O que Fazer no Vale do Loire na França – Roteiro Completo
O Vale do Loire na França é conhecido por seus castelos de contos de fadas e jardins impecáveis. São mais de 300 castelos espalhados pela região que, desde 2000, é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Viajar pelo Vale do Loire é uma oportunidade única de desvendar alguns dos castelos mais belos da Europa e mergulhar em um mundo de contos de fada com torres de defesa, calabouços e aposentos ultra luxuosos. Uma visita repleta de história e claro, de oportunidades fotográficas mágicas!
E quer saber a melhor parte? O Vale do Loire fica apenas a 200 Km de Paris, uma viagem que pode facilmente ser combinada com a capital francesa, e com a região de Bordeaux (porque uma viagem pela França com castelos lindos e vinhos incríveis tem tudo para ser especial, não?!)
Para te ajudar a planejar uma viagem incrível pelo Vale do Loire, criamos um guia completo com tudo o que você precisa saber para se preparar para sua viagem:
- Como explorar o Vale do Loire: De carro, de trem ou excursões saindo de Paris
- Principais cidades do Vale do Loire na França e dicas de onde ficar
- Castelos imperdíveis no Vale do Loire
- Roteiro de 2, 3 ou 4 dias pelo Vale do Loire
- O que combinar com o Vale do Loire
- Seguro viagem e chip de celular
Clique nos itens acima para ir direto ao ponto. Se preferir, leia o post completo para se apaixonar (ainda mais) pela região!
Como explorar o Vale do Loire
A cerca de 2h de Paris, você pode chegar ao Vale do Loire de carro (em uma estrada boa e bem sinalizada), de trem ou em tours com agências que fazem bate e volta.
De carro
Para mim, a melhor forma de explorar o Vale do Loire é alugar um carro em Paris e fazer o trajeto por conta própria. Por lá, você pode usar ou não o carro – dá para fazer muita coisa caminhando ou de bicicleta. Ah, não precisa ter medo de ser atropelado, são quilômetros e quilômetros de ciclovias especialmente preparadas para viajantes esportistas.
Para quem vai alugar carro, minha dica é sempre conferir os preços no Rentcars, um site que compara os preços das melhores locadoras e te ajuda a escolher o melhor custo-benefício para a sua viagem. Outro diferencial da Rentcars é poder fazer o pagamento em Reais, sem IOF e parcelar em até 12 vezes sem juros. Vale dizer que recomendo o aluguel do carro para ir ao Vale do Loire, mas nada de ficar com o carro em Paris, hein?
De trem
Quem não quer alugar um carro pode ainda fazer o trajeto em trem de Paris – Chambord (o trem sai da estação Gare d’Austerlitz e leva cerca de 2h) ou Paris – Chenonceau (esse trajeto parte da estação Gare Montparnasse e tem duração de 2h20). E, caso você queira visitar algum outro castelo de lá (o que eu sinceramente recomendo), recorrer a algum ônibus turístico.
Excursão
Se você tem o tempo curto e quer apenas fazer um bate volta ao Vale do Loire (que pena!), excursões que saem de Paris são válidas. Com cerca de US$138 por pessoa, e comprando antecipadamente, você conhecerá 2 castelos da região (Chambord e Chenonceau) e terá uma degustação de vinho por lá.
Se quiser um passeio um pouco mais completo (US$233), este percorre a Estrada dos Reis, visita os castelos de Chambord, Amboise e Chenonceau, tem parada para almoço em uma tradicional pousada e inclui também uma degustação de vinhos.
Principais cidades e dicas de onde ficar no vale do Loire na frança
Para explorar o Vale do Loire da melhor forma, eu recomendo passar alguns dias na região. Você pode escolher entre Tours e Blois para fazer de base, ou dividir sua estadia entre as duas cidades como nós fizemos.
Conhecida pela proximidade dos famosos castelos do Loire, Tours é uma cidade usada como ponto estratégico para explorar a região, já que possui opções de hospedagem para todos os bolsos e gostos. Blois também é uma boa pedida, é uma das maiores cidades ao redor do Vale e é uma graça – além de estar relativamente próxima dos castelos Cheverny e Chambord.
Eu recomendo fortemente que você divida a sua hospedagem entre essas duas cidades e, logo abaixo, vou explicar um pouco mais sobre cada uma delas:
Tours: o que fazer e onde ficar
Tours é uma cidade universitária que fica entre os rios Cher e Loire, localização bem estratégica para explorar o Vale do Loire.
