Mergulho nas placas tectônicas de Silfra na Islândia

Nesse post você vai encontrar tudo o que você precisa saber sobre o mergulho nas placas tectônicas de Silfra. O que são as placas tectônicas, onde ficam, como chegar nas placas tectônicas de Silfra e um relato da nossa experiência de viagem.

Quando o assunto é Islândia a associação com o frio é imediata, né? A Terra do Gelo surpreende com paisagens belíssimas e belezas naturais inacreditáveis, entre elas, o encontro das placas tectônicas é uma das mais fascinantes e únicas do mundo.

Mergulho nas placas tectônicas de Silfra
Visual das placas tectônicas de Silfra

Mergulhar entre as placas foi o passeio listado pelo National Geographic como uma das 7 aventuras mais doidas do planeta. Pronto para mergulhar nas placas tectônicas de Silfras com a gente?

Está planejando uma viagem pela Islândia? Leia nosso Roteiro de 10 dias na Islândia. Lá você irá encontrar um roteiro super completo com sugestões de atrações para cada dia, dicas de passeios pagos que valem a pena e muito mais!

Sonha em viajar de motorhome e não saber por onde começar? Veja o post Islândia de motorhome com nossas melhores dicas de como planejar sua viagem e até uma sugestão de roteiro de motorhome pela Islândia — 8 dias percorrendo a Ring Road e desbravando alguns dos cantinhos mais lindos da Islândia.

Nesse post, você vai encontrar:

O que são as placas tectônicas de Silfra

Já parou para pensar que um dos passeios mais famosos da Islândia é mergulhar entre as placas tectônicas da Europa e da América do Norte nas águas mais puras do mundo? A temperatura da água gira em torno de 3 graus Celsius o ano todo, é um frio quase congelante e uma experiência realmente única.

Silfra é um dos poucos lugares onde é possível mergulhar ou fazer snorkel direto entre duas placas tectônicas continentais. O afastamento das placas cria um vale submerso de águas glaciais quase transparente, com visibilidade que pode ultrapassar 100 metros.

Onde ficam as placas tectônicas de Silfra?

O mergulho entre placas tectônicas em Silfra fica dentro do Parque Nacional Þingvellir, que é considerado Patrimônio Mundial da Unesco. O parque é um local simbólico para a Islândia, pois foi ali que o Parlamento Islandês foi fundado em 930 d.C. Apenas no ano de 1798 o Parlamento foi transferido para Reykjavík.

Além das placas tectônicas, o parque tem um gêiser que explode periodicamente e a cachoeira Gullfoss, ambos imperdíveis. Para quem faz uma viagem pela Islândia ao redor da Ring Road, o Parque Nacional Þingvellir pode entrar no começo ou no final do roteiro da viagem. Nós fizemos uma viagem de motorhome de 8 dias pela Islândia e deixamos o mergulho para o final.

Tipos de mergulho em Silfra

Se você é apaixonado por aventuras e experiências surreais como nós, o primeiro passo é escolher qual tipo de mergulho você vai fazer. São três opções de mergulho nas placas tectônicas de Silfra:

  • Mergulho seco (exige certificação de mergulho de cilindro + dry suit)
  • Snorkel com dry suit: sensação térmica da água entre 2 e 4 graus Celsius; você usa uma roupa térmica por baixo e mantem o corpo seco.
  • Snorkel com wetsuit: típico traje de mergulho.

A diferença entre os mergulhos de snorkel, como o nome diz, é que um você se molha e no outro não. Aos mais aventureiros, eles indicam o wetsuit, pois você consegue se movimentar e nadar mais. Aos aventureiros médios que desejam passar menos frio, dry suit parece e é uma ótima opção e foi essa a nossa escolha.

Eles têm ainda algumas “condições” para que você possa usar o wetsuit, como idade, peso corporal, altura, entre outros, então vale conferir isso com a agência que vai fazer o passeio. Nós fizemos o passeio com Adventure Kings, mas tem várias companhias ótimas para fazer o passeio com segurança.

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Mergulho nas placas tectônicas de Silfra e a roupa que eu estava vestida por baixo
Mergulho nas placas tectônicas de Silfra e a roupa eu que estava vestida por baixo.

