet e Wineglass Bay

A primeira paisagem que vem à cabeça dos australianos quando se fala em Tasmânia é a Wineglass Bay, que está localizada no parque nacional Freycinet, na costa leste da ilha. Ela tem esse nome pois a praia vista de cima lembra o fundo de uma taça de vinho. 

O parque é perfeito para quem gosta de trilhas. É necessário levar tudo o que você vai precisar para passar o dia: água, comida, protetor solar, calçados adequados, chapéu. Há vestiários, mesas de piquenique e um centro de visitantes, mas não há lanchonetes no local.

Para acessar o parque, é necessário adquirir um Park Pass. Chegando no Centro de Visitantes há várias trilhas que você pode escolher dependendo do seu preparo físico e do quanto pretende caminhar. 

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Wineglass bay
Wineglass Bay Lookout

A maior parte dos visitantes opta pelo Wineglass Bay Lookout, uma trilha de 3,5 km com um ganho de elevação de 160 metros, e que leva em média 1h10. Uma subida íngreme, mas com bons degraus e piso firme.

Wineglass Bay e Hazards Beach

Tem preparo para caminhar um pouco mais? Minha dica é fazer um loop que inclui duas praias maravilhosas, Wineglass Bay e Hazards Beach e tem cerca de 11km. Nossa trilha completa com paradas nas praias e muitas fotos pelo caminho levou cerca de 5 horas.

A trilha começa com o Wineglass Bay Lookout, dono de uma das vistas mais lindas do parque, e depois continua descendo em direção a praia. O que já era lindo visto de cima fica ainda mais deslumbrante. Depois de admirar a praia maravilhosa e descansar um pouquinho de toda a caminhada, seguimos rumo a Hazards Beach. Quem preferir, pode voltar direto para o estacionamento encurtando a trilha em 2,5km, mas eu não recomendo. 

Se a Wineglass Bay Beach já é linda, espere até ver Hazards Beach, uma das 5 praias mais lindas que já visitei no mundo. O mar é o mais gelado da Austrália (16ºC -18ºC) devido a proximidade da Corrente Circumpolar Antártica, que traz águas frias direto das redondezas da Antártida.

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Hazards beach

Só que eu não ia sair de lá sem entrar na água, certo? Meu marido Michal nem cogitou a brincadeira, mas eu já posso dizer que mergulhei na água mais fria do país. Valeu cada segundo! O mais difícil no final foi ter que encarar os 5km morro acima para voltar ao estacionamento, mas eu faria tudo outra vez.

Mt. Amos

A trilha mais desafiadora do parque é a do Mt. Amos, que apesar de ser mais curta (aproximadamente 4km em 3h), é mais difícil pois exige escalaminhada em alguns trechos. Não chega a ser uma trilha técnica, mas definitivamente não é para amadores.

Outras formas de visitar o Freycinet National Park

  • Viagem de 1 dia a Wineglass Bay e ao Parque Nacional Freycinet a partir de Hobart. Nesse passeio guiado estão inclusas diversas caminhadas panorâmicas, um almoço delicioso com iguarias locais, como ostras, camarões e lagostins e degustação de vinhos premiados da região. Incluso ingresso e transporte.
  • Costa Leste da Tasmânia em uma excursão guiada de 1 dia a partir de Hobart. Nesse passeio guiado você vai conhecer a histórica Richmond, fazer uma caminhada a pé até o mirante de Wineglass Bay, vai se surpreender com os picos de granito rosa das montanhas de Hazards e com as praias de areia branca e águas cristalinas de Cape Tourville, Sleepy Bay, Honeymoon Bay e Friendly Beaches.

Quer visitar Freycinet National Park sem precisar caminhar? 

Se trilhas não são o seu forte, mas mesmo assim você deseja visitar as belezas do parque nacional Freycinet, há outras opções a se considerar: voos panorâmicos de avião monomotor e helicóptero na região, e há também diversos passeios de barco saindo de Coles Bay até Wineglass Bay e/ou Hazards Beach que duram um dia inteiro.