Principais distâncias (a partir do centro de Tours)
- Paris: 240 km
- Château de Villandry: 17 km
- Azay-le-Rideau: 26 km
- Amboise: 25 km
- Chaumont-sur-Loire: 44 km
- Blois: 66 km
Que castelos visitar a partir de Tours
Tours serve de base para explorar o Chateau de Villandry, Azay-le-Rideau (eles ficam coladinhos um no outro), Amboise e Chaumont-sur-Loire.
Onde ficar em Tours no Vale do Loire
Tours é uma excelente pedida de hospedagem no Vale do Loire, a cidade é super charmosa e tem hospedagens bacanas para todos os bolsos. Fizemos uma seleção de hotéis caprichados (com diárias entre 500 e 700 reais), com bom custo benefício (diárias de cerca R$400) e, para dar um alívio no bolso, os econômicos (valores a partir de R$200 a diária). Confira abaixo boas pedidas e escolha a sua!
- Hotéis caprichados: Oceania L’Univers Tours, Hilton Garden Inn Tours e La Maison Jules
- Hotéis com bom custo benefício: Hotel Val De Loire, Ferdinand Hotel e Hotel Du Cygne Tours
- Hotéis econômicos: The People e Hôtel Saint Eloi
O que fazer em Tours além dos castelos
Todo mundo fala dos castelos de Tours, mas muita gente esquece que a cidade é uma gracinha e que vale pelo menos algumas horas do seu roteiro. Se você viaja no verão, vale reservar o final de uma tarde para conhecer o centrinho da cidade. Se você for ficar no hotel The People, tem a possibilidade de pegar bicicleta emprestada com eles.
O centrinho de Tours é relativamente pequeno, se estiver de carro estacione próximo a Catedral e comece seu passeio pelos seguintes pontos:
Museu de Belas Artes (Musée des Beaux-Arts de Tours)
Depois de tantos castelos, resolvemos não entrar no Museu de Belas Artes (18, Place François Sicard. Horário de funcionamento: aberto todos os dias, menos terças. Segunda-feira: 09h30 às 18h; de quarta a domingo de 9h às 18h. Ingresso: 8 Euros para o museu | Jardins gratuito), mas passeamos pelo jardim que é lindinho e merece pelo menos uma meia hora, nem que seja para sentar e curtir o local. Destaque para o canteiro “mutante”, que a cada ano ganha um desenho diferente e quando fomos (para nossa sorte e felicidade) estava fantasiado de tulipa.
A imponente catedral Saint Gatien (Place de la Cathédrale, 37000. Funcionamento: aberto das 08h30 às 20h) homenageia o santo que foi o primeiro bispo da cidade de Tours. Ela começou a ser construída no século XII e teve sua maior parte construída no século XV, o que explica a grande influência gótica em sua arquitetura. O término da construção se deu durante o início do Renascimento- aproximadamente no ano de 1300. Vale a visita!
Olhe de frente para a catedral e o Castelo de Tours (25 Avenue André Malraux. Funcionamento: de terça a domingo das 14h às 18h. Ingresso: 4,20 euros) estará do seu lado esquerdo, às margens do Loire. Do outro lado da avenida há uma ponte fofa suspensa sobre o Loire que te levará a pequenas ilhotas no centro do rio. Se tiver com tempo sobrando, por que não atravessar? O castelo é pequeno e simples, nós resolvemos não entrar.
Place du Grand Marché (Praça Grand Marché)
Para chegar lá siga reto pela Rue Colbert (travessa da Rua do Château) e caminhe uns dez minutinhos. Você passará por um montão de bares e bistrôs que valem a parada.
A praça lotada de casinha medievais é o grande cartão postal da cidade de Tours e vale pelo menos uma dúzia de boas fotos!
Conselho da Mari: fuja da furada
Chegando lá você verá uma creperia em uma dessas casinhas chamada “Le Lys d’Or”, foi lá que jantamos e tivemos uma das piores experiências do Vale do Loire. Minha teoria foi novamente comprovada: o lugar mais famoso da cidade te oferece a mais cara e geralmente a pior comida do lugar. Para completar a roubada, garçons mal educados e uma invasão de pássaros no prato. Ao menor sinal de descuido da comida, os atrevidos voam no prato, agarram o maior pedaço que conseguem e saem voando o mais rápido possível!
