Roteiro de 5 dias no Atacama
Roteiro de 5 dias no Atacama, um roteiro detalhado e recheado de dicas para você curtir um dos desertos mais lindos do mundo. Conheça os principais passeios e veja muitas dicas para se dar bem no Deserto do Atacama.
5 dias no Atacama
Um pôr do sol de 1001 e cores e aquele desertão sem fim! Isso sem falar nas lagunas azuis, paredões de pedra, lhamas, flamingos e Alpacas. O fato é que desde que vi as fotos da Thaís no Instagram (@ThaGoncalves) iniciei o bombardeio pedindo as dicas – e claro, essas fotos lindas – pra compartilhar com vocês. E a Thata respondeu com um post COMPLETÍSSIMO e um roteiro de 5 dias no Atacama mega detalhado! Com vocês, a viagem da Thaís!
Texto e imagens: Thaís Gonçalves
Roteiro Resumido
- Dia 1: Chegada em San Pedro do Atacama
- Dia 2: Passeio de Bike & Vale de la Luna
- Dia 3: Lagunas altiplanicas
- Dia 4: salar de tara (dia inteiro, mas menos que as lagunas) + tour astronômico
- Dia 5: Geyser el Tatio + Volta para casa
Antes de viajar:
Prepare-se para uma amplitude térmica violenta
Manhãs bem frias, dias muito quentes e noites geladas. É assim o dia no Atacama durante o mês de maio, assim vale fazer uma mala bem pensada com roupas quentinhas e roupas leves. A dica é ser vestir em camadas e conforme o tempo esquenta, ou esfria, você pode adicionar ou eliminar camadas. Quem viaja no inverno, junho, julho e agosto, deve se preparar para dias ainda mais frios.
Quer saber a parte boa? O Atacama é um destino excelente para todas as estações do ano. Independentemente de quando você visitar, você vai gostar!
Capriche no hidratante e no protetor labial
O clima no Atacama é extremamente seco, o que acabou com meu nariz e deixou a minha pele parecendo escama de peixe. Eu tenho pele oleosa e geralmente evito hidratante no rosto, mas no Atacama não pensei meia vez e usei aquele Nivea que vem na latinha, foi o que me salvou! Assim, vale usar e abusar tanto do hidratante quanto do creme labial.
Onde ficar em San Pedro do Atacama
Hospedagem é um treco caro no Atacama, e em geral, os hotéis (dos mais simples aos mais luxuosos ) são bem mais caros que em outras regiões do Chile. Seja qual for o seu budget, a dica é ficar o mais perto possível do centrinho de San Pedro do Atacama (tenha a rua Caracoles como referência). E lembre-se: 15 minutos do centro a pé significam 15 minutos de caminhada em chão e terra batido em meio a caminhões 4x4e de baixo do sol na cabeça. Na dúvida, invista num hotel mais central. Ai vão algumas dicas:
Para quem busca um hotel bacana no centro da cidade nossas dicas são o Terrantai Lodge, Poblado Kimal, Pascual Andino e Altiplanico Atacama – Todos eles são charmosos e bem localizados.
Para quem procura algo mais econômico, nossas dicas são o Hostel Lickana, Hostal Pangea (testado e aprovado pela Thaís) , Hostal Km Zero e o Eden Atacameño
Se você planeja fazer uma viagem de luxo, vale cacifar um dos incríveis hotéis All Inclusive do Atacama (Tierra Atacama, Alto Atacama e o Explora) eles ficam afastados do centrinho mas oferecem transporte de leva e traz gratuito. Isso sem falar nos tours já inclusos na diária com alguns dos melhores guias do Atacama. Se couber no seu budget, não pense meia vez!
Veja mais detalhes de onde ficar no Atacama no nosso Guia do Atacama
Seguro de viagens:
Calçado no Atacama:
Roteiro detalhado:
Dia 1 – Chegada em San Pedro de Atacama
Depois de alguns dias em Santiago, peguei meu voo rumo a Calama que é a porta de acesso do deserto do Atacama. Chegando lá peguei um transfer para San Pedro do Atacama.