Passeio de caiaque em Coles Bay

Mesmo sendo menor que Bicheno, Coles Bay também nos conquistou e deixou aquele gostinho de “quero voltar”. Fizemos um passeio de caiaque que foi o complemento perfeito para a visita ao Parque Nacional Freycinet. Saímos remando da baía e visitamos a Honeymoon Bay, que não tínhamos conseguido encaixar na trilha. Os passeios são super disputados e é importante reservar com antecedência.

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Passeio de caiaque em Honeymoon Bay

O passeio de caiaque dura cerca de 3 horas, em grupo, com dois guias super bem preparados. Mesmo no verão, a água do mar é fria, mas a empresa fornece uma “saia” impermeável que veda completamente a abertura do caiaque. Resultado: ficamos sequinhos do começo ao fim.

Importante! Os passeios de caiaque dependem do clima, e a Tasmânia é conhecida por ter um tempo bem instável — sol, vento e chuva podem aparecer no mesmo dia. Se o caiaque estiver nos seus planos, tente manter uma certa flexibilidade no roteiro. Nosso passeio, por exemplo, foi adiado de 22 para 26 de dezembro e tivemos que reorganizar várias coisas por conta disso.

Vinícolas da Costa Leste: East Coast Wine Trail

Os amantes de vinho vão adorar explorar a Tasmânia, pois ela possui sete regiões vinícolas oficiais. A região que escolhemos para explorar mais a fundo foi a East Coast Wine Trail, na costa leste da ilha, uma das mais famosas e queridas para o enoturismo. 

O percurso conecta 14 vinícolas, todas com “cellar doors” — espaços onde é possível fazer degustações guiadas e comprar vinhos direto dos produtores. A East Coast é especialmente reconhecida pela produção de Pinot Noir e Riesling de altíssima qualidade, graças ao seu clima fresco e ensolarado.

Nós visitamos quatro vinícolas: Devil’s Corner, Craigie Knowe, Freycinet Vineyard e The Bend. Cada uma proporciona uma experiência diferente e especial, então, se puder incluir mais de uma no seu roteiro, todas essas visitas valem muito a pena. A vantagem é que estão todas muito perto uma da outra.

A Devil’s Corner nos encantou com sua estrutura moderna, a vista espetacular para a Freycinet Peninsula e os vinhos memoráveis, em especial o Resolution Pinot Noir, que se tornou nosso vinho preferido da Austrália, mesmo após termos explorado outras regiões vinícolas renomadas, como o Barossa Valley.

Se quiser combinar uma degustação de vinhos com um ótimo almoço, aposte na Craigie Knowe, que abriga o restaurante Flora, considerado o melhor da região. Para quem viaja de motorhome, ainda é possível pernoitar na propriedade, uma experiência inesquecível em meio aos vinhedos.

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Camping vinícola Craigie Knowe

Já a Freycinet Vineyard é uma das vinícolas mais tradicionais da costa leste, com um ambiente mais intimista e focado na qualidade artesanal dos vinhos — perfeito para quem busca rótulos premiados e conversas mais próximas com os produtores.

Por fim, a visita à The Bend surpreende com sua atmosfera descontraída e familiar, além de uma seleção de vinhos honestos e cheios de personalidade, perfeita para fechar o circuito com uma experiência super autêntica.

Bay of Fires

A Bay of Fires foi eleita a melhor praia da Austrália em 2025 pela Tourism Australia, marcando a primeira vez na história que uma praia da Tasmânia recebe esse título. Este paraíso no nordeste da ilha se estende por aproximadamente 10 km, começando em Binalong Bay e seguindo ao longo da costa até Eddystone Point.

O que torna a Bay of Fires tão especial é a combinação de areias brancas finíssimas, águas cristalinas de um azul vibrante e as icônicas rochas de granito cobertas por líquen alaranjado, que criam um contraste espetacular na paisagem. Além das belezas naturais, a região oferece diversas atividades para os visitantes, como trilhas, mergulho, caiaque e observação da vida selvagem.