Le Grand Monstre
Em uma das ruazinhas que te leva à praça du Grand Marché, há uma estátua de ferro de um grande monstro, esculpida pelo artista parisiense Xavier Veilhan em 2004. Há quem diga que o grande monstro ao invés de ameaçar, parece proteger com seus grandes braços. Vale a foto!
Dica extra: coma suspiros
Tours é conhecida por vender suspiros gigantescos, é só achar uma padoca e se deliciar. O suspiro é tão grande que um dá fácil para dividir por duas ou três pessoas!
Blois: o que fazer e onde ficar
A cidade de Blois é uma das maiores da região do Vale do Loire. Com cerca de 50 mil habitantes, por lá você terá uma boa estrutura e estará bem localizado. É aqui que fica um castelo super charmoso que vale a visita, o Château de Blois. Falarei mais dele logo logo.
Principais distâncias (a partir do centro de Blois)
- Paris: 185 km
- Chambord: 18 km
- Cheverny: 16 km
- Amboise: 36 km
- Chaumont-sur-Loire: 18 km
- Tours: 67 km
Que castelos visitar a partir de Blois
Blois é uma boa pedida para visitar os castelos Chambord, Cheverny, Amboise – e, claro, o de Blois.
Onde ficar em Blois
Blois é uma cidade grande para os padrões da região e uma das melhores opções de onde ficar no Vale do Loire como boas opções de hospedagens para todos os bolsos. Abaixo, uma seleção de hotéis caprichados (diárias acima de R$600), com bom custo benefício (diárias entre R$300 e R$400) e econômicos (diárias a partir de R$250):
- Hotéis caprichados: Au 16 Place Saint Louis, Blois La Tour 1696, Hotel Mercure Blois Centre e Novotel Blois Centre Val De Loire
- Hotéis com bom custo benefício: Cit’Hotel Logis Louise de Savoie e Appart’City Blois
- Hotéis econômicos: ibis budget Blois Centre, Hôtel 17.4 – Lycée d’Hôtellerie et de Tourisme e First Inn Hotel Blois
O que fazer em Blois além dos castelos
Blois também tem algumas atrações para explorar além dos castelos. Aproveite uma manhã da sua estadia para conhecer alguns pontos da cidade:
Maison de la Magie Robert-Houdin
O museu Maison de la Magie Robert-Houdin (1 Place du Château. Funcionamento: geralmente aberto das 10h às 12h30 e das 14h às 18h30. Ingresso: 11 Euros) fica em frente ao Castelo de Blois e é o único museu na Europa a apresentar coleções mágicas e entretenimento ao vivo permanente no mesmo local. Na entrada, um dragão de seis cabeças, cada uma saindo de uma janela diferente, já chama a atenção. Em 2022, por motivos técnicos, os dragões da fachada não estavam a mostra.
Basilica of Our Lady of the Trinity
A Basílica Nossa Senhora da Santíssima Trindade (10 Boulevard Carnot. aberto das 08h às 22h) foi construída em 1934, é dedicada à santíssima trindade e possui vitrais lindos em seu interior.
Castelos imperdíveis no Vale do Loire na frança
Veja aqui 8 castelos no Vale de Loire que merecem entrar no seu roteiro de viagem.
Se preferir, clique em cima de cada um dele para ir direto ao ponto.
Azay-le-Rideau
Vamos começar a nossa lista com um dos maiores símbolos da renascença no Vale do Loire. Azay-le-Rideau está localizado em uma ilha, cercado pelo rio Indre. A paisagem, então, é digna de um filme de princesas. O castelo em si não é dos maiores, mas seu interior é repleto de detalhes renascentistas e quadros da época. Vale a visita!
Planeje sua visita:
- Azay-le Rideau (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 09h às 18h (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 11,50 euros | Ingresso antecipado pelo mesmo valor
Château de Villandry
Imagine o jardim da Alice no País das Maravilhas. Imaginou? Flores que formam desenhos, um labirinto de arbustos, lago com cisnes, pinheiros em formato redondo e, para completar, um perfumadíssimo jardim de lavandas. Foi assim que nos sentimos nos jardins do Château de Villandry.
Villandry foi o último dos grandes castelos do Vale do Loire a ser construído. Sua construção terminou em 1536 e, em 1906, o castelo foi salvo da destruição ao ser comprado por Joachim de Carvallo, responsável pela criação dos belíssimos jardins que tornam o castelo famoso. Aqui a entrada do castelo e do jardim são vendidas separadamente, eu visitei apenas os jardins e não me arrependo, ô lugar maravilhoso.
