Templo Byodoin + Visita a Casa de chá na região de Uji no Japão
Quer mergulhar na cultura japonesa de um jeito autêntico e inesquecível? Uji, uma cidadezinha encantadora perto de Kyoto, é o destino perfeito para isso! Neste post, vamos te contar como é visitar uma casa de chá tradicional do Japão e o Templo Byodoin que está estampado na moeda de 10 Yens.
Uji é famosa por seu chá verde de alta qualidade, considerado um dos melhores do Japão. Com uma tradição que remonta ao século XIII, a cidade se destaca pela produção do matcha, usado nas tradicionais cerimônias do chá. Ao passear por Uji, você vai se deparar com plantações de chá verde exuberantes e diversas casas de chá, onde é possível degustar essa bebida milenar e aprender mais sobre sua história e importância cultural.
Como chegar a Uji
Chegar a Uji saindo de Kyoto é super fácil e rápido! Existem duas opções de trem super práticas para você escolher:
- A primeira é pegar o trem da linha JR Nara na estação Kyoto. Em cerca de 20 minutos, você estará desembarcando na estação Uji.
- A segunda opção é usar a linha Keihan. Pegue o trem na estação Sanjo Keihan e desça na estação Uji, após uma viagem de cerca de 30 minutos.
Japan Rail Pass (JR Pass)
Para quem pretende viajar por várias cidades do Japão, uma opção excelente e muito econômica é comprar o Japan Rail Pass (JR Pass), um passe de transporte público ilimitado a todos os trens, serviços de ônibus, serviços de balsa e transferências do aeroporto da Japan Rail National.
Opções e preços do JR Pass:
O Japan Rail Pass está disponível em diferentes modalidades, atendendo às suas necessidades de viagem:
- Duração: 7, 14 ou 21 dias consecutivos.
- Classe: Ordinary (2ª classe) e Green (1ª classe).
Flexibilidade e economia de tempo
Você consegue embarcar em qualquer trem da Japan Railways, a qualquer horário nos vagões sem reservas e não vai precisar perder tempo em guichês para comprar uma passagem a cada viagem que fizer.
Benefícios adicionais:
Além do acesso ilimitado ao transporte público operado pela Japan Railways, o JR Pass oferece descontos em alguns pontos turísticos, como museus, castelos, etc., e até em alguns hotéis. Então sempre vale conferir, pois ainda que seja 20% de desconto em uma ou outra atração, já é uma economia.
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Ainda esta com dúvida se o JR Pass é para você? Leia nosso post completo e faça as contas: JR Pass vale a pena? Tudo o que você precisa saber para viajar de trem no Japão
Quer aproveitar ao máximo seu tempo em Uji? Faça o Tour do chá verde com visitas aos templos Byodoin e Koshoji. Nesse passeio você vai mergulhar na cultura de produção de chá de Uji, fazer uma degustação e visitar dois templos icônicos: Byodoin e Koshoji. Os ingressos estão incluídos, o tour dura 4h e pode ser feito em espanhol.
Visita ao Templo Byodoin (Byōdō-in)
Durante meu intercâmbio no Japão, há alguns anos atrás, fiquei muito amiga da família Nakamura, que há 200 anos é dona da casa de chá Nakamura e, é claro que, não poderia deixar de visitá-los e apresentá-los ao meu pai. De Fushimi, onde mora minha família de intercâmbio, até Uji são cerca de 30 minutos de trem JR. Eu havia combinado de encontrá-los às 14h, mas antes disso aproveitei a viagem para dar uma passadinha no templo Byodoin.
Entre a estação de JR e o templo é preciso caminhar uns 15 minutinhos por ruas pequeninas. Chegando na ponte de Uji, que também é um cartão postal da cidade e merece muitas fotos, há uma pequena bifurcação: a rua da esquerda nos levou direto até a entrada do templo.
Como estávamos um pouco corridos, não tivemos tempo de xeretar as lojinhas, mas minha lembrança de alguns anos atrás é que Uji é um ótimo lugar para comprar lembrancinhas.
Não é atoa que o Byodoin esta estampado na moeda. O templo é lindo e possui um jardim japonês maravilhoso com um lago no centro. O Byodoin fica no meio do lago e para entrar é preciso atravessar uma pequena japonesa vermelha.
Quem atravessa a ponte (para entrar é preciso comprar uma segunda entrada) tem a chance de reparar nas pedras de diferentes tamanhos que compõem as margens do lago formando quase que um degradê. O reflexo do templo no lago é muito bonito.
Em volta do lago há muitas árvores, o jardim é muito caprichado e muito decorado. Como estávamos no início do inverno, ainda tivemos a chance de encontrar algumas árvores de Mapple com as folhas lindamente coloridas.
Entrando no templo, há um enorme pavilhão onde um Buda grande descansa. Ao lado do Buda, há pequenas e lindas estátuas. Cada uma tem um detalhe especial, seja um instrumento musical, seja uma lanterna. Todas as estátuas são diferentes.
O meu detalhe preferido fica no alto do templo: duas fênix de bronze repousam maravilhosas. Um detalhe que pode passar desapercebido para muitos, no entanto, a simbologia por trás dessa ave, que nunca morre, protegendo o telhado de um templo de mais de 1000 anos de idade me chamou muita atenção desde minha primeira visita.
O ingresso do Templo Byodoin dá direito a visitar o museu onde estão expostas as peças originais do templo. Exceto o grande Buda, todas as outras peças expostas fora do museu são réplicas, isso por causa da conservação delas. Dentro do museu elas ficam expostas a muito pouca luz e por isso estão em ótimo estado.