Duração e horários

A sugestão aqui é sempre checar os horários e disponibilidade do passeio no site ou contato da agência com antecedência, uma vez que os horários sempre podem mudar. Durante o verão em Silfra, existem mais opções de horários, pois o dia dura mais tempo em comparação ao inverno. A duração total do passeio é entre 2 e 3 horas no total, e de mergulho em si são de 30 a 40 minutos.

Verão: horários de encontro no Silfra car park em Thingvellir National Park

  • Março a outubro: 9h e 12h
  • Maio a 14 de setembro: 9h, 12h e 15h.
  • Junho a agosto: 9h, 10h30, 12h, 13h30 e 15h

Inverno: horários de encontro no Silfra car park em Thingvellir National Park

  • Novembro a fevereiro: 9h30 e 12h30

O que levar para o Mergulho nas placas tectônicas

Tem alguns itens básicos que é bom levar para seu passeio e aqui segue um pequeno check-list pra te ajudar:

  • Roupas quentes para vestir antes e depois do mergulho
  • Roupa de banho e toalha se for usar o wetsuit
  • Roupa térmica se for usar o dry suit.
  • Meias de lã, a sugestão são dois pares, um para usar no mergulho de dry suit e outro para depois do passeio (muito importante pra passar menos frio!).
  • Camera (Gopro | se você não tiver, eles oferecem uma para aluguel caso queira)

Nossa experiência: como é fazer snorkel nas placas tectônicas de Silfras

Nós escolhemos fazer o mergulho no último dia de viagem, começando bem cedo. Estávamos cansados depois de 8 dias viajando de motorhome e muitos kms rodados, mas antes de completar a viagem queríamos ver, sentir e beber uma das águas mais puras do mundo. Queríamos mergulhar entre as placas tectônicas que dividem a Europa e a América do Norte.

Os mais espertos pensariam, melhor é mergulhar durante o verão né?  Claro! A temperatura externa estará mais amena, e você passará menos frio ao sair da água. Como nós viajamos no finalzinho do outono — o que para os padrões brasileiros significa um inverno bem congelante — nossa única opção foi encarar a geladeira.

A temperatura estava em torno de 0°C, com sensação térmica de -1°C , -2°C. Daí você pensa, como é que eu vou mergulhar em uma água a 3°C e não morrer congelado? Também me perguntei isso antes de viver essa experiência. A boa notícia é que você sobrevive, mas a ruim é que claramente você passa frio, porém se fosse fácil não estaria entre uma das aventuras mais doidas do mundo, não é mesmo?

O passeio começou às 10h da manhã e quando fomos, de novembro ao fim de fevereiro, tinha passeios às 10h e às 13h, já que no inverno escurece mais cedo. Como havíamos dormido no camping do próprio Þingvellir, teoricamente era fácil. Na prática, o GPS nos trucou.

Para não se perder: Coloque o GPS para o P5 do parque

A primeira dica importante é: coloque no Google Maps estacionamento P5 do parque, pois este é o estacionamento mais próximo do ponto de encontro do início dos mergulhos. No nosso caso, fomos acidentalmente para o P1 que é o estacionamento principal do parque, e não teríamos tempo de ir de carro até o P5 antes do início do nosso tour. Estacionando no P1, tivemos que caminhar cerca de 10 minutos até o ponto de encontro de início do tour. Do P5 são apenas 5 minutinhos.

As empresas geralmente pedem para você fazer o check in 15 minutos antes do início do tour. Chegamos com 10 minutos de antecedência, pois tivemos algumas dificuldades para encontrar o local. Éramos um grupo de 6 pessoas e o guia.

Vestindo o Dry Suit: uma missão!

Ao chegar lá, nosso guia que chamava Bart foi super simpático e explicou como funcionaria o tour. Antes de começar a vestir a roupa para o mergulho, a primeira coisa que nosso guia pediu para fazermos foi ir ao banheiro, já que segundo ele ”o que entra no dry suit fica no dry suit”, então você definitivamente não quer fazer xixi durante o passeio. Brincadeiras à parte, rimos e fomos ao banheiro!