Chegamos no castelo dez minutos antes do fechamento e, como estavam rolando dois casamentos nos jardins, tivemos a sorte e a felicidade de poder entrar e ficar bastante.
De volta aos jardins, a cada passo que dávamos ficávamos mais bem impressionadas com o que vimos. É realmente muito lindo, uma parada obrigatória para quem visita a região do Loire.
Planeje sua visita:
- Château de Villandry (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 09h às 17h
- Ingresso: 12 euros
Chaumont-sur-Loire
Visto de fora, o Chaumont-sur-Loire é um dos castelos mais fotogênicos destas lista e olhe que estamos falando dos castelos mais lindos do Vale do Loire, hein? O formato à la castelo de princesa, com direito a um rio no fundo, cria um cenário de sonhos.
Chaumont-sur-Loire foi construído por volta do ano 1000 para vigiar a fronteira entre os condados de Blois e de Anjou. Foi Carlos II d’Amboise quem inaugurou o castelo ornamental no estilo renascentista.
O interior do castelo é mal sinalizado, um pouco difícil de visitar e com uma curadoria de um gosto um tanto quanto duvidoso. Prepare-se para se perder um pouco entre os aposentos e, em meio aos aposentos históricos, encontrar detalhes um tanto quanto mal feitos como alfaces de papel crepom. Chega a ser bizarro.
Para suprir os cômodos vazios, o castelo faz um série de exibições temporárias bem fracas. Mas cá entre nós, seria bem melhor deixar os aposentos vazios do que encher de porcaria, certo?
Agora aos pontos positivos, né? O castelo tem cômodos lindos, como a sala de bilhar com o teto todo pintado com as iniciais reais. Além disso, tem o estábulo mais legal entre todos os castelos que visitamos, com algumas carruagens antigas em exposição e um bosque lindo com árvores altíssimas!
Festival de jardins do Chaumont – Imperdível
A fachada é linda e o interior é ok, mas quer saber o porquê inclui este castelo nesta lista seleta? Pelo Festival Internacional de Jardins que acontece todos os anos de abril a novembro e é o máximo. O festival conta com dezenas de jardins feitos por diferentes artistas e usando alguns materiais diferentes – e claro, como não poderiam faltar, flores e flores!
O conceito do festival me lembrou muito algumas das instalações de Inhotim, uma mistura interessante de plantas com arte que é linda de viver!
O festival foi criado em 1992 e acontece desde então em todas as primaveras com jardins diferentes em exibição. Gostamos tanto que não conseguimos parar de tirar fotos!
Planeje sua visita:
- Chaumont-sur-Loire (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 10h às 17h30 (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 19 euros
Amboise
O castelo real de Amboise está localizado no alto de uma montanha, às margens do rio. Com essa pequena descrição dá para entender facilmente o porquê da escolha do local para a construção do castelo em épocas antigas. Hoje, a altura privilegiada garante aos visitantes uma vista panorâmica do Vale do Loire.
Você vai descobrir que, além dos belíssimos castelos, uma das graças do Vale do Loire é passear pelas ruas pequeninas das cidades fofas, sentar nos cafés e beliscar algo. Assim, tomamos nosso café da manhã em um lugarzinho fofo chamado Bigot Patisserie (2 Rue Nationale, 37400 Amboise), bem na frente do castelo. Achei tão fofo e tava tudo tão gostoso que queria muito ter voltado e almoçado ali, mas tínhamos tantas coisas para fazer que acabou sendo inviável. Não deixe de passar lá e provar um dos deliciosos pães!
Feito nosso reconhecimento inicial da pequena vila, subimos a grande rampa e entramos no castelo. Seguimos o caminho indicado no panfleto que ganhamos na entrada – em português, viva – e nossa primeira parada foi na mini capela de São Humberto. Destaque para a maravilhosa porta, as gárgulas e o túmulo de Leonardo da Vinci – que residiu muitos anos na cidade de Amboise – do Château le Clos Luce e pediu que seus restos mortais ficassem enterrados no Castelo de Amboise.
Depois disso entramos no castelo e visitamos os aposentos. Destaque para os vitrais de Flor de Liz, a vista do alto das varandas, a Sala do Conselho com suas bonitas colunas ornamentadas, uma lareira em cada extremidade e os aposentos vermelhos de Luís Filipe.