Transfer: Calama – San Pedro de Atacama
Fechei o transfer Calama – San Pedro, no aeroporto logo que pousei em Calama. Há várias empresas e todas fazem o mesmo preço: 12.000 pesos ida ou 20.000 ida e volta. Fui sozinha na minha van, mas paguei por um transfer compartilhado. O trajeto dura cerca de 1 hora e 15 minutos e já da janela dá pra perceber que aquele lugar é realmente inacreditável.
Ao comprar o transfer eles te entregam o recibo e um cartão com um número de telefone/WhatsApp pra marcar o horário da volta e te pedem pra ligar no dia anterior ao voo. Ao ligar eles te pedem o horário do voo e estipulam o horário da van que passa em outros hotéis para pegar mais pessoas. O transfer acaba ficando um pouco mais em cima da hora do que gostaríamos, mas deu tempo certinho! E quer saber? O aeroporto de Calama é minúsculo e não tem nem tomadas disponíveis, então é melhor chegar pra embarcar mesmo.
Um tarde de descanso e planejamento
Dia 2: Passeio de Bike + Valle de La Luna
Pedalando pelo Atacama
Com a minha primeira manhã livre, decidi começar os dia no Atacama com um passeio de bike e passear com meus companheiros de hostel pela região.
Aluguei a Bike no centrinho de São Pedro (não lembro a agência, mas lembro que os preços são bem parecidos e todas alugam por período de 3 horas.) O bom de alugar uma bike com uma agência especializada é que vem o kit de trocar pneu, colete refletivo (você vai ter que cruzar a estrada), chave e cadeado. Achei o esquema excelente.
Pukara de Quitor
Nossa primeira pedida foi a Pukara de Quitor, um sitio arqueológico a cerca de 3 Km do centro da cidade. Para entrar, há uma taxa de 3000 pesos e eles não aceitam nem 5 pesos a menos.
Infelizmente meus companheiros se atrasaram e acabamos saindo um pouco mais tarde do que o previsto, assim não eu para subir até o mirante mais alto a tempo de voltar para a cidade antes do início do tour dos meus colegas. Subimos então até o primeiro mirante, que já era muito bonito, e retornamos para a cidade. Chegando em São Pedro percebi que ainda tinha um par de horas antes do início do meu tour, e resolvi desbravar sozinha um pedaço do Vale de la Muerte.
Pedalada até o Vale da Muerte
O tour do Vale de La Luna passa pelo Vale de la Muerte, mas durante a pedalada – que foi linda – acabei passando por lugares super diferentes e achei que valeu a pena. É super perto, cerca de 4 Km, o problema é a altitude que “aumenta o tamanho das ladeiras” e umas subidas ridículas vão te cansar a vida. Tome cuidado com a areia, a bike escorrega e o tombo é bom.
Chegando lá há um estacionamento para bikes e a partir dali é preciso continuar a pé. Quando entrei no lugar (tudo paga no Atacama) fiquei encantada com a passagem, o contraste das montanhas e aquele desertão infinito. Acabei não subindo até o finalzão por causa do horário de início do meu passeio, mas achei que valeu muito a pena.
Vale de La Luna
Na parte da tarde, fizemos um passeio pelo Valle de La Luna (Vale da Lua) , um dos passeios mais clássicos do Atacama e uma forma linda de começar a explorar a região. O passeio sai do centro de San Pedro do Atacama por volta das 15:00.
