Zermatt: Roteiro de 2 dias para curtir a cidade em um ritmo relax
Roteiro de 2 dias para curtir o melhor de Zermatt na Suíça, com direito a paisagens incríveis do Matterhorn, comida deliciosa e muitas dicas para aproveitar a região ao máximo!
Mas antes de falar dos principais pontos turísticos de Zermatt, quero dar uma dica essencial para quem viaja pela Suíça, o Swiss Travel Pass (veja preços aqui), um cartão de transportes exclusivo para turistas que dá direito a andar por todos os meios de transporte da Suíça (trens, barcos e até algumas gôndolas panorâmicas) pelo número de dias que você escolher. O passe também inclui entrada em mais de 500 museus e atrações turísticas por toda o país. É uma forma inteligente de baratear sua viagem, em um dos países mais caros do mundo.
Dica: é mais barato comprar o Swiss Travel Pass antecipado na Get your Guide do que na própria estação de trem. Compre já o seu!
Mas antes de mais nada, por que Zermatt?
Zermatt, ficou conhecida por abrigar o Matterhorn, uma das montanhas suíças mais famosas da Suíça e um dos picos mais cobiçados por alpinistas do mundo todo. Sabe a montanha da capa do Toblerone? Da logo da Nestlé e das caixas de metal do lápis de cor Caran d’Ache?
Essa montanha é o Matterhorn e vê-la de perto é um dos principais motivos que me trouxeram de volta a Suíça. Assim, separei 2 dias inteiros para curtir a cidade e aproveitar tudo sem pressa. Neste post, divido com você meu roteiro na cidade e dicas para quem planeja fazer uma viagem parecida. Vem comigo?
2 dias em Zermatt
E falando em Montanhas, ao chegar em Visp – o ponto de troca de trem – a paisagem se transforma e surgem as primeiras montanhas no horizonte. Que espetáculo visual, especialmente para nós brasileiros, pouco acostumados com paisagens alpinas.
O trecho entre Visp e Zermatt é o trecho final de uma das rotas de trem mais famosa da Suíça, o Glacier Express, que liga St. Moritz a Zermatt, e é pura poesia. As curvas da estrada desvendam paisagens inacreditáveis: florestas pintadas pelo outono, cachoeiras e montanhas nevadas, que nem a neblina conseguiu apagar o charme. Foi um UAU atrás do outro.
DIA 1: Chegada em Zermatt, Glacier Paradise & Raclet
Chegada em Zermatt
Chegando em Zermatt, uma cidade livre de automóveis convencionais e repleta de pequenos carrinhos elétricos (versões miniaturas de ônibus e caminhões tradicionais), dei uma passadinha rápida no hotel para deixar as malas e saí para desbravar a cidade.
Fiquei hospedada no Unique Hotel Post, e adorei tudo: o quarto, a vista e a localização. Ah, se eu puder te dar uma dica antes da viagem, invista em um hotel legal e de preferência com spa. O final da tarde nos dias de inverno tem tudo a ver com as águas quentinhas de um hot tub. Para mim, fez toda a diferença!
O centrinho de Zermatt
Como o tempo estava feio, mas com possibilidade de abrir no final da tarde, comecei meu passeio em Zermatt com uma volta caprichada pelo centrinho. Caso estivesse sol, eu teria ido direto para o topo do Glacier Paradise.
Para sua viagem: Caso esteja um dia bonito, vá direto para o topo da montanha e deixe o centrinho para depois. O tempo pode virar de uma hora para outra e a virada vai impactar mais o seu passeio pelas montanhas que a voltinha pelo centro.
O centrinho de Zermatt é hiper charmoso, porém bem pequeno. Em poucas horas é possível conhecer tudo e ainda se deliciar pelas lojinhas fofas.
A pracinha da igreja e arredores
Comece pela igreja de Zermatt, que fica na principal praça da cidade. A igreja de St Mauritius foi erguida em 1915 (desde 1587, Zermatt tem uma igreja e um cemitério) e reformada em 1980. Nessa reforma, a igreja ganhou a aparência atual e um afresco, nada ortodoxo, da arca de Noé (pintado pelo italiano Paolo Parente). Olhe o afresco, repare nos detalhes e tire suas próprias conclusões.
Dica: Durante sua estada em Zermatt, repare que a torre da igreja pode ser vista de vários cantos diferentes e que rende fotos lindas com as montanhas no fundo ;).
