Finalmente em Viena
Viena tem para mim um gostinho especial, sonhava em conhecê-la desde os tempos que estudava Alemão no Colégio Porto Seguro e ouvi relatos apaixonados de uma professora querida, a vontade se tornou mais forte quando fiz uma amiga Austríaca num acampamento do CISV, ela me contou tanta coisa legal sobre a Austria e sobre Viena, e me deu tantas bolinhas de chocolate Mozart, que sem nunca ter pisado na Austria eu já era fã.
Intercâmbio na Europa e como Viena ficou de fora
Os anos foram passando e uns 10-12 anos depois chegou minha hora de finalmente conhecer a Europa, eu estava embarcando para um intercâmbio de 6 meses em Madri com a faculdade, e além de muita vontade de aprender a falar bem Espanhol, eu queria viajar pelo maior número de lugares possíveis.
Foram 6 meses de muito estudo, muitas viagens e o budget mais curto que já tive na vida (naquela época o Euro estava pra cima dos três reais, e não dava para fazer muita graça – #Qualquersemelhançacomosdiasatuaisémeracoincidência).
Como eu não conhecia nada da Europa e nem da Espanha, priorizei os destinos que eu podia conhecer de ônibus (Espanha e Portugal) e os que eu tinha casa de amigos (ou de amigo do amigo) para me hospedar, meu budget para viagens era de 100-150 Euros por mês, e hoje dou risada de lembrar dos milagres que fiz com essa verba (acho que esse é assunto para outro post, mas digo para vocês que os outros intercambistas ficavam bem impressionados como eu fazia essa verba render e viajava mais que muitos deles que tinham uma verba bem mais flexível que a minha).
Viajei para Londres e Sul da Inglaterra, Amsterdã e outras cidadezinhas da Holanda, Berlim e Hamburgo, Bruxelas e Brugges, Paris, Lisboa e várias cidades da Espanha. Viena que era o primeiro item da lista de desejos de viagem jamais coube no meu bolso.
Eu sabia que não precisava ter pressa pois a hora e a vez de Viena chegariam (só não sabia que ia demorar tanto).

Primeira viagem para a Europa. Deitada nos gramados do Louvre em Paris e exausta de tanto caminhar 🙂
Depois dessa minha primeira experiência na Europa, tomei gosto pela coisa e comecei a viajar cada vez mais, as viagens para a Europa tornaram-se quase que anuais (Claro que o fato de me formar e começar a trabalhar em tempo integral ajudou bastante ;). Sempre que pintava uma oportunidade de viagem eu tentava encaixar Viena no roteiro, mas nunca encontrava o danado do vôo em promoção, e como eu não tinha (e não tenho pressa) para conhecer países da Europa acabava deixando passar e ia visitando outras cidades (repetindo minhas preferidas e conhecendo lugares novos). Fui pra tanto lugar bacana, mas ainda faltava conhecer Viena.
Casei, e juntos viemos morar na Califórnia para estudar. E adivinhe só a nacionalidade de um dos casais mais bacanas que conhecemos por aqui: Austríacos. E de Viena! Quando o MBA terminou, esse nosso casal de amigos austríacos voltou para Viena. Mais um motivo para eu finalmente tirar esse sonho do papel e finalmente visitar Viena, não?
E foi assim que no final do ano passado, finalmente coloquei Viena no meu roteiro de 6 semanas pela Europa dessa vez sem pensar na possibilidade de trocar os planos. O que eu não sabia é que por muito pouco – pouco mesmo – Viena quase me escaparia das mãos mais uma vez.
Passei mal durante a viagem e pensei em cancelar a última perna (Viena + Salzburgo + Munique) mais de uma vez. Não cancelei porque sabia que em Viena, além de tudo o que durante muitos anos sonhei em ver e viver – eu teria o conforto e a casa dos queridos amigos que estava morrendo de saudades!
Finalmente em Viena
Viena me recebeu com ares de poucos amigos e tempo cinzento. Depois de tantos anos de descaso Viena não ia simplesmente me perdoar e se mostrar com um solão. Após mais de 4 semanas de dias inacreditavelmente lindos para o inverno Europeu, parecia que mal tempo havia chegado para ficar e que a névoa esbranquiçada e intensa, seria a regra para o resto da viagem.