Caverna de Sal
A primeira parada é a Caverna de Sal. Mas atenção, a entrada nela só é aconselhável para quem que não tem fobia de lugares fechados. O sal corta a pele muito fácil e os espaços para caminhar (mais para rastejar) são estreitos na maior parte do percurso, então é preciso tomar muito cuidado para não se machucar. Eu, por exemplo, fui o mais cuidadosa possível e mesmo assim cortei minhas costas em uma parte em que o “teto” era bem baixo. Além disso, há uma parte da caverna que é completamente escura e o guia nos orientou à ligar as lanternas dos celulares (aliás, único item aconselhável a ficar na mão durante este passeio) para conseguir completar o trajeto. Se você não quiser se aventurar, há a opção de esperar do lado de fora e encontrar o resto do grupo no final.
Três Marias
Depois, o passeio segue em direção às Três Marias, que é uma formação rochosa no meio do nada, literalmente. Se você tiver muita imaginação (muita mesmo) você consegue enxergar “Maria”. No entanto, atualmente restam apenas 2, já que um turista se apoiou na outra e ela caiu.
Caminhando pelo Vale de la Luna
Dali seguimos em uma caminhada pela areia, apreciando as paisagens incríveis ao redor. Não é por acaso que este passeio tem este nome, o lugar definitivamente é de outro mundo.
Mirador Pedra do Coyote
O tour terminou no fim da tarde com a van nos levando para o Mirador Pedra do Coyote para assistirmos à um pôr do sol à qual nenhuma descrição faria jus. O céu não estava limpo, mas sim com algumas nuvens que nos impediam de ver realmente o Sol no horizonte. Eu sou apaixonada pelo entardecer e na minha opinião, os dias um pouco nublados tem o melhor de todos.
Foi aí que o céu se tornou numa imensidão rosa alaranjada e a paisagem, que já era incrível, ficou ainda melhor. Tive a sorte de fazer amizade com uma menina que tinha um olhar espetacular para fotos e o resultado é esse. O tour ainda inclui um lanchinho da tarde, que os guias arrumaram logo que chegamos, mas eu estava tão deslumbrada com tudo que só cheguei no finalzinho para comer umas 2 bolachinhas. Não me importei nem um pouco.
Dica: Importante dizer que estava muito quente e hidratação é a maior preocupação. Leve garrafsa de água das grandes. Eu, que não sou lá de tomar 2 litros de água por dia, tomei isso fácil apenas neste tour
Dia 3: Lagunas Altiplânicas
Pra mim este é o grande highlight da viagem: Lugares incríveis, Flamingos, paisagens maravilhosas.
Laguna Chaxa
Este é um passeio de dia inteiro e a van passou por volta das 8h no meu hostel. O percurso inicial foi meio longo e deu pra descansar um pouco. Chegamos na Laguna Chaxa, no Salar de Atacama. A Laguna é conhecida pela reserva de flamingos, mas confesso que não vi quase nenhum. Não sei se foi o dia ou o lugar onde o tour parou, mas fiquei levemente decepcionada com isso. Eu não estava com nenhuma câmera boa e essa foi a melhor foto que consegui. Dá uma forçadinha nos olhos, que eu juro que tem flamingo aí. 😛
Fomos servidos com um café da manhã ao ar livre, teve baguete francesa, queijos, bolachas, cafés e chás. Nada muito sofisticado, mas bem gostoso. Mas já vou avisando que a altitude é ainda maior e por isso o frio é mais intenso, especialmente pela manhã, vá bem agasalhado para curtir o café sem congelar!
A van seguiu então por mais um tempo em direção às pequenas cidades de Socaire. Fomos apresentados à muitas plantinhas da região, inclusive uma chamada Rica-rica, cujo cheiro é maravilhoso.
Tivemos uma parada pro almoço em um pequeno restaurante já preparado para isso. Mais uma vez, nada de luxo, mas uma comida quentinha com pãozinho pra acompanhar.
Piedras Rojas
Fomos em direção à Piedras Rojas, eleita por viajantes um dos lugares mais bonitos do Atacama, mas que atualmente hoje se encontra fechada por irresponsabilidade de visitantes. Por isso o tour parou apenas na área do mirante, mas já valeu a pena, a paisagem pra mim foi uma das mais lindas do passeio. Além disso, a estrada fica bem do ladinho e é possível tirar muitas fotos boas, sempre com muito cuidado, já que muitos veículos passam por lá.
