San Francisco: Os tesouros de Teotihuacan no Museu De Young
Confira detalhes da exposição sobre Teotihuacan no Museu De Young em San Francisco. A mostra Teotihuacan : City of Water, City of Fire (em cartaz até 11 de fevereiro de 2018) revela segredos de um dos complexos de pirâmides mais lindos do México.
Um dos pontos altos da minha viagem ao México foi visitar o complexo de pirâmides de Teotihuacan (cerca de 1 hora da cidade do México), uma verdadeira viagem ao México ancestral e ao universo tão impressionante de uma das civilizações pré-colombianas mais evoluídas. Durante a viagem tive a chance de aprender alguns detalhes básicos sobre o complexo arqueológico, de subir ao topo das pirâmides e contemplar aquela vista linda, mas saí de lá sentindo que podia e gostaria de aprender MUITO mais. E não é que poucos meses depois da visita essa chance de aprender mais sobre Teotihuacan bateu na minha porta, e é claro que eu não ia perder a chance, não é mesmo?
A exibição: Teotihuacan no museu De Young
A mostra Teotihuacan : City of Water, City of Fire (Cidade da água, cidade do fogo) em cartaz até 11 de fevereiro de 2018 no Museu De Young em San Francisco conta um pouquinho da história de Teotihuacan, a primeira cidade das Américas, formada por imigrantes vindos de todos os cantos do México e que em seu apogeu chegou a abrigar mais de 100,000 habitantes de diferentes classes sociais. E tenta revelar parte dos mistérios de Teotihuacan por meio de escavações recentes realizadas em todo o complexo.
E como toda a exibição no De Young, a mostra começa do lado de fora com uma ambientação linda e cuidadosamente preparada:
Os Deuses de Teotihuacan
Durante a exibição, tive a chance de aprender um pouco mais sobre os quatro deuses mais importantes para os Teotihuacanos (o Deus das Tormentas, o Velho deus do Fogo, o Deus do Milho e a Serpente alada) e entender como o culto a esses deuses permeava o dia a dia destas sociedades.
No Complexo de Teotihuacan, há três pirâmides principais: A pirâmide do sol (a mais alta), a pirâmide da Lua (a que tem as melhores vistas) e a pirâmide da serpente Alada (que é a menor, menos visitada e a mais linda do complexo), a exposição no De Young detalha cada um desses espaços e mostra o que foi descoberto sobre eles durante as escavações.
A Pirâmide da Serpente Alada
Pequena porém surpreendente a pirâmide da serpente alada fica dentro um pequeno complexo fechado – chamado de Ciudadela. Estudos indicam que a Ciudela era inundada de tempos em tempos e que a pirâmide era usada para simular o antigo mito do mar primordial e da criação da Meso América representando a montanha primordial. Pra quem visitou a Ciudadela e viu o tamanho do espaço, é surreal saber que os caras inundavam aquilo, em tempos em que nem a roda e que nem o uso de animais para o trabalho havia siso descoberto. Surreal!
A pirâmide tem este nome pois possui figuras de serpentes onduladas esculpidas em toda a sua lateral, durante a visita ao complexo lembro de ter ficado bem impressionada com as serpentes (quem visita o museu de arqueologia na Cidade do México, vê mais serpentes como essas encontradas em escavações presentes em outros cantos do México), mas não reparei nas conchas – símbolo da água e bem importante para os astecas – esculpidas junto as serpentes.
A mostra destaca um túnel sob a pirâmide (chamado de Tlalocan) construído antes da pirâmide, aberto e fechado diversas vezes ao longo dos anos, e aberto pela última vez pouco antes da construção da pirâmide, o interessante é que a galeria final deste túnel coincide com o centro exato da pirâmide. Há teorias que indicam que o túnel era a “caverna sagrada” presente no mito do mar primordial, e portanto diretamente alinhada com a montanha primordial freqüentemente representada pela pirâmide. Essa teoria é sustentada pelo fato das paredes do túnel adornadas de piritas – mineral que produz um efeito brilhante – e de seu interior conter mais de 50,000 objetos como oferenda, e uma galeria principal com um pilar simbólico representando a conexão entre os três mundos: céu, terra e subterrâneo. Nessa galeria foram encontradas 4 esculturas enigmiticas – duas delas em exibição no De Young – rodeadas por objetos de pedras verdes e que possivelemente representam o nascimento dos tempos. Adorei aprender tudo isso e ver estas duas esculturas lindas de perto.