A igreja de St. Mauritius fica ao lado do Matterhorn museum, uma construção futurista que lembra um cubo de gelo do filme a “Era do Gelo”. O museu conta a história de Zermatt e como o Matterhorn – devido a uma tragédia com alpinistas em 1865- tornou-se um dos picos mais cobiçados por escaladores de todos os continentes, e até hoje, é considerada uma das montanhas mais desafiadoras para se escalar do mundo.
O museu fala do desenvolvimento da vila, da transformação de vilarejo em um dos resorts de ski mais disputados do mundo e das conquistas na montanha. [O local fica fechado durante a primeira quinzena de novembro, exatamente a época que visitei Zermatt, e por isso não consegui visitá-lo | O horário de funcionamento varia de acordo com a estação do ano | Ingresso: 10 CHF]
Atrás da pracinha da igreja, há um pequeno cemitério de alpinistas. Uma homenagem as mais de 500 pessoas que já faleceram durante a escalada. O cemitério tem vários túmulos sinalizados e um deles não identificado dedicado ao “alpinista desconhecido”. Uma homenagem triste, porém linda.
Na frente, do cemitério há um parque pequeno, com espreguiçadeiras de madeira bem confortáveis. Em uma tarde ensolarada, esse é o melhor lugar da cidade para ficar de bobeira e pensar na vida. Amei a vibe e fiquei alí sentada até o corpo reclamar de frio. 🙂
Outros pontos turísticos no centrinho de Zermatt são a fofíssima fonte das Marmotas (ao lado do museu) e o Alphorn de Bronze (aquele instrumento suíço que parece uma tromba), que fica na escadaria da Gemeindehaus.
Hinterdorfstrasse: a rua mais fofa de Zermatt
Para fechar o passeio, inclua uma caminhada pela Hinterdorfstrasse (uma das travessas da rua principal). A avenida conserva chalés de madeira antigões. Esses chalés são altos, a parte inferior era usada para estocar madeira e grãos e para proteger a parte central da casa de roedores.
Eles estão apoiados em pedras de rochas gigante. Bem interessante. Os chalés são uma herança da antiga Zermatt, anos antes da cidade se transformar em um resort de ski mundialmente famoso. O passeio vale pelo charme dos chalés e pela sensação única de volta ao tempo.
Ah, e para quem quiser ter uma vista privilegiada do centro de Zermatt, vale subir até o hotel Omnia e curtir a paisagem do terraço. Eu jantei lá na minha segunda noite e não recomendo. Achei o restaurante caro e não gostei da comida (e olha que pra eu reclamar de comida na suíça é porque a experiência foi realmente ruim). Mas vale tomar um drink no terraço para curtir o visual, que é incrível.
Subida ao Matterhorn Glacier Paradise (Klein Matterhorn)
A manhã foi se embora e o tempo dava poucos sinais de melhora. É amigo, quem viaja no inverno corre sérios riscos de passar dias em Zermatt e não ver a Matterhorn. Como sou sortuda e pé quente, torci para o tempo melhorar no dia seguinte, mas sem saber se o tempo melhoraria ou não (a previsão para o dia seguinte também era de névoa). Mesmo assim, decidi encarar e subir o tal do Klein Matterhorn, também conhecido como Glacier Paradise.
A subida ao Glacier Paradise é feita por meio de um sistema de teleféricos que sai do centro de Zermatt. No auge do inverno, dá para descer toda a montanha e chegar até o centro esquiando. Fora de temporada, você precisa subir alguns lances de teleférico até ver uma quantidade boa de neve, mas tem bastante neve viu?!
A “viagem” dura cerca de 1h. Combina teleférico tradicional e bondinho aéreo (Aerial tram: aqueles teleféricos gordos que cabem um montão de gente, sabe?).
Prepare a câmera, pois boas oportunidades de foto não vão faltar – se eu que fui em um dia nublado já curti o que vi, imagine em um dia sem névoa?
O Matterhorn Glacier Paradise marca a fronteira entre a Suíça e a Itália. Sim, você pode descer esquiando até o lado italiano se quiser. É o ponto mais alto da Europa que se pode chegar de teleférico. São 3.883 metros e quem tem problemas com a altitude, vai começar a sentir os efeitos na última parte da subida. Eu não tive problemas.
E vale a pena subir o Glacier Paradise em um dia de névoa?
Se você for esquiar, sem dúvida, mesmo porque o Glacier Paradise é considerado um dos melhores lugares do mundo para esquiar fora de temporada.
Não vai esquiar? Então, só se você já comprou os bilhetes com antecedência (aí não vale a pena voltar atrás, né?!). Não recomendo subir com neblina, pois a visibilidade é muito baixa e você não vai aproveitar o melhor do passeio: a vista.