O jardim – apesar de pequenino – também vale o passeio e proporciona oportunidades fotográficas bem interessantes do castelo.
Para fechar o dia, caminhamos pela cidadela até chegar no Le Clos Lucé (fica a menos de 1 km) onde tiramos umas fotinhos na porta. O Le Clos Lucé – conhecido antigamente como Cloux – é um solar situado bem próximo do castelo de Amboise. Foi ali que Da Vinci, à convite de François I, viveu seus três últimos anos de vida se dedicando às suas invenções. Hoje, o Le Clos Lucé é um parque cultural bem interessante para mergulhar na história e no universo de Da Vinci.
Planeje sua visita:
- Amboise (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 09h às 18h (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 13,50 Euros | Ingresso antecipado por valor muito parecido
Chenonceau
Chenonceau, um dos castelos mais famosos do Loire, definitivamente não conquistou sua fama à toa. O magnífico castelo às margens do Rio Cher tem todos os atributos importantes para encantar os visitantes: jardins incríveis, um interior super bem decorado e preservado, a elegante fachada renascentista do século XVI de frente para o rio, uma vila hiper fofa para funcionários com uma das hortas mais legais que já visitei e um labirinto bacana! Uma visita que entrega tudo o que um castelo do Vale do Loire deveria entregar!
Depois de tantos elogios, acho que posso fazer minha única ressalva, né?! A quantidade de turistas. Então, minha principal dica para aproveitar sua visita ao máximo é: chegue cedo! De preferência, um pouco antes do castelo abrir. E, para não ficar horas na fila, não preciso nem dizer que os ingressos antecipados são mais do que bem-vindos, preciso? Pelo Get Your Guide, você garante sua entrada antecipada pelo mesmo valor da bilheteria local.
Os jardins de Chenonceau
Deixando a multidão de lado, a visita começa por uma floresta linda antes de chegar aos famosos jardins. Em seguida você poderá escolher entre entrar no castelo ou passear pelos jardins. Nós começamos pelos jardins – com parada demorada no labirinto e passeio caprichado pelos jardins laterais: o Jardim de Diana de Poitiers (de frente para o castelo à esquerda) e o jardim de Catarina de Médicis.
Pegue o folheto de explicações
Na entrada, não deixe de pegar o livrinho – tem em português – que explica detalhadamente cada um dos aposentos e as obras de arte nele contidos. Se estiver com muita preguiça de ler, não deixe de reparar algumas coisas bem legais como o teto de vários aposentos que tem as iniciais dos nobres entrelaçadas. As letras “C” são de Catarina de Médicis, “D” de Diana de Poitiers e “H” de Henrique II.
Nos andares de cima, destaque para o aposento vermelho de César Vendôme, o quarto de Luísa Lorena, o vestíbulo do segundo andar com o teto todinho ornamentado e as obras de arte de Tintoretto e Van Dyck no gabinete verde, um Correggio na biblioteca e pinturas de Ribera e Van Loo (esse foi o que mais gostei). Além disso, o salão de Luis XIV e o quarto das cinco rainhas têm pinturas de Rubens.
Cômodos que merecem uma atenção especial são a cozinha (toda produzida com utensílios da época), a capela ornamentada e a galeria. Durante a primavera e o verão a galeria fica de portas abertas para quem quiser passar para o outro lado do Rio e fotografar o castelo refletido nas águas do Rio Cher (Foto da capa deste post).
Durante a Primeira Guerra Mundial, o castelo serviu de hospital para combatentes feridos (a galera marcava então a divisa entre a zona ocupada e a zona livre) e para atravessar pessoas de um lado para o outro. Do outro lado, combatentes alemães estavam prontos para destruir o castelo ao menor sinal de perigo.
Terminamos a visita passeando e fotografando flores e flores na horta. Detalhes do livrinho: a horta tem mais de 400 roseiras e 20 espécies diferentes de tomate e pimentões – isso dá uma bela salada, não?! O pé de alcachofra é uma das coisas mais fofas que já vi!
Planeje sua visita:
- Chenonceau (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 09h às 17h30 (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 14,61 euros | Ingresso antecipado pelo mesmo valor
Blois
O castelo de Blois merece entrar na sua lista de visitação. Aqui, também há hortas e plantações que deixam o cenário mais lindo e com um toque campestre. O interior do castelo é bem luxuoso e vale conhecer os aposentos de Catarina de Médicis e a ala Luís XIII, onde estão dois museus (o Museu de Artes Decorativas e o Museu de Arqueologia).