Dica: Como Piedra Rojas está fechado, muitas agências nem fazem parada lá, então sugiro confirmar com a empresa se você quiser fazer a visita. Na minha opinião, vale muito a pena mesmo com a laguna fechada.
Lagunas Miscanti e Miñiques
Depois disso, a van subiu ainda mais alto até as Lagunas Miscanti e Miñiques, formadas a partir do derretimento do gelo proveniente da cordilheira e dos vulcões. A primeira fica cercada por morros, pelo vucão de mesmo nome e uma vegetação bem típica do deserto. Caminhando um pouco, chegamos na Miñiques, mais isolada, de um azul profundo surpreendente. Na minha humilde opinião, pelo conjunto, minha preferida foi a Miscanti.
Trópico de Capricórnio
Na volta, paramos onde passa o Trópico de Capricórnio. Inicialmente, fiquei na dúvida se desceria nesta parada, afinal o trópico passa em São Paulo e eu fiquei pensando o que seria de interessante. Mais uma vez, o que impressiona no Atacama são as paisagens e passar pelo trópico no “meio do nada” foi muito mais legal do que cruzar ele pela estrada aqui no Brasil.
Dia 4: Salar de Tara e Tour Astronômico
Confesso que o Salar de Tara não estava entre os passeios que eu planejava fazer, mas depois de conversar com os guias da Flamingo e com algumas outras pessoas em meu hostel, resolvi arriscar. Valeu a pena
Este é um outro tour de dia inteiro, mas que termina um pouco mais cedo que as Lagunas Altiplânicas. A van passou de manhã pelo meu hostel e seguimos viagem. O percurso é longo, já que o Salar está localizado há aproximadamente 140 km de San Pedro, mas a van fez algumas paradas estratégicas para fotos e explicações sobre a geografia do local que passávamos. Na foto abaixo, o vulcão Licancabur, maravilhoso e o mais famoso da região.
Havia a possibilidade de tomarmos o café da manhã ali mesmo, mas por causa do vento e frio, decidimos esperar a próxima parada.
Salar de Águas Calientes
A van seguiu viagem e a próxima parada foi no Salar de Águas Calientes, outro lugar com paisagens incríveis. O lugar é rodeado de vulcões, incluindo o Lascar, que é um dos tours famosos do Atacama, e um dos passeios que exigem melhor preparo físico.
Aprendendo sobre os animais da região
Durante todo o percurso é possível também observar vários animais típicos da região: Vicuñas, Alpacas, Llamas e outros. Eu não tinha noção da diferença entre eles, tudo o que eu sabia é que eu estava vestindo um casaco de lã de Alpaca, comprado em uma das tantas lojinhas locais de San Pedro. O guia sempre explicava tudo bem detalhadamente, falando sobre as várias curiosidades envolvendo os animais.
Monjes de la Pakara
A van fazia partes do trajeto por terra e areia, de forma que não é aconselhável fazer este passeio por conta própria.
Paramos então para observar os chamados Monjes de la Pakara, formações rochosas que se erguem “do nada”. Eu fiquei impressionada com esta da foto, sozinha erguida no meio do deserto e eu ainda não consigo imaginar como ela surgiu.
Salar de Tara
Seguimos viagem até ser possível observar um “paredão” de formações rochosas chamadas Catedrais de Tara. Do outro lado, enfim o Salar de Tara.
Não sei como descrever a beleza do lugar e só estando presente para perceber a dimensão de tudo. É realmente lindo.
Vale ressaltar que a altitude do Salar é de aproximadamente 4400m então é bom ir agasalhado e organizar os seus dias para se aclimatar antes de se aventurar nele.
O tour incluiu também almoço, feito ao ar livre com uma vista maravilhosa. O menu foi fajitas de frango, com direito à guacamole e tudo mais. Havia uma opção vegetariana e outra de atum, para os que não comem carne. Simples, mas novamente agradável. Todos satisfeitos, embarcamos novamente na van para a viagem de volta a San Pedro.