O que fazer no Glacier Paradise?
Além das pistas de ski, abertas o ano todo, o Glacier Paradise tem um “palácio de gelo” com muitas esculturas bacanas e espaços divertidos para tirar fotos. (Pessoalmente achei o palácio de gelo do Glacier Paradise muito mais divertido que o do Jungfrau). A entrada é cobrada a parte.
Tem um cineminha que passa filmes sobre a montanha…
E tem também um mirante que, supostamente, tem vista privilegiada do Matterhorn, mas que devido a neblina, só serviu para me matar de frio. Saí de lá rapidinho!

Antes de descer, aproveitei o clima alpino e fui tomar um chocolate quente junto com os esquiadores, em um cafezinho no meio da neve. Mas tratei de descer rápido, para curtir o final do dia em um dos barzinhos fofos do centrinho de Zermatt. Opção legal é o que não falta.
Detalhes do passeio:
- Ingresso de teleférico ida e volta: CHF 100
- Com Swiss Travel Pass: CHF 50
- Entrada no Glacier Paradise: CHF 8
Dica para quem quer esquiar em Zermatt fora de temporada: Acorde cedo e vá para o topo do Glacier Paradise direto. Especialmente nos meses mais quentes, a estação de esqui só abre na parte da manhã (à tarde a neve começa a derreter e a estação fecha). Deixar para a parte da tarde pode miar seus planos.
Dica para o verão: O Klein Matterhorn é ponto de partida de várias trilhas bacanas com vistas lindas do Matterhorn e dos lagos da região, umas das mais fáceis fica no stop “Schwartzee“.
Pôr do sol em Zermatt
Em Zermatt, o nascer do sol é um espetáculo. Bem mais bonito e mais esperado que o pôr do sol, mas já que a neblina baixou e pela primeira vez consegui ver o Matterhorn, assisti o “escurecer” da janela do meu quarto. Feliz da vida de enxergar o Matterhorn pela primeira vez.
Jantar no restaurante do hotel Pollux
Para jantar, escolhi o prato mais típico da cidade, a famosa raclette suíça. Havia dois restaurantes abertos que serviam raclette. Optei pelo hotel Polux (Bahnhofstrasse 28), que estava mais cheio. Na hora do vamos ver, sempre escolho os mais cheios e quase sempre funciona.
Comi a raclette de entrada, acompanhada com picles e batatinhas. Estava divina. De prato principal, escolhi gnocchi de cramberry com fungi, também estava muito gostoso. Tudo bastante apetitoso e o serviço foi excelente! Adorei a experiência e recomendo o restaurante.
DIA 2: Gornergrat & centro da cidade
Assistir o nascer do sol
O segundo dia começou com um nascer do sol maravilhoso. Quando os primeiros raios de sol batem no Matterhorn, ele ganha tonalidades avermelhadas e fica ainda mais lindo e fotogênico. Amei o espetáculo, e se eu fosse você, não perderia esse visual por nada no mundo.
Passeio pelo Gornergrat
Depois do café da manhã reforçado do hotel, segui para o topo do Gornergrat, um dos três picos acessíveis desde Zermatt e o que tem a vista mais bonitas do Matterhorn. O tempo estava mais que perfeito. Céu azulão, com poucas nuvens e vista perfeita tanto do vale quanto de toda a região. Taí minha montanha preferida da Suíça, e olha que já subi algumas 😉
Fique de olho nos horários do Funicular
A subida é feita de funicular e leva cerca de 30 minutos. O único empecilho é que a freqüência dos funiculares pela manhã é bem escassa durante a baixa temporada. Se você perder um deles, pode ser que tenha que esperar mais de uma hora pelo próximo (foi o que aconteceu comigo, e matei tempo fazendo caminhada pelas ruazinhas do centro).
Durante a subida, tente sentar na janela do lado direito (que tem vista mais perfeitinha do Matterhorn) e grude os olhos nela para acompanhar a transformação brutal de paisagem. Lá no alto, há dois mirantes com visual deslumbrante do vale e das montanhas, um hotel (imagina que máximo dormir uma noite aqui, especialmente no verão!) e um restaurante.
Faça a caminhada pelos mirantes com calma e aproveite para curtir a paisagem!