Use meias de lã

Em seguida, começava a missão de vestir a roupa do dry suit. Depois de toda a explicação que é feita do lado de fora, você pode se trocar em uma van e deixar a mochila lá durante o passeio. Esse processo de explicação de como vestir e colocar a roupa (que é feito passo a passo) levou um bom tempo.

A ideia é construir um bloqueio para não se molhar. Eu estava com bastante frio no pé nesse momento. Acho que não estava com a melhor meia, então deixo a dica: vá com meias de lã!

Eu de dry suit para o mergulho em Silfra, na Islândia
Eu de dry suit para o mergulho em Silfra, na Islândia.

Use roupas quentes por baixo

Você pode ficar com uma camada de roupa por baixo da roupa do mergulho. Aqui vai mais uma super dica: venha com uma roupa quente por baixo (sim, você vai mergulhar com essa roupa e a boa notícia é que não vai molhar). Eu recomendo  roupas térmicas de manga comprida na parte de cima, uma calça térmica e uma meia bem quente, preferivelmente de lã

O importante é “construir” uma camada quente, mas não muito quente, pois teoricamente você vai suar nadando. Para ser bem sincera, com o frio que estava, não me lembro de ter suado, mas o guia explicou que se você vai mergulhar com vários casacos, ” várias camadas” você sua, e depois passa frio, o que faz totalmente sentido.

Depois de aproximadamente uma hora até colocar todos os equipamentos, entender como usar o snorkel na friaca e conhecer qual seria o nosso trajeto dentro da água, estávamos pronto para ”embarcar”! O embarque é feito grupo a grupo para tornar a experiência mais exclusiva, mas já adianto: mesmo assim sempre haverá gente perto de você.

Todas as empresas fazem o mesmo trajeto de tour, o que muda de empresa para empresa é o serviço prestado e o equipamento. Ficamos mesmo muito felizes com a nossa escolha!

Pronta para entrar na água entre as placas tectônicas de Silfra
Pronta para entrar na água entre as placas tectônicas de Silfra

O mergulho

Nessa hora, eu percebi que não tinha mais volta. Sim, eu ia entrar na água a 3°C. Depois de mais uns 20 minutos esperando na fila do embarque, chegou nossa hora de entrar. O guia foi primeiro e fomos um por um entrando na água por uma escadinha.

O primeiro momento foi de testar a roupa e a respiração com a máscara de mergulho. Foi nessa hora que eu bebi a água. Sim! A água do Silfra é uma das mais puras do mundo, e bem gelada, claro. Fazia parte do tour bebê-la se você quiser.

Este é o ponto de início do passeio e as placas tectônicas vistas do alto
Este é o ponto de início do passeio e as placas tectônicas vistas do alto

Tempo de duração do passeio

O tour dura aproximadamente 35 minutos e a sensação de sentir a água naquela roupa é bem estranha. Eu estava impressionada pois não estava com frio. Ao começar a nadar, eu mexi a minha mão e a deixei debaixo da água a maior parte do tempo, pois estava com a gopro filmando. Foi aí que começou o frio.

As únicas partes que molham são o rosto (surpresa!) e a mão, pois a luva que você usa não é a prova d’água. O interessante é que, se não ficar colocando e tirando a mão da água, mesmo molhada, ela vai se ajustar com a temperatura do teu corpo. Então a dica do guia era deixar a mão flutuando acima da água.

Pensa em alguma coisa que flutua muito! Então, éramos nós nesse tour. Como falei o dry suit tem o objetivo de te manter seco, e você basicamente flutua. Então não dá para ficar nadando para lá e para cá.

Você deve estar se perguntando como você faria para nadar então? Eu pelo menos pensei que seria difícil, mas não é nem um pouco. A água tem uma mini correnteza que te leva naturalmente, somado a umas pernadas de pé de pato, você se mexe! Ir para frente é bem fácil, o difícil é voltar.

Veja no vídeo a experiência da Camila Kafino mergulhando nas placas tectônicas da Islândia

Fim do passeio

Ao fim do passeio saímos da água e foi aí que eu congelei! Para ser sincera, comecei a ter frio no final do passeio, já me sentia pronta para voltar e colocar uma roupa bem quentinha. Ao sair, foi uma sensação de dever cumprido, passeio realizado e, para o Neivo, um alívio total.