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Rochas alaranjadas ao sul de Bay of Fires

Por causa da mudança de data do nosso passeio de caiaque, infelizmente não tivemos muito tempo disponível para explorar essa região, que estava no nosso roteiro inicial. Nós passamos rapidamente por St Helens de carro e seguimos para dormir no Scamander Sanctuary Holiday Park, que fica um pouco ao sul de Binalong Bay e tecnicamente fora da Bay of Fires. Felizmente Scamander também é uma praia linda. Ainda tivemos a chance de admirar as icônicas rochas alaranjadas mais ao sul, em Four Mile Creek.

3. Launceston e arredores

Launceston é a segunda maior cidade da Tasmânia, no norte da ilha. Ela é conhecida por oferecer experiências gastronômicas incríveis e por ser a porta de entrada para o Tamar Valley, a região vinícola mais antiga e mais conhecida da Tasmânia.

Onde ficar em Launceston

Em Launceston, você pode se hospedar em um hotel caprichado como o Peppers Silo, Peppers Seaport Hotel, o The Sebel Launceston ou o Hotel Verge. Ótimas opções de hotéis com bom custo-benefício são o Mantra Charles Hotel, Grand Chancellor, The Florance ou o Nightcap at Riverside Hotel.

Para quem prefere opções mais econômicas, opte por hotéis como o Pod Inn, The Mews Motel ou o Hillview House Launceston.

O que fazer em Launceston

O centro da cidade é uma graça e conta com uma charmosa rua para pedestres que vale uma rápida visita. No entanto, o grande destaque da cidade é o Cataract Gorge Reserve, um parque inusitado a poucos minutos do centro. O local abriga um desfiladeiro natural com um rio, oferecendo vistas panorâmicas deslumbrantes, seja do teleférico que atravessa o parque ou da icônica ponte suspensa.

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Cataract Gorge Reserve

Uma ótima forma de conhecer o Cataract Gorge Reserve é fazendo um passeio de barco pelo desfiladeiro das Cataratas de Launceston, além das paisagens belíssimas você vai ouvir as histórias e o folclore da região contadas pelo capitão do barco que é super empolgado!

Não podemos falar de Launceston sem falar da Bread & Butter, uma das melhores padarias da Tasmânia. Eles têm três unidades no centro da cidade, e visitamos duas delas (pois estavam abertas até no dia de Natal). Com pães de fermentação natural, croissants perfeitos e um café excelente, o lugar é uma parada imperdível.

O ambiente acolhedor e o atendimento atencioso tornam a experiência ainda mais especial, seja para um café da manhã tranquilo ou uma pausa deliciosa durante o dia.

Josef Chromy

Quer investir no melhor almoço da viagem inteira? A vinícola Josef Chromy é o lugar perfeito! Localizada no Tamar Valley, a apenas 15 minutos de carro ao sul de Launceston, essa vinícola oferece uma experiência inesquecível. Escolhemos esse local para o nosso almoço de Natal.

O restaurante da vinícola, um dos mais requisitados da Tasmânia, combina vistas deslumbrantes com pratos deliciosos preparados com ingredientes locais e harmonizados com vinhos premiados da propriedade. Se estiver viajando na alta temporada, vale a pena garantir sua reserva com antecedência.

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Vinícola Josef Chromy

Josef Chromy, um imigrante tcheco que fugiu para a Tasmânia nos anos 50, se tornou um dos mais prestigiados produtores de vinho da região. Sua paixão e dedicação ao cultivo de uvas de alta qualidade resultaram em vinhos excepcionais, como o aclamado Chardonnay e o Pinot Noir. A vinícola também oferece tours para quem quer conhecer mais sobre sua história e o processo de produção.

Para quem prefere conhecer diversas vinícolas e fazer degustações sem se preocupar com a quantidade de vinho ingerida x direção, uma ótima opção é o passeio ao Vale de Tamar com almoço, no qual está incluso degustação de vinhos, almoço, guia especializado e serviço de busca no hotel.