St Stephen’s Cathedral (ou catedral de São Estevão). Tudo indica que Viena não foi com a minha cara 😛
Meus amigos Austríacos estavam hiper felizes em me receber, mas um pouco chateados com a mudança repentina do tempo. Eu nem esquentei, frio e chuva são esperados de quem viaja pela Europa em Novembro e Dezembro, o jeito é se adaptar e aproveitar as atividades indoor e museus. Assim priorizei atividades indoor na minha lista do que fazer em Viena.
E na real, nem dava para reclamar, peguei um frio danado mas nem uma gotinha de chuva, até choveu de madrugada, mas nada que atrapalhasse meus passeios e andanças. Sim, tive que lidar com vento gelado e um frio cortante, mas a cidade é tão linda que pouco me importei. E na real, como não se apaixonar por uma cidade onde até banheiros públicos tocam ópera?
Expectativas x Realidade
Eu tinha medo que os anos de espera elevassem as expectativas as alturas e as tornassem inatingíveis. Mas não foi o que aconteceu.
Viena me conquistou desde os primeiros instantes. Me encantei com a pompa do centrinho, com as tortas e bolos caprichados, com as construções antigas, com os palácios imponentes, com a graciosidade do Balé de Vienna, com os mercadinhos de natal regados a vinho quente, com os Schintzels e salsichas e com a arte coloridíssima de Gustav Klimt.
E conforme fomos ganhando intimidade, Viena foi me perdoando pelos anos de descaso e apresentando suas facetas e nuanças. Fui presenteada com um último dia de sol (e tive que mudar meus planos de bate-e-volta a Bratislava para finalmente passear pela cidade ensolarada.)
Aproveitei para bater muita perna, revisitar tudo o que pude e fotografar muito. Deixei Viena com saudades, e com vontade de voltar no verão.
E por que raios estou contando tudo isso?
Porque eu simplesmente não consegui escrever sobre Viena como se ela fosse mais uma cidade, e porque fiquei com vontade de dividir um pouco da emoção de visitar um lugar que há tempo sonhava em conhecer.

Um dos momentos mais hilários da viagem. O cavalo da cavalaria espanhola decide devorar um pedaço do cachecol da Rebecca
Acho que nunca contei pra vocês, mas tenho bastante dificuldade de começar a escrever sobre os lugares que amo (veja que meus posts de Kioto, por exemplo são limitadíssimos), e desde que voltei de viagem tenho tentado tirar Viena da cabeça e dividir dicas, passeios e claro, sensações e emoções com vocês. Talvez depois de expressar meu envolvimento com a cidade fique mais fácil contar sobre a viagem, bolar um roteirinho e começar uma série de posts bacanas. É o que espero!
Finalmente em Viena, e finalmente algo de Viena no Ideias na Mala!
Beijos
Mari Vidigal
A Mari viajou para Viena com o apoio do escritório de Turismo de Viena.
Veja também:
- O que fazer em Viena
- Melhores sobremesas de Viena
- Onde comer um schintzel incrível em Viena
- O banheiro que toca Ópera
- Um brunch delicioso no Haas & Haas em Viena
Cheguei aqui por causa da viagem pro Brasil com o Tom…meu neto tb é Tom e mora em Viena , cidade linda e que adoro. Acabei lendo ,adorando e aprovando ??.
Quantas coincidências! E vc tbm é Mari!
Bem vinda e obrigada pelo carinho!
Se vc tiver instagram, me segue por lá tbm: @ideiasnamala
Beijos
Eu sonhei em visitar Vienna por causa do filme “Sissi”, fiquei super emocionada quando conheci o palacio. Tenho acompanhado os seus posts, esse foi uma narrativa super poetica que da para sentir suas emocoes pelas palavras! Adoro viajar tb e conhecer as culturas, muito legal seus relatos!
Obrigada pela visita e pelos elogios.
To aqui tentando fortemente colocar mais posts de Viena no ar 🙂
Beijos
Muito legal ! Já quero ir a Viena !
Obrigada