Planeje sua visita:
- Château de Blois (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 09h às 17h30 (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 13 euros
Chambord
Chambord é de longe o maior e o mais imponente castelo que visitamos. Lá tudo é gigantesco. O castelo fica dentro de uma linda reserva florestal onde podem ser avistados vários animais selvagens – tem um passeio para quem quer fazer isso, com direito a guia e 4X4. O enorme gramado que rodeia o castelo é super convidativo aos adeptos do piquenique! Um passeio bem legal de se fazer
Aqui, vale destacar a escadaria em dupla-hélice no interior do Castelo. Sem nenhum tipo de elevador, a construção do século XVI, possui um item incrível de arquitetura para ir de um andar para o outro. A escadaria do Chambord é obra de Leonardo da Vinci e tem um detalhe incrível: quem olha de fora observa duas hélices que formam uma escada só, mas quem sobe os degraus diz que não é possível encontrar outra pessoa que suba no mesmo ritmo.
Para os amantes de teatro e de literatura: foi no Chambord onde aconteceu a primeira apresentação da peça Le Bourgeois Gentilhome, de Molière. Na platéia estava nada mais nada menos do que Luís XIV, o Rei Sol, que gostou tanto da peça que fez do castelo um lugar de criação teatral.
Para quem vai com criança: a grande novidade do Chambord é o espaço todo pensado para que os pequenos explorem, conheçam a história do castelo e seus moradores, brinquem, assistam a filmes e peças infantis. Tenho certeza que eles vão adorar e aprender bem mais sobre o castelo e sobre a história da França do que somente com a visita tradicional. Veja tudo que tem no espaço dedicado às crianças aqui.
Planeje sua visita:
- Chambord (site oficial)
- Horários de funcionamento: de março a outubro das 09h às 18h e de outubro a março das 09h às 17h
- Ingresso: 14,50 euros | Estacionamento: 6 euros
Cheverny
Essa foi a segunda visita da Ana, minha irmã, à Cheverny e logo de cara entendi porque ela me disse tantas vezes que esse era um castelo que ela não se importava em repetir, aliás, muito pelo contrário, ela até gostaria de repetir. E, hoje concordo plenamente com ela, Cheverny é um desses lugares que valem uma segunda visita.
Começamos nossa visita pela linda horta e, pela segunda vez no mesmo dia, me vi tirando mais algumas dezenas de fotos de flores, legumes e outros tipos de plantas.
Demos uma rápida passada no canil de cachorros de caça (eles são bonitos, fedidos e estavam com uma carinha tristonha).
Museu Tintim
Nossa próxima parada foi no Museu Tintin. Para quem assistiu o desenho quando pequeno – passava na TV cultura, lembram? – eu diria que é imperdível. Cheverny foi um dos lugares que inspirou Hergé, o autor, a criar os quadrinhos de Tintin. Fiquei pasma em saber que o personagem foi criado a 80 anos atrás e é tão atual!
Voltando ao museu, destaque aos gibis desenhados à mão, os cenários perfeitinhos do desenho e, lá no finalzinho do museu, a foto das pessoas que inspiraram cada personagem. Foi muito legal!
O interior do castelo de Cheverny
A visita ao castelo Cheverny começa pela bonita fachada. Diferente dos outros castelos que visitamos, Cheverny ainda serve de residência para uma família e portanto somente metade do castelo está aberta para visitação. Deve ser meio surreal morar em lugar desses e ter seu jardim diariamente invadido por milhares de turistas, né?
Essa família é dona do castelo há seis séculos – tiveram dois períodos em que o castelo foi vendido a terceiros e posteriormente recomprado pela família. O castelo escapou intacto das guerras e da Revolução Francesa. Portanto, tanto a parte interna quanto a externa estão entre as mais bem preservadas que visitamos.
Mas, se a parte de fora já é um show, o interior de Cheverny é tão bonito quanto a parte externa. Alguns detalhes que merecem atenção são as esculturas da escada de Honra, o teto lindamente pintado de todas as salas, a biblioteca, o quarto do rei e os fofíssimos apartamentos privados. Gostei muito e recomendo super a visita!