Tasmanian Honey Company

Fizemos uma parada rápida, mas super aguardada na Tasmanian Honey Company, uma loja de fábrica que vende diversos tipos de mel e subprodutos, e também souvenirs muito interessantes. Para os amantes do mel, essa é uma parada obrigatória, pois a Tasmânia é conhecida por ter um dos melhores méis do mundo: o “leatherwood honey”, altamente valorizado por conhecedores de mel do mundo todo.

A leatherwood é uma árvore endêmica das florestas do oeste da Tasmânia, e o mel produzido com suas flores tem um sabor forte e aromático, porém não muito doce. Essa é uma ideia de presente perfeita para comprar na Tasmânia e levar para casa.

Deloraine e a busca por ornitorrincos

Deloraine é uma pequena cidade histórica situada entre Launceston e Cradle Mountain. É conhecida por ser uma local de artistas, apesar de estar no meio da zona rural. Seu centro preserva construções coloniais que garantem cenários lindos para fotos. Porém, o motivo da nossa parada lá durante o passeio com a Wild Tasmania Tours foi outro, totalmente inusitado.

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Ornitorrinco

Caminhamos às margens do rio Meander, próximo ao Deloraine Train Park, sempre atentos à água. Depois de uma espera de uns 10 minutos, finalmente apareceu um ornitorrinco, também conhecido como platypus. Esse mamífero aquático único, exclusivo da Austrália, tem um bico semelhante ao de um pato e põe ovos. Foi uma grande felicidade avistar um dos animais mais fascinantes da fauna local em liberdade. Foi rápido, porém inesquecível.

A Ju, redatora do blog, visitou a Tasmânia em dezembro de 2024 e fez todos os passeios e traslados com a Wild Tasmania Tours. A experiência foi excelentetestamos, aprovamos e recomendamos! Usando o código IDEIASNAMALA, você ganha 10% de desconto em qualquer tour.

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4. Cradle Mountain

Assim como a Wineglass Bay, a Cradle Mountain é uma das paisagens mais famosas da Tasmânia, então ela não poderia ficar de fora do nosso roteiro. Para essa visita, nós contratamos um passeio guiado de dois dias com a Wild Tasmania Tours. Esse tour, além de Cradle Mountain, incluiu também vários outros pontos de interesse no oeste da Tasmânia.

Outra opção é contratar o tour de 1 dia em Cradle Mountain National Park com almoço. Está incluso transporte, ingressos, o circuito do Lago Dove, visita ao Chalé Waldheim com almoço no local e um passeio pela floresta de Weindorfers.

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Cradle Mountain

Começamos nosso passeio em Cradle Mountain pelo Dove Lake Circuit, uma trilha circular de 6 km que contorna o lago Dove, aos pés da montanha. O percurso é tranquilo, bem sinalizado e acessível até para iniciantes. Ao longo do caminho, a paisagem varia entre florestas de faia, campos alpinos e áreas rochosas — tudo com vista para a montanha refletida no lago, em dias de céu aberto. O clima, no entanto, pode mudar rápido: pegamos sol, calor, chuva, frio e vento, tudo no mesmo dia. Vale levar uma capa de chuva e algo mais quente na mochila.

Antes de sair do parque, demos uma passada rápida no início da Overland Track, com um objetivo claro: ver wombats selvagens. Caminhamos por poucos minutos e logo encontramos vários deles bem próximos da trilha — tranquilos, comendo e circulando devagar, quase ignorando os visitantes.

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Wombat (Vombat) livre na natureza

É uma das experiências mais marcantes da região, especialmente para quem viaja com crianças ou gosta de observar animais em seu habitat natural.

Para quem tem mais tempo e busca um desafio maior, a Overland Track completa é uma trilha de 65 km entre Cradle Mountain e o Lago St Clair. O trajeto leva em média seis dias, com camping selvagem, e atravessa paisagens variadas dentro da Tasmanian Wilderness World Heritage Area. É considerada a trilha alpina mais famosa da Austrália e exige planejamento prévio, mas recompensa com uma imersão total na natureza da Tasmânia.

5. Região oeste

A região oeste da Tasmânia é selvagem, remota e cheia de paisagens dramáticas. Queenstown impressiona com sua história mineradora e cenário quase lunar, enquanto o Parque Nacional Franklin-Gordon Wild Rivers oferece trilhas, rios intocados e uma imersão na natureza mais bruta da ilha.