O tour astronomico
Peguei a semana da Lua Cheia, ou seja, muitas agencias não oferecem o tour pela claridade do céu (e cuidado pra não cair no conto pois muita gente oferece o tour no mesmo dia), por sorte consegui fazer o tour na minha única noite, já com uma lua “não tão cheia” e com uma visibilidade legal. Fechamos o tour com a empresa Una Noche con las Estrellas e tivemos a sorte se conseguir as últimas vagas do tour em inglês.
O tour deixa à agência por volta das 20h30/21h e nós embarcamos em uma van que nos levou não muito longe da cidade, para o local onde eu observaria o céu mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.
Na minha opinião: Ir para o Atacama e não fazer este tour significa que você não foi ao Atacama, é realmente imperdível e eu ainda não consigo acreditar na quantidade de estrelas que é possível enxergar.
Primeira impressão: subestimei o frio. Cheguei no local e tudo que eu conseguia pensar é que eu não conseguiria sobreviver ao tour apenas com o que eu estava vestindo.
Segunda impressão: eles oferecem cobertores! Agora sim eu estava pronta.
Como funciona o tour astronômico
Fomos separados em três pequenos grupos que iam rodando pelas três diferentes etapas do tour. Começamos com os telescópios, de diferentes tamanhos. O guia nos dividiu em duplas e foi apontado os telescópios para as diferentes estrelas e constelações e e as duplas iam se revezando até todos terem visto tudo. Então o guia nos dava mais explicações e apontava os teleféricos para outro lugar.
Vimos estrelas lindas (eu não sabia nem que existiam estrelas laranjas) e também pudemos observar o que acontece quando uma estrela morre. Terminamos este pedaço com uma foto do grupo em meio ao céu estrelado.
Em seguida tivemos uma mini aula sobre as constelações – os caras usam um laser super potente para apontar para as estrelas e explicar. FOI SENSACIONAL. Ele nos mostrou todas as constelações que era possível observar do hemisfério Sul, sempre dando explicações bem detalhadas e com um inglês super bom.
Em seguida teve um cafezinho caprichado, com chás e chocolate quente para esquentar, depois de tanto tempo na noite gelada e fechamos o tour com mais uma aulinha de astronomia.
Nosso tour acabou sendo extendido e durou mais tempo que o previsto. O guia aproveitou para colocar a Lua em evidência em um dos telescópios e pude ver o finalzinho da mesma, que não estava mais cheia, mas ainda estava maravilhosa.
Dia 5: Geyser El Tatio e volta para o Brasil
Este é um tour que começa cedo, bem cedo mesmo. A van passa no hostel por volta das 05h/05h30 porque a graça é chegar no geyser antes do sol e assistir o sol nascendo no parque.
A viagem é um pouco longa, então dá pra recuperar um pouco do sono durante o trajeto.
Chegamos e ao sair da van nos deparamos com um frio congelante de -10 graus. Caminhamos pelo parque observando a paisagem e os geysers, que ao nascer do sol é bem especial. Uma dica que eu dou é colocar as mãos no chão se estiverem congeladas. O solo é quente e dá uma ajudada. Em seguida há um café da manhã caprichado (e sim, nós comemos em frente daquela vista linda – e no frio).
Os mais corajosos podem entrar na piscina termal que há por lá. Vale falar porém que, pela temperatura do lado de fora, é bem difícil tirar a roupa para cair, e pior ainda para sair da piscina. Deu a louca em mim e eu fui. Devo ter passado mais tempo me trocando, tirando e colocando minhas mil e uma camadas do que de fato na água. Mas é óbvio que eu não ia deixar essa oportunidade passar e tenho até foto lá dentro para provar que fui corajosa. (Ok, posso ter pegado um resfriadinho no dia seguinte, mas foi por uma causa nobre)
Depois do mergulho voltamos para a van para seguirmos de volta à San Pedro. No caminho fizemos algumas paradas para observar a paisagem e a fauna do local. O dia foi esquentando aos poucos, de forma que tive que ir tirando as camadas de antes.