Aproveitamos para olhar os pequenos detalhes de pertinho. Reparei na textura dos sinos, nos instrumentos que as estátuas pequenas carregam e quando cheguei na fênix, perdi uns minutos olhando como a cauda esta pregada, bem interessante.
Planeje sua visita:
- Horário de funcionamento
- jardim: 8h às 17h30
- Phoenix Hall: 9h30 às 16h10 (entrada a cada 20 min, máximo de 50 pessoas por visita)
- Museu: 9h às 17h
- Ingressos (jardim + museu): ¥700 adultos | ¥400 jovens/estudantes | ¥300 crianças
- Para entrar no Phoenix Hall é preciso pagar mais ¥300 por pessoa.
Visita a uma casa de chá tradicional no Japão
Saindo de lá caminhamos até a casa de chá dos Nakamura, o real motivo da minha ida até Uji. A casa de chá é muito bacana. Na entrada esta estampado o símbolo da família, usado desde de tempos ancestrais. Reza a lenda que o primeiro Nakamura era uma bravo Samurai e dai vem o emblema da família.
A casa em si é bem antiga e toda de tatami. Na entrada há uma loja de produtos Nakamura, feitos de chá verde. Ali o fogo sempre fica aceso e durante o inverno os clientes são convidados a tomar um pequenino copo de chá quente e, no verão, chá gelado.
Saindo da loja há um pátio com um jardim japonês, alguns pinheiros estão plantados de modo a formar um barco. Nos fundos do jardim há uma casa de chá.
Os Nakamura são sempre muito receptivos e nos convidaram a tomar algo. Escolhi um sorvete de creme acompanhado de frutas e bolo de chá, que é uma verdadeira iguaria — juro que não sou mega fã de chá, muito pelo contrário, só tomo quando realmente preciso, o que no Japão ocorre bem mais frequência que no Brasil, e o bolo vale a pena.
Já meu pai escolheu um sorvete de chá verde com frutas (segundo ele um pouco amargo demais), mas como o sorvete vem servido numa taça de bambu, não deixa de ser uma experiência bem diferente.
Terminada a sobremesa, resolvi abusar uma pouco da hospitalidade e perguntei se eles não poderiam nos servir um pouco do chá usado nas cerimônias do chá. Queria que meu pai experimentasse um pouco do chá verde amargo, espumante e cremoso servido há seis gerações pelos Nakamura. Eles prontamente atenderam o pedido, e de forma mais linda do que esperávamos.
Fomos convidados a entrar na casa da Avó Nakamura — ela é a atual dona da casa de chá—, que nos recebeu com sorriso no rosto e nos guiou pelos lindos aposentos de tatami. Fomos convidados a visitar as pequenas casinhas onde se realiza a cerimônia do chá de verdade e ela nos explicou que a porta da casa é muito baixinha, pois dessa forma os Samurais não poderiam entrar portando a espada.
A casa é um pouco escura, com chão de tatami onde é servido o chá e teto de palha. Durante a cerimônia todos os detalhes fazem a diferença, desde a cerâmica usada para servir o chá aos utensílios de preparação, um ritual muito lindo. Ao redor da pequena casinha há um mini jardim, como a simplicidade é um fator importante o jardim é composto de pedras, bambo, plantas e água.
De volta a casa, a avó pessoalmente nos preparou o chá. Ela preparou exatamente da maneira como prepararia durante a cerimônia, usando todos os apetrechos necessários. Antes do chá comemos um pequeno doce. Como o chá é bem amargo a função do doce é preparar o paladar para receber o chá, que é servido bem quente. Os doces de cerimônia do chá costumam ser muito bonitos, comemos um doce amarelinho que era um doce de ovo muito parecido com nossos fios de ovos.
Antes de tomar o chá, há toda uma etiqueta: ao receber a cumbuca, você segura com as duas mãos, levanta a cumbuca, agradece e depois gira a tigela meia volta no sentido horário e aí sim bebe. Ao terminar de beber, você volta a girar a tigela meia volta, mas dessa vez no sentido anti-horário.
Depois de tomar duas rodadas de chá, visitamos um pequeno templo em um dos quartos da casa — no Japão este tipo de templo em casa é bem comum. O bacana é que no templo dos Nakamura estão expostas fotos de seis gerações da família.
Nosso amigo nos explicou que todas as manhãs ele acende incenso, toca o sininho e oferece um pouco de arroz e frutas a seus antepassados, aí ele reza uma oração e só depois disso sai para trabalhar. Acho que a experiência do chá acabou sendo bem mais profunda do que imaginávamos, pois além de rever amigos queridos ganhei mais um importante aula de cultura japonesa.
Quem for para Uji, não deixe de dar uma passada na casa de Chá Nakamura, o lugar é bem bacana, acho que vocês vão gostar. O chá verde japonês é bem diferente do chá brasileiro, mas a experiência é tão cultural que vale a pena.
Há também um corner Nakamura que fica dentro da estação de Kioto, uma boa para quem quer experimentar um chá, mas não tem tempo de ir até Uji.
Planeje sua visita a Nakamura Tokichi Honten:
- Endereço: Ichiban-10 Uji, Kyoto
- Horário de funcionamento: todos os dias das 10h às 17h30
Seguro viagem para o Japão
O seguro viagem no Japão não é obrigatório, mas por aqui recomendamos que você nunca faça uma viagem (independente do destino) sem o seguro. Ninguém quer ter que contar com a própria sorte em uma baita viagem dessas, né? Em uma emergência hospitalar é o seguro viagem que salva sua pele e, até mesmo em casos de malas extraviadas e voos cancelados.
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gosto muito do japao apesar de nao conhecer mas me endentifico muito
Oi Nelvina,
É longe, mas vale a visita!