Queenstown

Queenstown é uma cidade peculiar na região oeste da Tasmânia, marcada por sua paisagem dramática esculpida pela mineração. No passado, a exploração intensa de cobre transformou as montanhas ao redor, deixando um cenário árido e avermelhado que contrasta com o verde exuberante do restante da ilha. Hoje, a cidade preserva sua herança industrial e atrai visitantes interessados em sua história, arquitetura e nas estradas panorâmicas que levam até lá.

Essa cidade é o ponto de partida da West Coast Wilderness Railway, que conecta Queenstown a Strahan, na costa oeste, utilizando locomotivas a vapor restauradas. O percurso segue trilhos construídos no século XIX para transportar minério, atravessando uma floresta densa e intocada.

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Nelson Falls

Esse passeio de trem não fazia parte do tour que contratamos com a Wild Tasmania Tours, então ficou para a próxima viagem à Tasmânia. Porém, visitamos a estação de trem e pudemos ver de perto as lindas locomotivas.

A poucos quilômetros de Queenstown, fizemos uma parada em Nelson Falls, uma das cachoeiras mais acessíveis e impressionantes da região. Nelson Falls fica dentro de uma floresta protegida e o acesso é feito por uma trilha curta e de nível fácil, que leva apenas uns 10 minutos.

No caminho, passamos por uma paisagem densa de samambaias gigantes e árvores centenárias, até chegarmos a um mirante com vista deslumbrante para a cachoeira. Um verdadeiro retrato da natureza intocada da Tasmânia, com poucos turistas mesmo na alta temporada.

Parque nacional Franklin-Gordon Wild Rivers

Localizado no oeste da ilha, esse parque nacional faz parte da vasta e remota Tasmanian Wilderness World Heritage Area. O parque é conhecido por seus rios selvagens e florestas intocadas. Durante nossa visita fizemos uma parada rápida onde caminhamos até o encontro do Franklin River com o Surprise River. Apesar da floresta ser densa e úmida, as trilhas são fáceis. E além de toda a beleza natural, há um parte histórica bem legal.

O rio Franklin foi o centro de um dos maiores movimentos de conservação da Austrália nos anos 1980, quando o governo da Tasmânia planejava construir uma barragem para gerar energia hidrelétrica. O projeto ameaçava submergir o rio e seu ecossistema único, gerando um intenso debate. Grupos ambientalistas e cidadãos se uniram em protestos com apoio internacional.

Em 1983, após intensas lutas jurídicas, a construção da barragem foi vetada, e o rio foi protegido. Em 1989, a área foi classificada como Patrimônio Mundial, garantindo sua preservação.

Vale a pena visitar a Tasmânia?

Viajar até a Tasmânia vale — e muito — a pena!

Sim, é longe do Brasil, as passagens não são baratas e o deslocamento exige um pouco de planejamento. Mas basta pisar na ilha para entender por que tanta gente se apaixona por esse pedaço quase intocado da Austrália.

A natureza é selvagem e exuberante, as trilhas são espetaculares, a vida animal é única no mundo, uma cena gastronômica surpreendente, pessoas muito acolhedoras e vilarejos encantadores que parecem parados no tempo.

A Tasmânia tem um ritmo próprio, mais calmo, mais humano — perfeito tanto para quem busca aventura quanto para quem quer se reconectar e descansar. É o tipo de destino que marca, inspira e faz a gente querer voltar. Fomos embora da Tasmânia incrivelmente gratos por termos escolhido esse destino.

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Viajar para a Tasmânia é viver paisagens selvagens, trilhas incríveis e experiências únicas — mas nada melhor do que curtir tudo isso com tranquilidade, sabendo que você está protegido. Mesmo não sendo obrigatório, o seguro viagem é essencial para quem visita a Austrália, já que qualquer atendimento médico por lá pode sair bem caro. Além disso, ele cobre imprevistos como extravio de bagagem, cancelamento de voo e assistência em casos de emergência.

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