Detalhes da subida:
- Ingresso de teleférico ida e volta: CHF 86
- Com Swiss Travel Pass: CHF 43
Dica: Na primavera, verão ou inverno vale a pena parar na estação “Rotenboden” e fazer uma trilha até o lago Riffelsee. De lá, você tem paisagens impressionantes do Matterhorn refletido no lago. No inverno, o lago congela e a caminhada fica um pouco perigosa sem grampos de neve. Vi fotos e achei que não valia o risco.
Trilha pela parte alta de Zermatt
Na volta, desça na penúltima estação “Findelbach”. De lá, você pode voltar a pé ao centro (a caminhada é uma delícia) ou seguir para “Furi”, uma vila gracinha e um dos pontos de subida para o Glacier Paradise de teleférico. Quem pensa em fazer as duas montanhas em um só dia, essa é a melhor parada para otimizar sua rota.
Como o dia estava lindo, juro que pensei em subir mais uma vez até o topo do Glacier Paradise, mas logo desisti. As duas horas para subir e descer me desanimaram. Preferi curtir um pouquinho mais do centro de Zermatt com calma. Na descida, passei por vários chalés suíços fofos e uma Via Sacra.
Almoço & passeio relax pelo centro da cidade
Almocei um sanduíche no barzinho do Hotel Post. O sanduíche não tinha nada de mais, mas o ambiente era mega agradável e animado com a vibe de Zermatt. Curti a escolha.
Depois do almoço, fiz um passeio bem gostoso pelo centrinho. Xeretei lojinhas, subi e desci morros procurando paisagens bonitas e quando cansei voltei para o hotel.
Final de tarde no spa do hotel ou na piscina do Vita Borni
Aproveitei que meu hotel tinha uma estrutura bacana com direito a um pequeno spa e passei o finalzinho da tarde lendo meu livro na espreguiçadeira e curtindo as águas quentinhas da hot tub. Pra quem não tem spa no hotel, a dica é o Vita Borni um complexo bem gostoso de piscina e saunas. A entrada custa a partir de 50 CHF por pessoa. (Não visitei, mas pelo site parece ser bem legal).
No dia seguinte, acordei cedinho, tomei café da manhã e segui para minha próxima parada na Suíça: Montreux.
Daria para ter feito tudo em 1 dia?
Começando bem cedinho, daria. Mas adorei ter tido dois dias e a possibilidade de curtir a cidade com calma. Para quem quer fazer trilhas (fora do inverno, possibilidade é o que não falta) ou esquiar, acho 1 só dia muito apertado. Mas antes um só dia do que nada, certo?! Amei Zermatt, me encantei com o Matterhorn e voltarei logo!
Veja também:
Roteiros pela Suíça:
Guias de viagem pelas cidades Suíças:
Passeios & Dicas
- Ticino: Os Castelos de Bellinzona
- Wilhelm Tell Express: A viagem entre Lugano e Lucerna
- Lucerna: A subida do Mount Pilatus
- Degustação de chocolates na Laderach em Vevey
- Montreux: Museu do Queen e homenagem a Fred Mercury
- Jungfrau: Um passeio pelos Alpes Suíços
- Vale a pena dormir em Interlaken
- Dica de Hostel em Interlaken
- O que fazer em Lauterbrunnen
- Genebra: Tudo que eu queria saber antes de viajar
Dicas de hotel na Suíça:
- Lugano: Como é se hospedar no Villa Castagnola
- Berna: Como é se hospedar no Hotel Alpenblick
- Genebra: Como é se hospedar no Mandarin Oriental de Genebra
- Zermatt: Como é se hospedar no hotel Unique Post
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A Mari viajou para Zermatt com o apoio do Swiss Travel System e do escritório de Turismo de Zermatt
Mari que máximo, adorei suas dicas, fotos, tuuuudo.
Estou indo pra Suíça em setembro, me ajudou bastante. Obrigada. Fique na paz.🙌👏👏
Oi Mari. Tudo bem?
Você acha que é possível fazer um bate-e-volta de Milão para Zermatt? Eu e minha família gostaríamos de conhecer alguma montanha próximo à Itália, mas temos apenas um dia livre. Você acha muito puxado?
O passeio não seria para esquiar, seria mais para ver neve e as montanhas. Vamos para lá em dezembro.
O que você nos recomendaria?
Obrigada! Um abraço.
Oi Giovanna,
Eu daria uma olhada nas montanhas da própria Italia. Tem TAAAAAANTA coisa linda por lá. Tô com o nome na ponta da ligua #droga, mas a montanha onde foram os jogos olímpicos de inverno é o máximo!
Oi, Mari. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Obaaaaaaaaa!
Feliz de começar a semana com uma notícia dessas! Obrigada
Beijos