Caminhamos até a van e essa caminhada durou uns 5 minutos. Foram os 5 minutos mais frios da vida. Já imaginou? O pior foram as mãos, estavam realmente congeladas.

mergulho nas placas tectônicas de Silfra
Final do mergulho nas placas tectônicas de Silfra

Chegando na van, tiramos a roupa de mergulho e a nossa roupa de baixo estava intacta! Realmente só molhei o cabelo e a mão. Nesse momento que eu vi a minha mão vermelha e gelada, coitada, meu corpo demorou pra voltar ao normal e eu mal conseguia fazer os movimentos!

Em seguida, depois trocar de roupas, tomamos um chocolate quente que a Adventure Vikings nos ofereceu, que ajudou bastante a esquentar o corpo. Chegava ao fim a nossa experiência de mergulho. E que experiência diferente!

Vale a pena mergulhar nas placas tectônicas de Silfra?

Foi muito legal mergulhar entre placas tectônicas em Silfra na Islândia, foi bem único e eu não vi o tempo passar! Confesso que o começo foi bem impressionante, imagina nadar naquela água SUPER cristalina e ao mesmo tempo congelante. Eu ficava alternando entre nadar e olhar para fora. Também estava tentando tirar umas fotos minhas e filmar tudo.

O guia sugeriu que eu só filmasse pois ele estaria com a GoPro tirando fotos, e ele realmente tirou algumas fotos minhas, mas não muitas! Então se você curte fotos, eu diria que vale muito a pena ter a GoPro com você sim. Mas, adianto: a graça de levar a câmera vai te fazer passar um frio adicional, mas quem nunca passou frio para tirar uma foto? A friaca vale a pena!

É realmente muito lindo e especial ver e estar entre as duas placas tectônicas. Talvez as minhas expectativas estivessem muito altas, pois eu tinha amigos que tinham ido e amado muito. Eu também amei, mas sei que o passeio não é para todo mundo, pois é MUITO FRIO.

Para os mais aventureiros, além de ser uma experiência, é mais uma incrível história para contar! Eu não vi os 35 minutos passarem. No começo eu estava bem e impressionada com o isolamento da roupa, mas as mãos molham e congelam! E os pés também.

Se eu gostei? Sim e muito! Foi sair da zona de conforto, totalmente. Valeu a pena! Se eu faria de novo? Acho que não — passei muito frio, principalmente no final. Para mim foi uma experiência de uma vez na vida, tirei da lista — check!

O Neivo achou muito frio e isso prejudicou a experiência dele. Então eu diria que esse é um passeio que depende muito de pessoa para pessoa. Se você não tolera água gelada, esse passeio não é para você. Se você não curte água gelada (acho que ninguém gosta né?), mas tolera, talvez seja uma aventura legal para viver! Eu gostei.

Faça o passeio no começo da viagem

Quanto ao momento que fizemos o passeio, deixamos pro último dia, pois eu peguei uma super gripe antes de ir e estava meio doente. A ideia era fazer no segundo dia de viagem, mas mergulhar a 3 graus quando você está doente não parece uma boa ideia né?

Na minha opinião, esse passeio deve ser feito no início da viagem! Nosso cansaço da viagem intensa afetou na disposição: é bem mais fácil encarar a água fria no começo da viagem.

Seguro viagem na Islândia

O seguro viagem é obrigatório para quem viaja a Islândia, e como em toda viagem que envolva aventuras, nossa dica é apostar em um seguro confiável e com excelente cobertura.

A viagem sem dúvida fica mais tranquila quando você sabe que será amparado em caso de atraso de voos, extravio de bagagem e até em eventualidades médicas, desde consulta e internações. Nós usamos e indicamos a Seguros Promo, um comparador de seguros que te ajuda a selecionar o melhor custo x benefício para a sua viagem.

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Ana Vidigal

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Comentários:
Avatar Eudes Lima disse:

Parabéns pela experiência e ótimas dicas. Estarei indo pra Islândia esse ano e sonho em fazer esse mergulho. A questão é que não sei nadar!!! Parece q vou ficar somente no sonho!!!