A Pirâmide do sol
Durante a visita ao México aprendi que boa parte do complexo de Teotihuacan foi reconstruído como parte dos esforços turísticos que antecederam as olimpíadas de 1968. Durante a reconstrução ocorreram alguns errinhos de projeto, um dos mais notáveis são os 5 níveis da pirâmide do sol, que originalmente continha apenas 4 níveis. Deixando os erros de lado a pirâmide é impressionante e gigantesca, uma das maiores estruturas construídas no mundo antigo. Linda mesmo.
A Pirâmide do sol, combinada com a pirâmide da lua, simboliza a dualidade perfeita e representa elementos como o fogo, a estação das secas, masculinidade e o sol. Enquanto a pirâmide da lua simboliza a água, estação das chuvas, fertilidade e a femininidade.
A mostra destaca um pouco da grandiosidade da pirâmide – são 63 metros de altura – conta como ela foi construída para se tornar a grande obra e o centro do complexo, e revela parte do simbolismo contido na pirâmide como esculturas do velho Deus do Fogo (geralmente feitas com pedras de origem vulcânica já que este Deus também representava os vulcões) e esculturas de felinos (tidos como seres super poderosos, protetores dos sacerdotes e dos guerreiros).
A pirâmide da Lua
A segunda maior pirâmide do complexo de Teoticuacan foi a minha parte preferida da visita no México e coincidentemente a parte que mais gostei da exibição. Menor e mais delicada que a pirâmide do sol, a Pirâmide da Lua tem as vistas mais lindas de Teotihuacan.
Na exposição aprendi que a pirâmide da lua não era atribuída a um Deus especifico, mas um lugar dedicado a rituais complexos. Durante as escavações foram encontrados dezenas de corpos, animais e objetos enterrados, cada um deste sítios é atribuído a uma das diferentes fases da construção da pirâmide que foi sendo expandida ao longo dos anos. Fiquei encantada com as esculturas minuciosamente rodeadas por obsidiaras expostas neste pedacinho da mostra.
E não é só isso não…
A mostra também fala um pouco da parte residencial de Teotihuacan, e expõe objetos lindos e murais super detalhados e bem preservados que foram encontrados nesta parte do complexo.
Vale a pena ver a mostra Teotihuacan no museu De Young?
Se você curte arte antiga ou se interessa por pirâmides e ruínas, você vai AMAR o passeio e vai aprender um bocado! Para os mais curiosos, super indico o audio-guia da exibição (cobrado a parte) ou o pequeno catálogo ilustrado (USD16,95) que está repleto de fotos bacanas e muitas explicações interessantes.
Com o que combinar: Acervo do De Young & Golden Gate Park
Aproveite sua visita a mostra do Teotihuacan para conhecer o acervo do Museu De Young (incluso no valor do ingresso) que é lindo e está cheio de obras bacanas e não deixe de visitar o observatório do De Young no topo do museu que tem vistas lindas para a cidade de San Francisco.
E claro…
Aproveite que você já está no Golden Gate Park para visitar várias outras atrações bacanas como o Jardim & Casa de chá Japonês, Academy of Science, Conservatório de Flores, Jardim Botânico de San Francisco, e pra quem quer fazer um exercíciozinho, vale visitar o Stow Lake e o Strawberry Hill.
Informações importantes
Museu De Young
- Site: https://deyoung.famsf.org
- Aberto de terça à domingo das 9:30 às 17:15
- Ingresso Teotihuacan + Acervo De Young: $28 | Estudantes: $19 | Crianças e jovens de 6-17 anos: $13 | Menores de 6 anos grátis
- Endereço: 50 Hagiwara Tea Garden Dr
Dica da Mari: Chegue cedo! Cheguei por volta das 10:00 da manhã e tive a chance de curtir a exibição quase vazia, quando saí, por volta das 12:30 estava começando a encher.
A Mari fez a visita a convite do Museu De Young e com o apoio do San Francisco Travel. Todas as informações contidas neste post relatam a real experiência dela.
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