E vale a pena visitar o Geyser El Tatio?
Então, eu nunca tinha visto um na vida, então pra mim valeu a pena? Mas se eu comparar com as fotos do Yellowstone ops Nova Zelândia, aí acho que não vale a pena não. É realmente um pouco longe de San Pedro do Atacama, e o frio é brabo.
Perguntas & Respostas com Thais Gonçalves
Quais as suas melhores dicas para quem vai para o Atacama pela primeira vez?
Quem preferir pode fechar os passeios direto no Atacama
Fechar os passeios no Brasil e já chegar com tudo reservado, ou arriscar e fechar tudo no Atacama era uma das grandes dúvidas da viagem. Resolvi arriscar e fechar direto em San Pedro do Atacama e foi uma boa pedida. Deixei minha primeira tarde livre e tive tempo de percorrer todas agências de San Pedro do Atacama e negociar preços. No final das contas saiu mais barato fechar em San Pedro do que já sair do Brasil com tudo reservado.
Fechei com a Flamingo e achei muito bom. Não é a agência mais barata de São Pedro, mas achei os preços bem justos e o nível do serviço é muito bom. Na minha opinião vale a pena pagar um pouquinho mais caro para evitar perrengues e a Flamingo foi uma boa escolha.
Fechei um pacote de 4 passeios: Salar de Tara e Lagunas Altiplanicas (Dia todo), Geyser El Tatio (Meio dia) e Vale de La Luna (Meio dia). Amei todos os passeios que fiz com a Flamingo, minha única crítica é que um dia tivemos que correr um pouquinho. a mais porque um das pessoas do nosso grupo tinha um vôo e não podia se atrasar, mas por outro lado, achei bacana a preocupação dos caras em não atrasar o transfer.
Pitaco da Mari: Outra agência testada e aprovada por nós é a Ayllu, que tem um nível de serviço incrível e é bem focada no turista brasileiro. Veja aqui detalhes da nossa experiência no Atacama.
Feche com a operadora:
Muitas agências em San Pedro de Atacama revendem passeios de outras operadoras. Fechando direto com a operadora você conseguirá economizar uns trocados, e garantir a qualidade do tour. E se você tiver dinheiro em espécie – eu preferi pagar com o cartão, ainda dá pra chorar um descontinho extra. A Flamingo que me vendeu o tour era também a operadora do passeio. Mais um ponto pra eles.
Tenha dinheiro em espécie
Poucos lugares aceitam cartão no Atacama e em geral, você vai precisar de dinheiro em espécie para tudo, para pagar entrada, lojinhas, e passeios (sim, algumas agências aceitam cartões de crédito, mas os preços e a chance de negociar, são bem melhores para quem paga em cash).
A ordem dos fatores SIM alterna o resultado
Na hora de planejar seus passeios comece pelos de altitude mais baixa (Valle de La Luna, Termas de Puritama e Vinho no deserto são bons tours para começar) e vá aumentando a altitude aos poucos. Vale falar também que o Tour Astronômico termina bem tarde e o Tour para os Geysers começa BEM cedo. Não recomendo fazer o primeiro na noite anterior do segundo e só fiz porque era a minha única oportunidade. Mas, para quem também não tiver muito tempo, não é impossível e um cafezinho ajuda.
Roupas pretas não são a melhor opção
Além do calor, o preto suja muito (lembre-se que tem muita areia/ terra envolvida na jogada). Eu nem pensei nisso na hora de fazer a mala e só fui perceber o valor desta dica ao ver uma foto, que aliás está neste post, e perceber que eu estava inteirinha cheia de areia.
Que passeios você fez, e o que você achou?