Planeje sua visita:
- Cheverny (site oficial)
- Horários de funcionamento: das 10h às 17h (varia conforme a estação do ano)
- Ingresso: 13,50 euros
Vale do Loire no Mapa:
Veja aqui o Vale do Loire no mapa interativo. Aqui você encontrará os principais castelos e dicas do que fazer nas cidades base. Vale adicionar este mapa na sua conta do Google e viajar com ele.
Roteiro de 2, 3 ou 4 dias pelo Vale do Loire
Essa é uma viagem que pode ser começada em Paris ou em algum outro destino bacana da França – como por exemplo Bordeaux. Nós começamos em Bordeaux e fomos subindo rumo à Paris.
Para quem sai de Paris minha dica é começar pelos castelos mais distantes, para isso você terá que percorrer um trajeto inicial de 267 Km (pouco mais de 2 horas e meia de carro).
Roteiro de 4 dias no Vale do Loire
Se você tem 4 dias e disposição para visitar 8 castelos diferentes, este é o meu roteiro perfeito, sem correria e com tempo para curtir os castelos sem pressa.
- Dia 1: Azay-le-Rideau e Jardins de Villandry – Final da tarde passeando pelas ruas de Tours
- Dia 2: Chenonceau e Amboise
- Dia 3: Chaumont-sur-Loire e Blois
- Dia 4: Cheverny e Chambord
Algumas dicas para aproveitar seus 4 dias no Vale do Loire:
- Durma duas noites em Tours e 2 em Blois;
- Chaumont-sur-Loire: o castelo é lindo por fora, mas só acho que a visita vale realmente a pena durante o festival Internacional de Jardins;
- Chenonceau e Chambord são os castelos mais disputados do Vale do Loire, compre ingressos com antecedência para não amargar na fila;
- Explore as cidades da região. Tours, Blois e Amboise estão cheias de cafés gostosos e cantinhos fofos que vão tornar seu roteiro ultra especial.
Roteiro de 3 dias no Vale do Loire
Com três dias você terá que fazer algumas escolhas e, ao menos que tope fazer uma maratona louca de castelos, o que acaba ficando cansativo, vale eliminar 1 ou 2 castelos do roteiro. Eu faria o seguinte:
- Dia 1: Jardins de Villandry + Amboise
- Dia 2: Chenonceau e Chaumont-sur-Loire (durante o festival dos jardins, caso contrário, Blois)
- Dia 3: Cheverny e Chambord
Eu dormiria a primeira noite em Tours e as duas últimas em Blois. Algumas dicas do roteiro de 4 dias também servem para você! Não deixe de ler.
Roteiro de 2 dias no Vale do Loire
Dois dias é apertado, é cansativo, mas dá para fazer. Aqui escolheremos apenas os principais castelos e dormiremos uma noite em cada cidade (isso se você tiver duas noites, caso contrário dá para tocar para Paris no final do segundo dia). Ingressos antecipados para os castelos são essenciais para quem só tem dois dias (não rola perder tempo na fila, né?!).
- Dia 1: Chenonceau (saia bem cedo de Paris) + Jardins de Villandry – Final da tarde em Tours
- Dia 2: Amboise, Cheverny e Chambord
Note que deixei três castelos para o segundo dia, o que é um pouco corrido. Se você prefere um ritmo mais relaxado, pule Amboise e vá direto para Cheverny.
O que combinar com o Vale do Loire
Quem tem tempo para desvendar mais cantinhos da França – o que eu recomendo muito – pode combinar esta viagem com alguns destinos que eu amo:
Bordeaux: uma cidade universitária deliciosa mundialmente conhecida por seus vinhos. A região é o máximo e a vizinha Saint-Émilion merece 1 dia do seu roteiro;
La Rochelle: uma cidade murada fofa com duas torres lindas, construções medievais e um super aquário. O passeio de 1 dia em La Rochelle é pura poesia e vale cada segundinho;
Nantes: uma cidade grande (a sexta maior cidade francesa) e cheia de coisas interessantes para ver e fazer. Tem um castelo fotogênico, uma catedral caprichada e o museu de Julio Vernes;
Obrigatório: seguro viagem
Um item obrigatório para quem viaja para a Europa é o seguro viagem – aliás, eu diria que para qualquer destino. Então, escolha o seu direitinho e tenha sempre em mãos uma cópia (eles podem pedir na imigração e ter a versão impressa te poupará de uma dor de cabeça). Além disso, um bom seguro viagem cobre malas extraviadas, voos cancelados e, claro, eventualidades médicas que possam acontecer – imprevistos podem existir, né?