Comprei um combo com 4 dos passeios mais populares do Atacama: Vale de la Luna, Geyser el Tatio, Salar de Tara e Lagunas Altiplanicas. Além disso fiz o tour astronômico (FAÇA! É incrível) e um passeio de bicicleta não muito planejado, mas pra lá de especial. Gostei de todos os passeios que fiz.
E a altitude? Foi tranquilo?
Fora a subida de bike no primeiro dia, que era pequenina e me deixou sem fôlego, não senti nada e nem precisei tomar nada. De qualquer forma, o dia de descanso na chegada foi uma ótima pedida pra me aclimatar.
Algo que você gostaria de ter feito e que não deu tempo?
Achei que 4 dias (três dias inteiros + 2 metades) foi um tempo legal para curtir o Atacama, mas se pudesse ficaria mais um dia para fazer as lagunas escondidas e não ficar corrido. E claro, quem conseguir incluir o Salar de Uyuni na jogada, não vai se arrepender!
Qual foi a experiência mais incrível? E a mais diferente?
É muito difícil escolher, mas acho que a experiência mais incrível do Atacama foi o Tour Astronômico. Eu sempre amei estrelas e muitas vezes deitei no chão para observar o céu, fiquei absolutamente maravilhada com o céu do Atacama. Com certeza, o mais lindo do mundo.
A experiência mais diferente foi o Valle de da Luna. As paisagens são tão diferentes que realmente me senti fora do planeta Terra. Foram também os primeiros passeios que fiz, me deixando deslumbrada.
Alguma furada, ou algo que você detestou?
Parece até surreal falar que não, né? Mas de fato, esta foi uma viagem que eu gostei de tudo. Fiquei um bom tempo pensando para responder esta pergunta e não consegui pensar em nada.
Viaje sem stress
✅ Reserve seu hotel em San Pedro do Atacama
Veja também:
Deserto do Atacama no Ideias na mala
Mais posts do Chile
- O básico de Santiago: dicas para organizar sua viagem
- Roteiro econômico de 2 dias em Santiago
- Patagônia: Perrito Moreno & Torres del Paine
- Patagônia Chilena e Argentina com crianças
- Esquiando no Chile
Guarde esta dica no Pinterest!
Para ficar por dentro de todas as novidades do Ideias na Mala, siga nosso instagram!
Olá,
Adorei sua página!!!!
Estou indo sozinha para peru e Chule e estou prevendo chegar em Calama as 22:30 h.
Há transfer para San Pedro de Atacama nesse horário?
Atenciosamente
Olá Darléia,
Não tem. Os transfers funcionam até às 20h e os transfers privados até às 21h.
Boa Viagem
Muito bom o seu post, fiquei mais apaixonada ainda pelo Atacama.. Só estou na dúvida se levo meus filhos ( 7 e 11 anos) .. Tenho medo de ser entediante para eles…mas ao mesmo tempo quero eles para vivenciarem essa experiência . rsrsrs Vou me decidindo.. bjus
Oi Fernanda,
Eu (Mari) levaria os meus. Acho que destinos de natureza são sempre espetaculares para crianças e que você pode envolve-los contando curiosidades sobre o deserto, mostrando as diferenças e ensinando eles a pegar gosto pela coisa.
Beijos
Estou indo para o Atacama que estarei la perto da lua cheia. Mas é a unica data que posso ir. A lua cheia é dia 24 de Outubro e consegui fazer o tour dia 19. Algumas agencias não estão fazendo nestes dias. Fiquei com medo de fazer o tour e ser dinheiro jogado fora. Mas li o seu relato que fez perto da lua cheia e parece que você gostou. O meu tour é 5 das antes do dia divulgado como a lua cheia do mês. Você gostou do tour? Conseguiu ver as estrelas?
Oi Carolina,
Como a Thaís contou no post, ela pegou o final da lua e não o começo, e a claridade do céu pode variar MUITO.
De qq forma ela amou e recomenda muito a experiência.
Abraços,