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Chip de celular
Que tal economizar tempo e dinheiro comprando o seu chip de celular antes de sair do Brasil? Nada mais chato do que chegar ansioso para conhecer um novo lugar e ter que ficar resolvendo coisas práticas, não? Então, nossa dica é O Meu Chip. Eles oferecem um preço melhor dos que encontrados pela Europa, funciona muito bem por lá e ainda tem a chance de optar por dois planos: o ilimitado e o limitado. O plano ilimitado te dá a possibilidade de rotear até 3Gb de internet com outros aparelhos. Se você viajar acompanhado, basta comprar 1 chip! Garanta o seu e já viaje tranquilo!
E aí, curtiu nossas dicas para explorar o Vale do Loire?
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Veja também:
- O que fazer em Paris: 30+ dicas imperdíveis
- Roteiro de 2 dias em Paris
- Roteiro: O melhor de Paris em 4 ou 5 dias
- Paris: Um giro por Montmartre
- Paris: Um giro pelo Marais
- Onde ficar em Paris: conheça os melhores bairros e o melhor custo x benefício
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Suas dicas e idéias foram ótimas , muito obrigado
Vou para França em abril , já está tudo definido , quero ficar 4 dias no Vale do Loire , mas tenho uma duvida , não falo inglês muito bem , só me viro, e frances = 0 (nada) – dá para fazer o roteiro que você indica , que ache excelente com estas dificuldades de comunicação ??? o que você acha ??? obrigado
Oi Eduardo,
Com paciência e um aplicativo de tradução, super dá pra fazer. Eles estão super acostumados com turistas do mundo todo.
Abraços
Boa noite!!!!!!
No Vale do Loire, entre um castelo e outro, como locomover-se? É preciso alugar um carro? Tem possibilidade de fazer o trajeto com bicicleta?
Obrigada.
Olá Janine,
A Mari alugou um carro, mas é possível sim fazer o trajeto de bicicleta. No site abaixo você pode ver as informações, o site está em francês, mas no menu você pode mudar para inglês.
Loire à vélo
Boa viagem!
Vou ficar 3 dias e uma manhã depois tenho de entregar o carro às 13h +-
Vou ficar 2 dias em Tours e 1 noite em Blois (pelo menos a reserva de Blois já não dá para alterar).
Que castelo você recomenda adicionar roteiro visto que são 3 dias e meio?
Muito obrigada!
Fui agora em
Outubro e
Pretendia ficar duas noites do Mercure Blois. Não ficamos, na primeira noite descobrimos que o hotel antigo e voltado pra visitantes corporativos ficava em
Frente ao rio e fedia a algas. Deixamos Blois após essa 1a noite e passamos as duas noites seguintes numa pousada de charme em Amboise. Melhor troca do roteiro!!!
Oi Mari!
Você recomenda comprar o ingresso dos bilhetes para os castelos com antecedência? Ou seja, online?
Obrigada!
Ola e obrigado pelas dicas. Estando em 1 dessas cidades e hospedado, qual a melhor maneira de chegar aos castelos ? Irei de trem vindo de Bordeux.
Oi José,
Eu aluguei carro em Bordeaux e fiz a viagem de carro.
Abraços,
Oi Mari!
muito legal seu roteiro! adorei!
Me tira uma dúvida, é fácil estacionar o carro nas cidades? Blois e Tours, tem estacionamento na rua?
Obrigada!
Monique
Oi Monique,
Achei bem tranquilo estacionar. Na época que visitei haviam estacionamentos pagos nas ruas – e alguns poucos lugares grátis.
Abraços
olá! e Amboise? poderia dormir em Amboise? Obrigada!
Olá, Regina!
Sim, é uma boa pedida!
Abraços
olá, Estou indo para Tours com a familia por 2 noites e gostaria de um guia local para ir com a gente nos castelos. Voce tem alguma indicação? Obrigada
Oi Lorena,
Infelizmente não tenho nenhum contato.
Abraços,
E sobre excursões aos castelos a partir das cidades de Tours e Blois, consegue-se facilmente, vale a pena?
Grata,
Meire
Oi Meire,
Eu pessoalmente não faria essa viagem sem carro. Se for para fazer de excursão, contrataria um tour de várias noites saindo e Paris.
Abraços